domingo, 15 de novembro de 2015

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DO XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO B)


Mc 13,24-32 Na alocução que precedeu a oração mariana, o Santo Padre ressaltou que o Evangelho deste penúltimo domingo do ano litúrgico propõe uma parte do discurso de Jesus sobre os eventos últimos da história humana, voltada para o cumprimento do reino de Deus. “Trata-se de um discurso que Jesus fez em Jerusalém antes de sua última Páscoa”, observou o Papa.
Francisco frisou que este discurso de Jesus contém alguns elementos apocalípticos, como guerras, penúrias, catástrofes cósmicas, todavia, estes elementos não são a coisa essencial da mensagem.
“O núcleo central em torno do qual gira o discurso de Jesus é Ele mesmo, o mistério da sua pessoa e da sua morte e ressurreição, e o seu retorno no fim dos tempos. A nossa meta final é o encontro com o Senhor ressuscitado”, lembrou Francisco prosseguindo com uma interpelação:
“Gostaria de perguntar-lhes: quantos de vocês pensam nisso? Haverá um dia em que eu encontrarei o Senhor face a face. Esta é a nossa meta: esse encontro. Não esperamos um tempo ou um lugar, mas caminhamos ao encontro de uma pessoa: Jesus.”
Portanto, explicou, “o problema não é ‘quando’ acontecerão esses sinais premonitórios dos últimos tempos, mas o fazer-se encontrar preparados para o encontro. E não se trata nem mesmo de saber ‘como’ se darão essas coisas, mas ‘como’ devemos comportar-nos, hoje, à espera desse encontro”.
Somos chamados a viver o presente, construindo o nosso futuro com serenidade e confiança em Deus. A perspectiva do fim não distrai a nossa atenção da vida presente, mas nos faz olhar para nossos dias numa ótica de esperança.
“É aquela virtude tão difícil de ser vivida: a esperança, a menor das virtudes, mas a mais forte. E a nossa esperança tem um rosto: o rosto do Senhor ressuscitado”, acrescentou o Papa.
Francisco observou ainda que o Senhor Jesus não é somente o ponto de chegada da peregrinação terrena, mas é uma presença constante na nossa vida: “sempre está ao nosso lado, sempre nos acompanha; por isso, quando fala do futuro, e nos projeta rumo a ele, é sempre para reconduzir-nos ao presente.
“Ele se coloca contra os falsos profetas, contra os videntes que prevêem próximo o fim do mundo, e contra o fatalismo. Jesus está ao nosso lado, caminha connosco, nos quer bem”, reiterou.
Cristo quer subtrair seus discípulos de todos os tempos da curiosidade pelas datas, as previsões, os horóscopos, e concentra a nossa atenção no hoje da história, prosseguiu.
“Gostaria de perguntar-lhes – mas não devem responder, cada um responda a si mesmo –: quantos de vocês lêem o horóscopo do dia? Calado! Cada um responda a si mesmo. E quando lhe der vontade de ler o horóscopo, olhe para Jesus, que está com você. É melhor, lhe fará bem.”
Essa presença de Jesus – concluiu o Pontífice – nos chama à espera e à vigilância, que excluem tanto a impaciência quanto a apatia, tanto o agir precipitadamente quanto o permanecer prisioneiros no tempo atual e na mundanidade.”