Mc 13,24-32 Na alocução
que precedeu a oração mariana, o Santo Padre ressaltou que o Evangelho deste
penúltimo domingo do ano litúrgico propõe uma parte do discurso de Jesus sobre
os eventos últimos da história humana, voltada para o cumprimento do reino de
Deus. “Trata-se de um discurso que Jesus fez em Jerusalém antes de sua última
Páscoa”, observou o Papa.
Francisco
frisou que este discurso de Jesus contém alguns elementos apocalípticos, como
guerras, penúrias, catástrofes cósmicas, todavia, estes elementos não são a
coisa essencial da mensagem.
“O
núcleo central em torno do qual gira o discurso de Jesus é Ele mesmo, o
mistério da sua pessoa e da sua morte e ressurreição, e o seu retorno no fim
dos tempos. A nossa meta final é o encontro com o Senhor ressuscitado”, lembrou
Francisco prosseguindo com uma interpelação:
“Gostaria
de perguntar-lhes: quantos de vocês pensam nisso? Haverá um dia em que eu
encontrarei o Senhor face a face. Esta é a nossa meta: esse encontro. Não
esperamos um tempo ou um lugar, mas caminhamos ao encontro de uma pessoa:
Jesus.”
Portanto,
explicou, “o problema não é ‘quando’ acontecerão esses sinais premonitórios dos
últimos tempos, mas o fazer-se encontrar preparados para o encontro. E não se trata
nem mesmo de saber ‘como’ se darão essas coisas, mas ‘como’ devemos
comportar-nos, hoje, à espera desse encontro”.
Somos
chamados a viver o presente, construindo o nosso futuro com serenidade e
confiança em Deus. A perspectiva do fim não distrai a nossa atenção da vida
presente, mas nos faz olhar para nossos dias numa ótica de esperança.
“É
aquela virtude tão difícil de ser vivida: a esperança, a menor das virtudes,
mas a mais forte. E a nossa esperança tem um rosto: o rosto do Senhor
ressuscitado”, acrescentou o Papa.
Francisco
observou ainda que o Senhor Jesus não é somente o ponto de chegada da
peregrinação terrena, mas é uma presença constante na nossa vida: “sempre está
ao nosso lado, sempre nos acompanha; por isso, quando fala do futuro, e nos projeta
rumo a ele, é sempre para reconduzir-nos ao presente.
“Ele
se coloca contra os falsos profetas, contra os videntes que prevêem próximo o
fim do mundo, e contra o fatalismo. Jesus está ao nosso lado, caminha connosco,
nos quer bem”, reiterou.
Cristo
quer subtrair seus discípulos de todos os tempos da curiosidade pelas datas, as
previsões, os horóscopos, e concentra a nossa atenção no hoje da história,
prosseguiu.
“Gostaria
de perguntar-lhes – mas não devem responder, cada um responda a si mesmo –:
quantos de vocês lêem o horóscopo do dia? Calado! Cada um responda a si mesmo.
E quando lhe der vontade de ler o horóscopo, olhe para Jesus, que está com
você. É melhor, lhe fará bem.”
Essa
presença de Jesus – concluiu o Pontífice – nos chama à espera e à vigilância,
que excluem tanto a impaciência quanto a apatia, tanto o agir precipitadamente
quanto o permanecer prisioneiros no tempo atual e na mundanidade.”