domingo, 29 de maio de 2016

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DO IX DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO C)


 Lc 7, 1-10 Na passagem do Evangelho de S. Lucas, deste IX Domingo do Tempo Comum, Jesus age mostrando a misericórdia de Deus. Não importa se o pedido vem de um israelita ou de um estrangeiro, o que importa é que um ser humano suplica ao Senhor a cura de seu empregado.
Mais ainda, esse estrangeiro mostra uma fé extraordinária no poder de Deus a ponto de dispensar a ida de Jesus à sua casa, pois sabe que para Deus basta querer para que alguém recupere a saúde ou algo seja mudado ou transformado, afinal, Deus é Deus! Essa atitude do estrangeiro foi louvada por Jesus exatamente por isso, por dar um salto qualitativo na fé.
Se antes, na oração de Salomão aparecia a oração feita no Templo, agora fica claro que basta a fé no poder de Deus. A oração não só não precisa ser feita por um pertencente ao Povo de Israel, mas nem precisa ser feita no Templo de Jerusalém. Basta a fé no Deus Vivo e Verdadeiro.
Mas podemos tirar desse fato relatado por Lucas, outra lição. Deus dá maior importância à fé de quem suplica e não tanto à adequação de sua vida aos preceitos religiosos. O suplicante, um oficial romano, era um pagão. Apesar de ser um homem honesto e respeitoso para com os israelitas – até havia construído uma sinagoga para eles –, não se tinha convertido, não era circuncidado e nem seguia os mandamentos de Moisés.
Contudo, esse militar demonstra uma confiança radical em Jesus, no poder de Deus, que não se importa de modo público professar sua fé: “Senhor, ordena com tua palavra, e o meu empregado ficará curado”. Demonstra grande humildade:  “Senhor, não sou digno de que entres em minha casa”. Mais ainda, nem se sentiu digno de ir ao encontro do Cristo, enviou alguns mensageiros para que, em seu nome, fizessem o pedido.
Qual a lição que levamos para o nosso dia-a-dia?
Deus quer que vivamos de acordo com seus mandamentos, de acordo com os preceitos que aprendemos quando fomos catequizados.
Em certa ocasião Jesus disse que não veio abolir a Lei e nem mudar uma letra sequer. Mas só isso não basta, não faz levantar voo. O jovem rico cumpria todos os mandamentos, mas não foi capaz de largar tudo para seguir Jesus; o fariseu no Templo orava e agradecia a Deus por ele ser certo, honesto, correto com os preceitos religiosos, mas sua oração não foi ouvida porque ele atribuía tudo isso a si mesmo e se sentia orgulhoso por isso e desprezava o pecador publicano, que estava lá no fundo do Templo.
Devemos, antes de tudo, ter grande fé em Deus e sermos misericordiosos. Isso é o “plus”, o mais que o Senhor deseja de nós.
Neste Ano Santo da Misericórdia, proposto pelo Papa Francisco, devemos ter a consciência de que Deus é Omnipotente, que tudo pode; de que é Omnisciente, que sabe tudo; e de que é Omnipresente, que está em todo lugar; deverá atravessar nossa vida e nossas orações.
Mas uma coisa nos falta ainda, é sabermos da radicalidade de Seu Amor por nós, da Sua Misericórdia, da grandeza de Seu Coração.    
Somos chamados a ser testemunhas vivas da fé no Amor de Deus para com todos os homens, sejam pecadores ou não, sejam cristãos ou não. (Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o IX Domingo do Tempo Comum)

sexta-feira, 27 de maio de 2016

BATISMO E 1ª COMUNHÃO


No Domingo dia 22 de maio de 2016, Domingo da Santíssima Trindade tivemos a alegria de participar na Festa de Batismo e 1ª Comunhão de 26 crianças. 


Oremos irmãos para que Deus todo poderoso dê a estas crianças a nova vida
 pela água e pelo Espírito Santo


Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo


Recebe a luz de Cristo!


Corpo de Cristo!
Amem.




domingo, 22 de maio de 2016

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO NA SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE (22.05.2016)

A dimensão trinitária nos “ensina que Deus é uma ‘família’ de três pessoas que se amam tanto de modo a formar uma só coisa. Esta ‘família divina’ não é fechada em si mesma, mas é aberta, comunica-se na criação e na história e entrou no mundo dos homens para chamar todos a fazerem parte”: foi o que disse o Papa Francisco neste domingo, antes do Angelus aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro. Na sua reflexão antes da oração mariana, o Santo Padre falou do mistério trinitário, mistério da fé cristã, na Solenidade da Santíssima Trindade. Imagem e semelhança de Deus. Um “horizonte” de comunhão – continuou o Papa – “que envolve todos e nos estimula a viver no amor e na partilha fraterna, certos de que onde há amor, há Deus”: “O nosso ser, criados à imagem e semelhança de Deus-comunhão nos chama a compreender nós mesmos como seres-em-relação e a viver as relações interpessoais na solidariedade e no amor recíproco. Tais relações são reproduzidas, em primeiro lugar, no âmbito de nossas comunidades eclesiais, para que seja sempre mais clara a imagem da Igreja ícone da Trindade”. Solenidade da Santíssima Trindade Mas se reproduzem também – continuou o Papa – “em todas as relações sociais, da família até as amizades no ambiente de trabalho: são oportunidades concretas que são oferecidas para construir relações sempre mais humanamente ricas, capazes de respeito mútuo e amor altruísta”. “A festa da Santíssima Trindade nos convida a nos comprometermos nos eventos diários para sermos fermento de comunhão, de consolação e de misericórdia. Nesta missão, somos sustentados pelo poder que o Espírito Santo nos dá: ele cuida da carne da humanidade ferida pela injustiça, pela opressão, pelo ódio e pela ganância”. O Papa Francisco concluiu recordando a Virgem Maria, que “na sua humildade, aceitou a vontade do Pai e concebeu o Filho por obra do Espírito Santo. Que ela nos ajude, espelho da Trindade, a fortalecer a nossa fé no Mistério trinitário e encarná-la com escolhas e atitudes de amor e unidade.” 

segunda-feira, 16 de maio de 2016

"SEMANA DA VIDA" 2016


A Igreja Católica celebra de 15 a 22 de maio a ‘Semana da Vida’ 2016, centrada na ecologia, com o objetivo de que a sociedade assuma “a responsabilidade, a grandeza e a urgência da situação histórica”.
“A degradação que causamos à nossa casa comum resulta da degradação humana que se processa em conjunto”, escreve a Comissão Episcopal Laicado e Família no guião da ‘Semana da Vida’ enviado à Agência ECCLESIA.
A comissão, através do Departamento Nacional da Pastoral Familiar, considera que o Papa “acordou” as pessoas de “um certo torpor e uma alegre irresponsabilidade” quanto à questão da ecologia, através da Encíclica ‘Laudato Si’.
“Francisco quer transmitir-nos a sua confiança: nem tudo está perdido porque nada anula por completo a abertura ao bem, à verdade e à beleza, nem a capacidade de reagir que Deus continua a animar no mais fundo dos nossos corações”, desenvolve a reflexão.
Na encíclica ‘Laudato Si’, o Papa realça que na família se “cultivam os primeiros hábitos de amor e cuidado da vida” - o uso correto das coisas; a ordem e a limpeza; o respeito pelo ecossistema local e a proteção de todas as criaturas.
O departamento da Comissão Episcopal Laicado e Família “teve em mente” que cada Igreja doméstica é o “espaço mais propício para se ler e meditar” o documento papal, sem esquecer “outros grupos e muito menos as comunidades eclesiais”.
O guião, disponível no sítio online http://leigos.pt/, foi preparado para “ajudar a valorizar” momentos pessoais e comuns de reflexão, interioridade e partilha com uma agenda com propostas para cada dia entre 15 e 22 de maio; sugestões para a Eucaristia dominical, com preces para a Oração Universal; a meditação dos Mistérios do Rosário; a Oração cristã com a criação, do Papa Francisco e um guia de leitura da ‘Laudato Si’.
O Departamento Nacional da Pastoral Familiar deseja que a ‘Semana da Vida’ resulte para todos em “jubilosa celebração da vida acolhida, agradecida e partilhada”, proporcionando o encontro com a ecologia integral.
CB/OC

domingo, 15 de maio de 2016

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO NA SOLENIDADE DO PENTECOSTES (ANO C)

As “funções” e ações do Espírito Santo estiveram, neste Domingo de Pentecostes, no centro da reflexão do Santo Padre. Francisco precisou que o Espírito “nos assiste, nos defende” e tem a função de “ensinamento e de memória”.
O Papa recordou que a Festa de Pentecostes leva ao cumprimento o Tempo Pascal, precisamente cinquenta dias após a Ressurreição de Cristo. “A Liturgia – observou  ele – nos convida a abrir a nossa mente e o nosso coração ao dom do Espírito Santo, que Jesus prometeu em diversas ocasiões aos seus discípulos, o primeiro e principal dom que Ele obteve para nós com a sua Ressurreição”. Este dom foi implorado ao Pai pelo próprio Jesus – recordou – “como atesta o Evangelho de hoje, ambientado na Última Ceia”.
O Papa explica que as palavras de Jesus aos seus discípulos - “Se me amais, observareis os meus mandamentos; e eu rezarei ao Pai e ele vos dará um outro Paráclito, para que permaneça sempre convosco e para sempre” -  “nos recordam antes de tudo que o amor por uma pessoa, e também pelo Senhor, se demonstra não com as palavras, mas com os fatos”, e “observar os mandamentos”, “ deve ser entendido no sentido existencial, de modo que toda a vida seja envolvida por eles”:
“De fato, ser cristãos não significa principalmente pertencer a uma certa cultura ou aderir a uma certa doutrina, mas sim ligar a própria vida, em todos os seus aspectos, à pessoa de Jesus e, por meio dele, ao Pai. Com este objetivo Jesus promete a efusão do Espírito Santo aos seus discípulos. Precisamente graças ao Espírito Santo, Amor que une o Pai e o Filho e deles procede, todos podemos viver a mesma vida de Jesus. O Espírito, de fato, nos ensina cada coisa, ou seja, a única coisa indispensável: amar como Deus ama”.
Francisco explica então outra definição dada por Jesus ao Espírito Santo, ou seja, “o Paráclito”:
“Ao prometer o Espírito Santo, Jesus define-o como “um outro Paráclito”, que significa Consolador, Advogado, Intercessor, aquele que nos assiste, nos defende, está ao nosso lado no caminho da vida e na luta pelo bem e contra o mal. Jesus diz “um outro Paráclito”, porque o primeiro é Ele, Ele mesmo, que se fez carne precisamente para assumir a nossa condição humana e libertá-la da escravidão do pecado”.
Além disto – recordou Francisco – o Espírito Santo “exerce a função de ensinamento e de memória”, como descrito no versículo 26 do Evangelho de João:
“O Espírito Santo não traz um ensinamento diferente, mas torna vivo, torna atuante o ensinamento de Jesus, para que o tempo que passa não o apague ou não o arrefeça. O Espírito Santo coloca este ensinamento dentro de nosso coração, nos ajuda a interiorizá-lo, fazendo-o tornar-se parte de nós, carne da nossa carne. Ao mesmo tempo, prepara o nosso coração para que seja capaz realmente de receber as palavras e os exemplos do Senhor. Todas as vezes que a palavra de Jesus é acolhida com alegria em nosso coração, isto é obra do Espírito Santo”.
Ao concluir, o Papa Francisco pediu a intercessão da Virgem Maria, para que “nos obtenha a graça de sermos fortemente animados pelo Espírito Santo, para testemunhar Cristo com franqueza evangélica e abrir-nos sempre mais à plenitude de seu amor”.

1ª COMUNHÃO

 No domingo 15 de maio em que se celebra a Festa de Pentecostes um grupo de 24 crianças e adolescentes da catequese e uma das mães fez a 1ª COMUNHÃO.




  Jesus fica sempre nos nossos corações!




sexta-feira, 13 de maio de 2016

VIGÍLIA DE PENTECOSTES

VEM ESPÍRITO SANTO,VEM CONSOLADOR!
DEPÕE NOS CORAÇÕES TEU AMOR!

CONVIDAMOS TODOS A PARTICIPAREM NA VIGÍLIA DE PENTECOSTES

sábado 14 de maio às 21h15

domingo, 8 de maio de 2016

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DA SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR (ANO C)


Lc 24,46-53 Neste dia, em que se celebra a Solenidade da Ascensão do Senhor, “contemplamos o mistério de Jesus que sai do nosso espaço terreno para entrar na plenitude da glória de Deus levando consigo a nossa humanidade” – disse o Santo Padre.
Francisco recordou o Evangelho de S. Lucas que nos revela “a reação dos discípulos” que se prostraram perante Jesus e depois voltaram para Jerusalém com alegria porque a partir daquele dia sabiam que o “Deus connosco” fica para sempre e “nunca nos deixa sós”.
Desta forma, os discípulos “regressam à cidade como testemunhas” que com alegria anunciam a todos a vida nova que vem do Ressuscitado. São testemunhas que “pregam a todos os povos a conversão e o perdão dos pecados”:
“Este é o testemunho, feito não só com as palavras mas também com a vida quotidiana, que em cada domingo deveria partir das nossas igrejas para entrar durante a semana nas casas, nos escritórios, na escola, nos lugares de encontro e divertimento, nos hospitais, nas prisões, nas casas para pessoas idosas, nos lugares cheios de imigrantes, nas periferias da cidade…”
O Espírito Santo é o verdadeiro artífice do multiforme testemunho de cada batizado e é com a sua potência que se reveste a missão dos cristãos “para anunciar” o amor e a misericórdia de Deus nos ambientes das nossas cidades – afirmou o Papa.
O Santo Padre exortou os cristãos a ficarem, nesta semana que nos leva ao Pentecostes, “espiritualmente no Cenáculo, juntamente com a Virgem Maria, para acolher o Espírito Santo”.

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O 50º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS (8/06/2016)


MENSAGEM DE SUA SANTIDADE PAPA FRANCISCO
PARA O 50º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

«Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo»
[8 de Maio de 2016]

Queridos irmãos e irmãs!
O Ano Santo da Misericórdia convida-nos a reflectir sobre a relação entre a comunicação e a misericórdia. Com efeito a Igreja unida a Cristo, encarnação viva de Deus Misericordioso, é chamada a viver a misericórdia como traço característico de todo o seu ser e agir. Aquilo que dizemos e o modo como o dizemos, cada palavra e cada gesto deveria poder expressar a compaixão, a ternura e o perdão de Deus para todos. O amor, por sua natureza, é comunicação: leva a abrir-se, não se isolando. E, se o nosso coração e os nossos gestos forem animados pela caridade, pelo amor divino, a nossa comunicação será portadora da força de Deus.
Como filhos de Deus, somos chamados a comunicar com todos, sem exclusão. Particularmente próprio da linguagem e das acções da Igreja é transmitir misericórdia, para tocar o coração das pessoas e sustentá-las no caminho rumo à plenitude daquela vida que Jesus Cristo, enviado pelo Pai, veio trazer a todos. Trata-se de acolher em nós mesmos e irradiar ao nosso redor o calor materno da Igreja, para que Jesus seja conhecido e amado; aquele calor que dá substância às palavras da fé e acende, na pregação e no testemunho, a «centelha» que os vivifica.
A comunicação tem o poder de criar pontes, favorecer o encontro e a inclusão, enriquecendo assim a sociedade. Como é bom ver pessoas esforçando-se por escolher cuidadosamente palavras e gestos para superar as incompreensões, curar a memória ferida e construir paz e harmonia. As palavras podem construir pontes entre as pessoas, as famílias, os grupos sociais, os povos. E isto acontece tanto no ambiente físico como no digital. Assim, palavras e acções hão-de ser tais que nos ajudem a sair dos círculos viciosos de condenações e vinganças que mantêm prisioneiros os indivíduos e as nações, expressando-se através de mensagens de ódio. Ao contrário, a palavra do cristão visa fazer crescer a comunhão e, mesmo quando deve com firmeza condenar o mal, procura não romper jamais o relacionamento e a comunicação.
Por isso, queria convidar todas as pessoas de boa vontade a redescobrirem o poder que a misericórdia tem de curar as relações dilaceradas e restaurar a paz e a harmonia entre as famílias e nas comunidades. Todos nós sabemos como velhas feridas e prolongados ressentimentos podem aprisionar as pessoas, impedindo-as de comunicar e reconciliar-se. E isto aplica-se também às relações entre os povos. Em todos estes casos, a misericórdia é capaz de implementar um novo modo de falar e dialogar, como se exprimiu muito eloquentemente Shakespeare: «A misericórdia não é uma obrigação. Desce do céu como o refrigério da chuva sobre a terra. É uma dupla bênção: abençoa quem a dá e quem a recebe» (O mercador de Veneza, Acto IV, Cena I).
É desejável que também a linguagem da política e da diplomacia se deixe inspirar pela misericórdia, que nunca dá nada por perdido. Faço apelo sobretudo àqueles que têm responsabilidades institucionais, políticas e de formação da opinião pública, para que estejam sempre vigilantes sobre o modo como se exprimem a respeito de quem pensa ou age de forma diferente e ainda de quem possa ter errado. É fácil ceder à tentação de explorar tais situações e, assim, alimentar as chamas da desconfiança, do medo, do ódio. Pelo contrário, é preciso coragem para orientar as pessoas em direcção a processos de reconciliação, mas é precisamente tal audácia positiva e criativa que oferece verdadeiras soluções para conflitos antigos e a oportunidade de realizar uma paz duradoura. «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. (...) Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 7.9).
Como gostaria que o nosso modo de comunicar e também o nosso serviço de pastores na Igreja nunca expressassem o orgulho soberbo do triunfo sobre um inimigo, nem humilhassem aqueles que a mentalidade do mundo considera perdedores e descartáveis! A misericórdia pode ajudar a mitigar as adversidades da vida e dar calor a quantos têm conhecido apenas a frieza do julgamento. Seja o estilo da nossa comunicação capaz de superar a lógica que separa nitidamente os pecadores dos justos. Podemos e devemos julgar situações de pecado – violência, corrupção, exploração, etc. –, mas não podemos julgar as pessoas, porque só Deus pode ler profundamente no coração delas. É nosso dever admoestar quem erra, denunciando a maldade e a injustiça de certos comportamentos, a fim de libertar as vítimas e levantar quem caiu. O Evangelho de João lembra-nos que «a verdade [nos] tornará livres» (Jo 8, 32). Em última análise, esta verdade é o próprio Cristo, cuja misericórdia repassada de mansidão constitui a medida do nosso modo de anunciar a verdade e condenar a injustiça. É nosso dever principal afirmar a verdade com amor (cf. Ef 4, 15). Só palavras pronunciadas com amor e acompanhadas por mansidão e misericórdia tocam os nossos corações de pecadores. Palavras e gestos duros ou moralistas correm o risco de alienar ainda mais aqueles que queríamos levar à conversão e à liberdade, reforçando o seu sentido de negação e defesa.
Alguns pensam que uma visão da sociedade enraizada na misericórdia seja injustificadamente idealista ou excessivamente indulgente. Mas tentemos voltar com o pensamento às nossas primeiras experiências de relação no seio da família. Os pais amavam-nos e apreciavam-nos mais pelo que somos do que pelas nossas capacidades e os nossos sucessos. Naturalmente os pais querem o melhor para os seus filhos, mas o seu amor nunca esteve condicionado à obtenção dos objectivos. A casa paterna é o lugar onde sempre és bem-vindo (cf. Lc 15, 11-32). Gostaria de encorajar a todos a pensar a sociedade humana não como um espaço onde estranhos competem e procuram prevalecer, mas antes como uma casa ou uma família onde a porta está sempre aberta e se procura aceitar uns aos outros.
Para isso é fundamental escutar. Comunicar significa partilhar, e a partilha exige a escuta, o acolhimento. Escutar é muito mais do que ouvir. Ouvir diz respeito ao âmbito da informação; escutar, ao invés, refere-se ao âmbito da comunicação e requer a proximidade. A escuta permite-nos assumir a atitude justa, saindo da tranquila condição de espectadores, usuários, consumidores. Escutar significa também ser capaz de compartilhar questões e dúvidas, caminhar lado a lado, libertar-se de qualquer presunção de omnipotência e colocar, humildemente, as próprias capacidades e dons ao serviço do bem comum.
Escutar nunca é fácil. Às vezes é mais cómodo fingir-se de surdo. Escutar significa prestar atenção, ter desejo de compreender, dar valor, respeitar, guardar a palavra alheia. Na escuta, consuma-se uma espécie de martírio, um sacrifício de nós mesmos em que se renova o gesto sacro realizado por Moisés diante da sarça-ardente: descalçar as sandálias na «terra santa» do encontro com o outro que me fala (cf. Ex 3, 5). Saber escutar é uma graça imensa, é um dom que é preciso implorar e depois exercitar-se a praticá-lo.
Também e-mailssms, redes sociais, chat podem ser formas de comunicação plenamente humanas. Não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e a sua capacidade de fazer bom uso dos meios ao seu dispor. As redes sociais são capazes de favorecer as relações e promover o bem da sociedade, mas podem também levar a uma maior polarização e divisão entre as pessoas e os grupos. O ambiente digital é uma praça, um lugar de encontro, onde é possível acariciar ou ferir, realizar uma discussão proveitosa ou um linchamento moral. Rezo para que o Ano Jubilar, vivido na misericórdia, «nos torne mais abertos ao diálogo, para melhor nos conhecermos e compreendermos; elimine todas as formas de fechamento e desprezo e expulse todas as formas de violência e discriminação» (Misericordiae Vultus, 23). Em rede, também se constrói uma verdadeira cidadania. O acesso às redes digitais implica uma responsabilidade pelo outro, que não vemos mas é real, tem a sua dignidade que deve ser respeitada. A rede pode ser bem utilizada para fazer crescer uma sociedade sadia e aberta à partilha.
A comunicação, os seus lugares e os seus instrumentos permitiram um alargamento de horizontes para muitas pessoas. Isto é um dom de Deus, e também uma grande responsabilidade. Gosto de definir este poder da comunicação como «proximidade». O encontro entre a comunicação e a misericórdia é fecundo na medida em que gerar uma proximidade que cuida, conforta, cura, acompanha e faz festa. Num mundo dividido, fragmentado, polarizado, comunicar com misericórdia significa contribuir para a boa, livre e solidária proximidade entre os filhos de Deus e irmãos em humanidade.
Vaticano, 24 de Janeiro de 2016.
Franciscus

quinta-feira, 5 de maio de 2016

PROFISSÃO DE FÉ

No Domingo 1 de Maio um grupo de 24 adolescentes da catequese, fez a Profissão de Fé na Eucaristia das 11h30m, perante uma igreja cheia de familiares, paroquianos e um grupo de cerca de 30 jovens da Gastagus que passou o fim de semana colaborando em várias atividades da Paróquia, preparando-se para partirem em Missão de Evangelização no Verão.







domingo, 1 de maio de 2016

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DO VI DOMINGO DA PÁSCOA (ANO C)

Jo 14,23-29 “O Evangelho deste domingo nos conduz ao cenáculo”, disse o pontífice que enfatizou dois aspectos da missão do Espírito Santo.
“Durante a última ceia, antes de sofrer a Paixão e Morte na cruz, Jesus promete aos Apóstolos o dom do Espírito Santo, que terá a tarefa de ensinar e recordar as suas palavras à comunidade dos discípulos. Jesus mesmo diz: ‘O Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele lhes ensinará todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse’. “Ensinar e recordar. É o que faz o Espírito Santo em nossos corações”, frisou o Santo Padre.
 “No momento em que Ele está para retornar ao Pai, Jesus preanuncia a vinda do Espírito que primeiramente ensinará aos discípulos a compreender cada vez mais plenamente o Evangelho, a acolhê-lo em sua existência e a fazê-lo vivo e operante com o testemunho”, sublinhou o Papa.
“Enquanto está para confiar aos Apóstolos, que significa ‘enviados’, a missão de levar o anúncio do Evangelho a todo o mundo, Jesus promete que não estarão sozinhos: Estará com eles o Espírito Santo, o Paráclito, que ficará ao lado deles, aliás, estará neles, para defendê-los e sustentá-los. Jesus retorna ao Pai, mas continua  acompanhando e ensinando os seus discípulos por meio do dom do Espírito.”
O segundo aspecto da missão do Espírito Santo consiste em ajudar os apóstolos a recordar as palavras de Jesus. “O Espírito tem a tarefa de despertar a memória, recordar as palavras de Jesus”, disse o pontífice.
“O divino Mestre já comunicou tudo aquilo que pretendia confiar aos Apóstolos: com Ele, Verbo encarnado, a revelação é completa. O Espírito recordará os ensinamentos de Jesus nas diversas circunstâncias concretas da vida para que sejam colocados em prática. Isto acontece ainda hoje na Igreja, guiada pela luz e pela força do Espírito Santo, para que possa levar a todos o dom da salvação, isto é, o amor e a misericórdia de Deus. Por exemplo, quando vocês lerem um trecho, uma passagem do Evangelho, peçam ao Espírito Santo que está nos nossos corações: "Que eu entenda e me lembre destas palavras de Jesus.”
“Nós não estamos sozinhos: Jesus está perto de nós, no meio de nós, dentro de nós! A sua nova presença na história se realiza mediante o Espírito Santo, através do qual é possível instaurar uma relação viva com Ele, o Senhor Ressuscitado. O Espírito, derramado em nós com os Sacramentos do Batismo e do Crisma, age na nossa vida. Ele nos guia no modo de pensar, de agir, de distinguir o bem do mal e nos ajuda a praticar a caridade de Jesus, o seu doar-se aos outros, especialmente aos mais necessitados”, disse ainda o Santo Padre.
“Não estamos sós”, repetiu o Papa. “E o sinal da presença do Espírito Santo é também a paz que Jesus doa aos seus discípulos: ‘Eu lhes dou a minha paz’. Essa paz é diferente daquela que os homens se desejam e tentam realizar. A paz de Jesus jorra da vitória sobre o pecado, sobre o egoísmo que nos impede de nos amar como irmãos. É dom de Deus e sinal da sua presença. Cada discípulo, chamado hoje a seguir Jesus levando a cruz, recebe em si a paz do Senhor Ressuscitado na certeza da sua vitória e na espera de sua vinda definitiva.”
“Que a Virgem Maria nos ajude a acolher o Espírito Santo com docilidade, como Mestre interior e como Memória viva de Cristo no caminho quotidiano”, concluiu Francisco.