As
“funções” e ações do Espírito Santo estiveram, neste Domingo de Pentecostes, no
centro da reflexão do Santo Padre. Francisco precisou que o Espírito “nos
assiste, nos defende” e tem a função de “ensinamento e de memória”.
O Papa recordou que
a Festa de Pentecostes leva ao cumprimento o Tempo Pascal, precisamente
cinquenta dias após a Ressurreição de Cristo. “A Liturgia – observou ele
– nos convida a abrir a nossa mente e o nosso coração ao dom do Espírito Santo,
que Jesus prometeu em diversas ocasiões aos seus discípulos, o primeiro e
principal dom que Ele obteve para nós com a sua Ressurreição”. Este dom foi
implorado ao Pai pelo próprio Jesus – recordou – “como atesta o Evangelho de
hoje, ambientado na Última Ceia”.
O Papa explica que
as palavras de Jesus aos seus discípulos - “Se me amais, observareis os meus
mandamentos; e eu rezarei ao Pai e ele vos dará um outro Paráclito, para que
permaneça sempre convosco e para sempre” - “nos recordam antes de tudo
que o amor por uma pessoa, e também pelo Senhor, se demonstra não com as
palavras, mas com os fatos”, e “observar os mandamentos”, “ deve ser entendido
no sentido existencial, de modo que toda a vida seja envolvida por eles”:
“De fato, ser
cristãos não significa principalmente pertencer a uma certa cultura ou aderir a
uma certa doutrina, mas sim ligar a própria vida, em todos os seus aspectos, à
pessoa de Jesus e, por meio dele, ao Pai. Com este objetivo Jesus promete a
efusão do Espírito Santo aos seus discípulos. Precisamente graças ao Espírito
Santo, Amor que une o Pai e o Filho e deles procede, todos podemos viver a
mesma vida de Jesus. O Espírito, de fato, nos ensina cada coisa, ou seja, a
única coisa indispensável: amar como Deus ama”.
Francisco explica
então outra definição dada por Jesus ao Espírito Santo, ou seja, “o Paráclito”:
“Ao prometer o
Espírito Santo, Jesus define-o como “um outro Paráclito”, que significa
Consolador, Advogado, Intercessor, aquele que nos assiste, nos defende, está ao
nosso lado no caminho da vida e na luta pelo bem e contra o mal. Jesus diz “um
outro Paráclito”, porque o primeiro é Ele, Ele mesmo, que se fez carne
precisamente para assumir a nossa condição humana e libertá-la da escravidão do
pecado”.
Além disto –
recordou Francisco – o Espírito Santo “exerce a função de ensinamento e de
memória”, como descrito no versículo 26 do Evangelho de João:
“O Espírito Santo
não traz um ensinamento diferente, mas torna vivo, torna atuante o ensinamento
de Jesus, para que o tempo que passa não o apague ou não o arrefeça. O Espírito
Santo coloca este ensinamento dentro de nosso coração, nos ajuda a interiorizá-lo,
fazendo-o tornar-se parte de nós, carne da nossa carne. Ao mesmo tempo, prepara
o nosso coração para que seja capaz realmente de receber as palavras e os
exemplos do Senhor. Todas as vezes que a palavra de Jesus é acolhida com
alegria em nosso coração, isto é obra do Espírito Santo”.
Ao concluir, o Papa
Francisco pediu a intercessão da Virgem Maria, para que “nos obtenha a graça de
sermos fortemente animados pelo Espírito Santo, para testemunhar Cristo com
franqueza evangélica e abrir-nos sempre mais à plenitude de seu amor”.