domingo, 24 de setembro de 2017

FALECEU ESTA TARDE D. MANUEL MARTINS, BISPO EMÉRITO DE SETÚBAL


Morreu ao começo desta tarde D. Manuel Martins, Bispo emérito de Setúbal, primeiro Bispo desta diocese. Figura de proa da Igreja Portuguesa do final do século XX, D. Manuel da Silva Martins tornou-se uma referência dos mais desprotegidos e marginalizados e um exemplo para os ricos e acomodados. Como bispo de Setúbal, notabilizou-se no combate à pobreza da década de 80 e destacou-se nas polémicas mantidas com algumas das mais altas instâncias do Poder, como o então primeiro-ministro, Mário Soares, e depois Cavaco Silva. Singular no discurso e no apontar dos erros da sociedade dos nossos dias, D. Manuel Martins nunca se resignou ao lugar que merecidamente ocupou na hierarquia católica. 
Agradecemos a sua vida que agora confiamos ao Pai.

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DO XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A)


Mt 20,1-16a “Deus não exclui ninguém e quer que cada um chegue a sua plenitude”: foi o que disse o Papa Francisco comentando na sua alocução que precedeu a oração mariana do Angelus neste domingo, na Praça São Pedro, a parábola do patrão que recompensa do mesmo modo, trabalhadores que trabalharam por tempos diversos. “A recompensa – explicou – é a salvação eterna. Jesus não quer falar do problema do trabalho e do salário justo, mas do Reino de Deus! E a mensagem é essa: no Reino de Deus não há desempregados, todos são chamados a fazer a sua parte; e para todos, no final, haverá a recompensa que vem da justiça divina, não humana, para a nossa sorte, isto é a salvação que Jesus Cristo nos adquiriu com a sua morte e ressurreição”.
Em mérito a isso o Papa recordou: “a salvação não é merecida, mas doada, gratuita, porque os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos”.
Segundo Francisco, “com esta parábola, Jesus quer abrir os nossos corações à lógica do amor do Pai, que é gratuito e generoso. Trata-se de deixar-se maravilhar e fascinar pelos pensamentos e pelos caminhos de Deus, que como recorda o profeta Isaías, não são os nossos pensamentos e não são os nossos caminhos”.
“Os pensamentos humanos – disse Francisco -, são muitas vezes marcados por egoísmos e ambições pessoais, e os nossos estreitos e tortuosos caminhos não são comparáveis ​​com os caminhos largos e retos do Senhor. Ele usa misericórdia, perdoa amplamente, é cheio de generosidade e bondade que derrama sobre cada um de nós, abre a todos os territórios ilimitados de seu amor e de sua graça, que somente podem dar ao coração humano a plenitude da alegria”.
“Jesus – sintetizou o Papa -, quer que contemplemos o olhar daquele patrão: o olhar com o qual ele vê cada um dos trabalhadores que esperam trabalho, e os chama a ir à sua vinha”.
“É um olhar cheio de atenção, de benevolência; é um olhar que chama, que convida a se levantar, a caminhar, porque deseja a vida para cada um de nós, quer uma vida plena, comprometida, salvada do vazio e da inércia. Deus não exclui ninguém e quer que cada um alcance sua plenitude. É esse o amor do nosso Deus que é Pai”.
Enfim o Papa invocou Maria Santíssima para que nos ajude a acolher em nossa vida a lógica do amor, que nos liberta da presunção de merecer a recompensa de Deus e do julgamento negativo sobre os outros.

domingo, 17 de setembro de 2017

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DO XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A)


Mt 18,21-35 “O perdão não nega o erro sofrido, mas reconhece que o ser humano, criado à imagem de Deus, é sempre maior do que o mal que comete”. Por isso, quem experimentou "a alegria, a paz e a liberdade interior que vem do ser perdoado pode, por sua vez, abrir-se à possibilidade de perdoar".
O Papa Francisco dedicou a sua reflexão que precede a oração mariana do Angelus ao perdão, inspirando-se na passagem de Mateus proposta pela liturgia do dia.
“Perdoar setenta vezes sete, ou seja, sempre”, é a resposta de Jesus a Pedro ao ser questionado por ele sobre quantas vezes deveria perdoar. Se para ele perdoar sete vezes uma mesma pessoa já parecia ser muito, “talvez para nós pareça muito fazê-lo duas vezes”, observou o Papa.
Jesus ilustra a sua exortação com a parábola do “rei misericordioso e do servo perverso, que mostra a incoerência daquele que antes foi perdoado e depois se recusa a perdoar”:
“A atitude incoerente deste servo é também a nossa quando recusamos o perdão aos nossos irmãos. O rei da parábola, por sua vez, é a imagem de Deus que nos ama com um amor tão rico de misericórdia, que nos acolhe, nos ama e nos perdoa continuamente”.
Com o nosso Batismo – recordou o Santo Padre – Deus perdoou-nos uma “dívida insolvível”, e continua a perdoar-nos “assim que mostramos um pequeno sinal de arrependimento”. E o Santo Padre deu um conselho para quando tivermos dificuldade em perdoar: “Quando somos tentados a fechar o nosso coração a quem nos ofendeu e nos pede desculpa, recordemo-nos das palavras do Pai celeste ao servo perverso: “eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?”.
“Alguém que tenha experimentado a alegria, a paz e a liberdade interior que vem do ser perdoado pode, por sua vez, abrir-se à possibilidade de perdoar”, sublinhou o Papa Francisco, que recordou que “na oração do Pai Nosso, Jesus quis inserir o mesmo ensinamento desta parábola. Colocou em relação direta o perdão que pedimos a Deus com o perdão que devemos conceder aos nossos irmãos: “Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido”:
“O perdão de Deus é o sinal do seu amor transbordante por cada um de nós; é o amor que nos deixa livres para nos afastar, como o filho pródigo, mas que espera a cada dia o nosso retorno; é o amor contínuo do pastor pela ovelha perdida; é a ternura que acolhe todo pecado que bate à sua porta. O Pai celeste é pleno de amor e quer oferecê-lo, mas não o pode fazer se fechamos o nosso coração ao amor pelos outros”.
Ao concluir, o Papa pediu que “a Virgem Maria nos ajude a sermos sempre mais conscientes da gratuidade e da grandeza do perdão recebido de Deus, para nos tornarmos misericordiosos como Ele, Pai bom, lento para a ira e grande no amor”. 

NOVA DIREÇÃO E CONSELHO FISCAL DO CENTRO SOCIAL PAROQUIAL DE CRISTO REI

Na 5ª feira dia 14 de setembro na Igreja Paroquial de S. Francisco Xavier de Caparica pelas 14h tivemos o privilégio de uma Eucaristia  concelebrada por cinco jesuítas e uma boa participação de colaboradores do Centro Social Paroquial de Cristo Rei e Paroquianos! 
Foi presidida pelo Pároco Padre Hermínio Vitorino,  com a presença do Padre Dario Pedroso, Padre José Maria Brito, Padre José Pires e Padre Gonçalo Machado.


Esta Eucaristia foi um momento de ação de graças a Deus por tanto bem realizado ao longo destes mais de 30 anos ao serviço da população, a favor das pessoas, das famílias e dos utentes desde os bebés do berçário até aos idosos e doentes apoiados em casa.
Foi  também um tempo de oração pedindo a ajuda de Deus para os membros da nova Direção e Conselho Fiscal que no final da Eucaristia tomaram posse como membros dos orgãos gerentes perante o Pároco.

O Padre José Pires depois de 11 anos como Presidente do Centro Social Paroquial de Cristo Rei parte para outra Missão e é substituído no cargo pelo Eng Manuel Fraga.


Agradecemos do fundo do coração toda a ajuda e apoio que deu e o entusiasmo que nos transmitiu, tanto na preparação como no início desta nova caminhada. 


Agora é trabalhar!
sabendo que somos enviados em Missão!

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

TEXTO LIDO PELO P. JOSÉ MARIA BRITO SJ NA ACÇÃO DE GRAÇAS DA MISSA EM QUE PROFESSOU OS SEUS ÚLTIMOS VOTOS COMO JESUÍTA



No dia 3 de Setembro, no final do AfterYou 2017 o P. José Maria Brito sj professou os seus últimos votos na Companhia de Jesus. Este foi o texto que leu no momento de Ação de Graças:
"3.set.2017
Eterno Senhor de todas as coisas, 
meu Amigo,
Senhor da minha vida,
Obrigado!
Escolheste este para que fosse o dia em que abraço a humildade. Não é minha a força que sustenta os braços, ou modela a voz com que me prometo a Ti. É do Pai o paciente sopro que me vai criando. É Ele, pelo Espírito, que Te vai gerando em mim. Quem sou eu para tamanho amor! Obrigado, meu amigo!
Recebo-me como dom imerecido por meio de tantos.
Queridos pais: que amor tão livre me continua a dar ao mundo.
Queridos manos: que laços tão fortes me seguram.
Família, padrinhos: como me fala de fidelidade a repetida presença.
Amigos (de antes e depois da Companhia): como é bom saber-se amado sem cobranças.
Queridos Companheiros: Amigos no Senhor, partilhando e comendo o pão de todas as horas, na alegria e na solidão. Que consolo tão grande, ao contemplar-vos, descobrir traços de santidade. Tão humana santidade.
Obrigado Senhor!
Hoje sei-me, mais do que nunca, pecador. Tantas vezes muro, impedimento do bem por Ti desejado. Sei-me frágil e tão pequeno. Sei onde está a minha força. Sei-me mais, muito mais, filho amado e agradeço tanto o convite a dizer contigo: Pai-nosso.
Sou um homem incompleto. Quero ser despojado. Chamado a amar o Amor a corpo inteiro (Casidalga).
É em Ti, Senhor da minha vida, que encontro o Pai como horizonte, a missão que rasga todas as fronteiras. Serás sempre o meu lugar e o meu consolo.
Por isso, hoje, o dia de toda a alegria que escolheste para que abraçasse a humildade, sem temer a humilhação, quero terminar com um texto escrito há uns anos – em tempo de prova – para que nunca mais me possa esquecer que és o único necessário, o único Salvador, Eterno Senhor de todas as coisas.
Outra vez
Trago os cestos vazios
não tenho nada para a nossa mesa.
apenas a dureza de ter procurado pão entre as pedras
e os lábios magoados de terem semeado em terra árida.
Lavas as minhas mãos. Dás-me a beber do vinho.
Sabes delas mais do que eu.
Ao ver-me refeito, dizes:
«Amanhã, lanças as redes.»
Obrigado Senhor!"

domingo, 10 de setembro de 2017

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DO XXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A)


Mt 18,15-20 Nós, que cremos, deveríamos escutar hoje, mais do que nunca, o chamamento de Jesus para nos corrigirmos e ajudarmos, mutuamente, a ser melhores. Jesus convida-nos, sobretudo, a actuar com paciência e sem precipitação, aproximando-nos de maneira pessoal e amigável daqueles que estão a agir de modo errado. “Se o teu irmão te ofender, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te escutar, terás ganho o teu irmão”.
Quanto bem pode pode fazer uma crítica amiga e leal, uma observação oportuna, um apoio sincero depois de nos termos desorientado. Todo o homem é capaz de sair do pecado e voltar à razão e à bondade. Porém, necessita, com frequência, de encontrar-se com alguém que o ame de verdade, que o convide a interrogar-se e que lhe infunda um desejo novo de verdade e de generosidade.
Talvez, o que mais muda muitas pessoas não são as grandes ideias nem os belos pensamentos, mas o facto de ter-se encontrado na vida com alguém que tenha sabido aproximar-se delas amigavelmente, ajudando-as a renovarem-se.
Depois desta instrução sobre a correcção fraterna, Mateus acrescenta três “ditos” de Jesus (cf. Mt 18,18-20). O primeiro (vers. 18) refere-se ao poder, conferido à comunidade, de “ligar” e “desligar”. Entre os judeus, a expressão designava o poder para interpretar a Lei com autoridade, para declarar o que era ou não permitido e para excluir ou reintroduzir alguém na comunidade do Povo de Deus; aqui, significa que a comunidade (algum tempo antes – cf. Mt 16,19 – Jesus dissera estas mesmas palavras a Pedro; mas aí Pedro representava a totalidade da comunidade dos discípulos) tem o poder para interpretar as palavras de Jesus, para acolher aqueles que aceitam as suas propostas e para excluir aqueles que não estão dispostos a seguir o caminho que Jesus propôs.
O segundo (vers. 19) sugere que as decisões graves para a vida da comunidade devem ser tomadas em clima de oração. Assegura aos discípulos, reunidos em oração, que o Pai os escutará.
O terceiro (vers. 20) garante aos discípulos a presença de Jesus “no meio” da comunidade. Neste contexto, sugere que as tentativas de correcção e de reconciliação entre irmãos, no seio da comunidade, terão o apoio e a assistência de Jesus. 
O texto do Evangelho, tirado do capítulo 18 de Mateus, dedicado à vida da comunidade cristã, diz-nos que o amor fraterno exige também um sentido de responsabilidade recíproca, pelo que, se o meu irmão comete uma falta contra mim, devo usar de caridade para com ele e, antes de tudo, falar-lhe pessoalmente, recordando-lhe que quanto disse ou fez não é bom. Este modo de agir chama-se correcção fraterna: ela não é uma reacção à ofensa de que se foi vítima, mas é movida pelo amor ao irmão. Santo Agostinho comenta: «Aquele que te ofendeu, ao ofender-te, causou em si mesmo uma ferida grave, e não te preocupas tu pela ferida de um teu irmão? ... Deves esquecer a ofensa que recebeste, mas não a ferida de um teu irmão» (Discursos 82, 7) (Bento XVI).

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

ÚLTIMOS VOTOS DO P. ZÉ MARIA BRITO



No domingo dia 3 de setembro de 2017 no colégio de Cernache na Eucaristia pelas 15h30 presidida pelo Padre Provincial José Frazão, sj na presença de muitos jesuítas, familiares e amigos e muitos jovens o Padre José Maria Brito,sj fez os últimos votos.










domingo, 3 de setembro de 2017

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DO XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A)


Mt 16,21-27 Na alocução que precedeu, este domingo, a oração do Angelus, o Papa Francisco disse que “o Evangelho de hoje é a continuação do de domingo passado, que ressaltava a profissão de fé de Pedro, ‘rocha’ sobre a qual Jesus quer construir a sua Igreja. Hoje, em contraste estridente, Mateus, mostra-nos a reação do próprio Pedro quando Jesus revela aos discípulos que em Jerusalém deverá sofrer, ser morto e ressuscitar”, disse o Papa. 
“Pedro leva o Mestre para um lado e repreende-o, porque isso, diz Pedro, não pode acontecer a Cristo. Mas Jesus, por sua vez, repreende Pedro com palavras duras: «Fica longe de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, porque não pensa nas coisas de Deus, mas nas coisas dos homens!» Pouco antes, o apóstolo era abençoado pelo Pai, porque tinha recebido Dele esta revelação, era uma ‘pedra’ sólida para que Jesus pudesse construir a sua comunidade. Mas logo depois torna-se um obstáculo, uma pedra não para construir, uma pedra de tropeço no caminho do Messias. Jesus sabe muito bem que Pedro e os outros ainda têm muita estrada para percorrer para se tornarem seus apóstolos!”
Aí, o Mestre dirige-se a todos aqueles que o seguiam, apresentando-lhes claramente o caminho a ser percorrido: 
“«Se alguém quiser seguir-me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me». Sempre, e também hoje, a tentação é a de querer seguir um Cristo sem cruz, aliás, de ensinar a Deus a estrada certa; como Pedro: ‘Não, não Senhor, isso nunca acontecerá!’ Mas Jesus nos recorda que a sua estrada é a estrada do amor, e não há verdadeiro amor sem o sacrifício de si. Somos chamados a não nos deixar absorver pela visão deste mundo, mas a ser cada vez mais conscientes da necessidade e da fadiga para nós cristãos de caminhar contracorrente e em subida.” 
O Papa ressaltou que “Jesus completa a sua proposta com palavras que expressam uma grande sabedoria sempre válida, porque desafiam a mente e os comportamentos egocêntricos. Ele exorta: «Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la».” 
“Neste paradoxo está contida a regra de ouro que Deus inscreveu na natureza humana criada em Cristo: a regra de que só o amor dá sentido e felicidade à vida. Gastar os próprios talentos, as próprias energias e o próprio tempo somente para salvar, proteger e realizar-se, conduz na verdade a se perder, ou seja, a uma existência triste e estéril. Se, ao invés, vivemos para o Senhor e estabelecemos a nossa vida no amor, como Jesus fez, poderemos saborear a verdadeira alegria, e a nossa vida não será estéril, será fecunda.”
O Santo Padre frisou que “na celebração da Eucaristia revivemos o mistério da cruz; não somente recordamos, mas fazemos o memorial do Sacrifício redentor, no qual o Filho de Deus perde completamente Si mesmo para ser recebido novamente pelo Pai e assim nos reencontrar, pois estávamos perdidos, juntamente com todas as criaturas. Toda vez que participamos da Santa Missa, o amor de Cristo crucificado e ressuscitado se comunica a nós como alimento e bebida, para que possamos segui-Lo no caminho de todos os dias, no serviço concreto aos irmãos.”
“Maria Santíssima, que seguiu Jesus até o Calvário, também nos acompanhe e nos ajude a não ter medo da cruz com Jesus crucificado, não uma cruz sem Jesus, a cruz com Jesus, ou seja, a cruz de sofrer por amor a Deus e aos irmãos, pois esse sofrimento, pela graça de Cristo, é fruto de  ressurreição”, concluiu o Papa.