Mt 20,1-16a “Deus não exclui ninguém e quer que
cada um chegue a sua plenitude”: foi o que disse o Papa Francisco
comentando na sua alocução que precedeu a oração mariana do Angelus neste
domingo, na Praça São Pedro, a parábola do patrão que recompensa do mesmo modo,
trabalhadores que trabalharam por tempos diversos. “A
recompensa – explicou – é a salvação eterna. Jesus não quer falar do problema
do trabalho e do salário justo, mas do Reino de Deus! E a mensagem é essa: no
Reino de Deus não há desempregados, todos são chamados a fazer a sua parte; e
para todos, no final, haverá a recompensa que vem da justiça divina, não
humana, para a nossa sorte, isto é a salvação que Jesus Cristo nos adquiriu com
a sua morte e ressurreição”.
Em mérito a isso o Papa recordou: “a
salvação não é merecida, mas doada, gratuita, porque os últimos serão
os primeiros e os primeiros serão os últimos”.
Segundo Francisco, “com esta parábola, Jesus quer
abrir os nossos corações à lógica do amor do Pai, que é gratuito e generoso.
Trata-se de deixar-se maravilhar e fascinar pelos pensamentos e pelos caminhos
de Deus, que como recorda o profeta Isaías, não são os nossos pensamentos e não
são os nossos caminhos”.
“Os pensamentos humanos – disse Francisco -,
são muitas vezes marcados por egoísmos e ambições pessoais, e os nossos
estreitos e tortuosos caminhos não são comparáveis com os caminhos largos e
retos do Senhor. Ele usa misericórdia, perdoa amplamente, é cheio de
generosidade e bondade que derrama sobre cada um de nós, abre a todos os
territórios ilimitados de seu amor e de sua graça, que somente podem dar ao
coração humano a plenitude da alegria”.
“Jesus – sintetizou o Papa -, quer que contemplemos
o olhar daquele patrão: o olhar com o qual ele vê cada um dos trabalhadores que
esperam trabalho, e os chama a ir à sua vinha”.
“É um olhar cheio de atenção, de
benevolência; é um olhar que chama, que convida a se levantar, a caminhar,
porque deseja a vida para cada um de nós, quer uma vida plena, comprometida,
salvada do vazio e da inércia. Deus não exclui ninguém e quer que cada um
alcance sua plenitude. É esse o amor do nosso Deus que é Pai”.
Enfim o Papa invocou Maria Santíssima para
que nos ajude a acolher em nossa vida a lógica do amor, que nos liberta da
presunção de merecer a recompensa de Deus e do julgamento negativo sobre os
outros.