Jo 18,33b-37 Hoje, na Praça S. Pedro,
antes da oração mariana, o Papa recordou a solenidade de Cristo Rei do
Universo. O Evangelho, disse Francisco, nos faz contemplar Jesus enquanto se
apresenta a Pilatos como rei de um reino que “não é deste mundo”.
“Isto
não significa que Cristo seja rei de outro mundo, mas que é rei de outro
modo, mas é rei neste mundo”, explicou, acrescentando que se trata de uma
contraposição entre duas lógicas. A lógica mundana se fundamenta na ambição e
na competição, combate com as armas do medo, da chantagem e da manipulação das
consciências. A lógica evangélica, ao invés, se expressa na humildade e
na gratuidade, se afirma silenciosa, mas eficazmente com a força da verdade.
Mas
é na Cruz que Jesus se revela rei: “Mas alguém pode dizer: ‘Padre, isto
foi uma falência'. Mas é justamente na falência do pecado, das ambições
humanas, que está o triunfo da Cruz, da gratuidade do amor. Na falência da Cruz
se vê o amor.”
Falar
de potência e de força para o cristão, disse o Papa, significa fazer referência
à potência da Cruz e à força do amor de Jesus. Se Ele tivesse descido da Cruz,
teria cedido à tentação do príncipe deste mundo; ao invés, Ele não salva a si
mesmo para poder salvar os outros.
"Dizer
que Jesus deu a vida pelo mundo é verdadeiro, mas é mais bonito dizer que Jesus
deu a sua vida por mim”, afirmou Francisco, que pediu a todos na Praça que
repetissem essas palavras em seus corações.
No
Calvário, quem entende a atitude de Cristo é o bom ladrão, um dos malfeitores
crucificados com Ele, que suplica: “Jesus, lembra-te de mim quando vieres com
teu reino”.
“A
força do reino de Cristo é o amor: por isto a realeza de Jesus não nos oprime,
mas nos liberta das nossas fraquezas e misérias, encorajando-nos a percorrer os
caminhos do bem, da reconciliação e do perdão.” E mais uma vez o Papa pediu a
participação dos peregrinos, convidando-os a repetirem as palavras do bom
ladrão quando nos sentirmos fracos, pecadores e derrotados.
E
concluiu: “Diante de tantas dilacerações no mundo e das demasiadas feridas
na carne dos homens, peçamos a Nossa Senhora que nos ampare no nosso esforço
para imitar Jesus, nosso rei, tornando presente o seu reino com gestos de
ternura, de compreensão e de misericórdia.”