Jo 13,31-33a.34-35 Hoje, a homilia do Sumo Pontífice foi inspirada no Evangelho do dia, no
mandamento de Jesus aos discípulos, "amai-vos uns aos outros, como eu vos
ameis".
“O amor é a carteira de
identidade do cristão, é o único ‘documento’ válido para sermos reconhecidos
como discípulos de Jesus. Se este documento perde a validade e não for
renovado, deixamos de ser testemunhas do Mestre”, disse Francisco, que
reconheceu que amar não é fácil. É exigente e requer esforço, pois significa
oferecer algo de nós mesmos: o próprio tempo, a própria amizade e as próprias
capacidades. Não é o amor das novelas. É livre, porque não possui.
O segredo para amar é Jesus,
acrescentou o Papa, que oferece o dom maior, um dom para a vida: Ele nos
oferece uma amizade fiel, da qual nunca nos privará. A principal ameaça que
impede de crescer como se deve é ninguém se importar connosco, é nos sentirmos
deixados de lado. Ao contrário, o Senhor está sempre connosco. Ele espera-nos
pacientemente e aguarda o nosso «sim».
Francisco falou ainda do desejo
de liberdade que os adolescentes sentem. Ser livre, afirmou ele, não significa
fazer aquilo que se quer, mas é o dom de poder escolher o bem: é livre quem
procura aquilo que agrada a Deus, mesmo que nos obrigue a escolhas corajosas.
Ser livre é saber dizer sim e não. “Não se contentem com a mediocridade,
ficando comodos e sentados; não confiem em quem vos distrai da verdadeira
riqueza, dizendo que a vida só é bela se se possuir bens materiais. A felicidade
não tem preço, nem se comercializa; não é um ‘aplicativo’ que se baixa no
celular: nem a versão mais atualizada os ajudará a torná-los livres e grandes
no amor.”
Com efeito, o amor é o dom livre de quem tem
o coração aberto; é uma responsabilidade que dura toda a vida; é um compromisso
diário, feito também de sonhos. "Ai dos jovens que não sabem sonhar. Se um
jovem não sonha, já está aposentado." O amor não se realiza falando dele,
mas colocando-o em prática! Para crescer no amor, o segredo também é o Senhor.
“Quando parecer difícil dizer não àquilo que é errado, ergam os olhos para a
cruz de Jesus e não larguem a sua mão que os conduz para o alto”, indicou o
Papa. Esta mão que, muitas vezes, pode ser a de um pai, de uma mãe ou de um
amigo para não nos deixar caídos. "Deus nos quer em pé, sempre."
Mas também para amar é preciso
treino, disse Francisco, como os campeões desportivos, começando desde já com
empenho e afinco. Como programa diário desse treino, o Papa sugeriu as obras de
misericórdia. “Assim, se tornarão campeões de vida, campeões do amor, e serão
reconhecidos como discípulos de Jesus. E garanto-vos: a vossa alegria será
completa.”