Lc 9, 28b-36
O evento da Transfiguração do Senhor inspirou as palavras do Papa Francisco
antes de rezar com os fiéis na Praça São Pedro a oração mariana do Angelus.
O evangelista Lucas mostra-nos Jesus transfigurado
sobre a montanha, que é o local da luz, símbolo fascinante da singular
experiência reservada aos discípulos Pedro, Tiago e João.
Eles sobem a montanha com o Mestre, veem-no imergir-se
em oração e, a certa altura, o seu rosto muda de aparência. E ao lado de Jesus
apareceram Moisés e Elias, que falam com Ele da sua morte.
Francisco explicou que a Transfiguração se realiza
num momento singular da missão de Cristo, ou seja, depois de confiar aos
discípulos que sofrerá, morrerá e ressuscitará no terceiro dia.
Jesus quer que saibam que este é o caminho através
do qual o Pai fará alcançar a glória para o seu Filho, ressuscitando-o dos
mortos. “E este será também o caminho dos discípulos: ninguém alcança a vida
eterna senão seguindo Jesus, carregando a própria cruz na vida terrena. Cada um
de nós tem a própria cruz. O Senhor mostra-nos o fim deste percurso, que é a
Ressurreição, a beleza, carregando a própria cruz.”
Portanto, acrescentou o Papa, a Transfiguração de
Cristo mostra-nos a perspectiva cristã do sofrimento: "Não é
sadomasoquismo, é uma passagem necessária, mas transitória".
O ponto de chegada ao qual somos chamados é
luminoso como o rosto de Cristo transfigurado: Nele está a salvação, a
bem-aventurança, a luz, o amor de Deus sem limites.
Mostrando a sua glória, Jesus garante-nos que a
cruz, as provações, as dificuldades nas quais nos debatemos têm a sua solução e
a sua superação na sua Páscoa.
O Papa fez então um convite aos fiéis: “Nesta
Quaresma, subamos também nós a montanha com Jesus! De que modo? Com a oração. A
oração silenciosa, a oração do coração, a oração sempre buscando o Senhor.
Permaneçamos alguns momentos em recolhimento, todos os dias um pouquinho,
fixemos o olhar interior no seu rosto e deixemos que a sua luz nos adentre e se
irradie na nossa vida.”
É assim, reiterou Francisco, a oração em Cristo e
no Espírito Santo. Ela transforma a pessoa a partir de dentro e pode iluminar
os outros e o mundo circundante.
"Quantas vezes encontramos pessoas que
iluminam, que emanam luz dos olhos, que têm aquele olhar luminoso! Rezam e a
oração faz isto: nos faz luminosos com a luz do Espírito Santo."
“Prossigamos com alegria o nosso itinerário
quaresmal”, concluiu o Pontífice. “Vamos dar espaço à oração e à Palavra de
Deus. Que a Virgem nos ensine a permanecer com Jesus mesmo quando não o
entendemos e compreendemos. Porque somente permanecendo Nele veremos a sua
glória.”