Mc 8,27-35
Diante de uma multidão na Praça S. Pedro, o Pontífice inspirou a sua reflexão
no trecho evangélico de São Marcos, em que Jesus pergunta aos discípulos sobre
sua identidade.
Antes de interpelar diretamente os Doze, explicou o
Papa, Jesus quer ouvir deles o que as pessoas pensam Dele. Por isso pergunta:
“Quem dizem os homens que eu sou?”. Emerge que Jesus é considerado pelo povo um
grande profeta. Mas, na realidade, Ele não se interessa pela falação das
pessoas.
Ele não aceita nem mesmo que os seus discípulos
respondam às suas perguntas com fórmulas pré-concebidas, “porque uma fé que se
reduz a fórmulas é uma fé míope”.
“O Senhor quer que os seus discípulos de ontem e de
hoje instaurem com Ele uma relação pessoal”, afirmou Francisco, que
acrescentou:
“Hoje, Jesus dirige esta pergunta tão direta e
confidencial a cada um de nós: ‘Quem sou eu para vós?’. Cada um de nós é
chamado a responder, no próprio coração, deixando-se iluminar pela luz que o
Pai nos dá para conhecer o seu Filho Jesus.”
Porém, prosseguiu, Jesus adverte que a sua missão
se realiza não na estrada ampla do sucesso, mas no caminho árduo do Servo
sofredor. Por isso, pode acontecer de protestar e nos rebelar, porque isso
contrasta com as nossas expectativas mundanas.
A profissão de fé em Jesus Cristo não pode parar
nas palavras, mas pede que seja autenticada por escolhas e gestos concretos.
“ Jesus diz-nos que para segui-Lo, para sermos
seus discípulos, é preciso renunciar a si mesmo, isto é, às pretensões do
próprio orgulho egoístico e tomar a própria cruz. ”
Com frequência na vida, por tantos motivos, erramos
o caminho, buscando a felicidade nas coisas ou nas pessoas que tratamos como
coisas. Mas a felicidade a encontramos somente quando o amor, o verdadeiro amor,
nos encontra, nos surpreende, nos transforma. "O amor muda tudo e pode
mudar-nos inclusive a nós!", disse
Francisco.
O Papa então concluiu:
“Que a Virgem Maria, que viveu a sua fé seguindo
fielmente o seu Filho Jesus, nos ajude também a nós a caminhar na sua estrada,
vivendo generosamente a nossa vida por Ele e pelos irmãos.”