Mc 3,20-35
Diante da Praça São Pedro completamente tomada por fiéis, romanos e turistas,
o Papa Francisco fez a sua reflexão deste domingo (10/06)
comentando o Evangelho de Marcos. Como explicou, a liturgia do dia apresenta
dois tipos de incompreensão que Jesus enfrentou: a dos escribas e a de seus
próprios familiares, uma “advertência para todos nós”.
“Deus nos
liberte desta terrível tentação... e se examinando a nossa consciência,
percebermos que esta semente maligna está germinando dentro de nós, corramos a
confessá-la no sacramento da Penitência, antes que cresça e produza efeitos
ruins. Isso é incurável”.
Francisco recordou que os escribas eram homens
instruídos na lei e nas Sagradas Escrituras e encarregados de explicá-las ao
povo. Alguns deles foram enviados à Galileia, onde a fama de Jesus começava a alastrar,
“para desacreditá-lo, falar mal d’Ele e destruí-lo”.
“Estes
escribas chegaram com uma acusação terrível. Diziam que Jesus estava possuído
por Belzebu e que expulsava os demônios em nome do príncipe dos demônios. Isto
queria dizer mais ou menos ‘este homem é um endemoniado’. De fato, Jesus curava
muitos doentes... mas queriam fazer crer que Ele o fazia com o Espírito de
Satanás”.
Jesus não tolerou isso e reagiu com palavras
fortes, pois os escribas, talvez sem se dar conta, estavam caindo no pecado
mais grave: negar e blasfemar o Amor de Deus que existe e atua em Jesus. “O
pecado contra o Espírito Santo é o único pecado imperdoável, porque parte do
fechamento do coração à misericórdia de Deus que age em Jesus.”
Acrescentando espontaneamente, o Papa exortou:
“Ficai atentos, todos vós, porque este
comportamento destrói famílias, amizades, comunidades e até mesmo a sociedade”.
Em seguida, Francisco evidenciou outra
incompreensão sofrida por Jesus: a de seus familiares, “que estavam preocupados
porque a sua nova vida de itinerante lhes parecia uma loucura e ele não tinha
nem tempo para comer”. Quando o procuram para levá-lo de volta a Nazaré, Jesus
olha para as pessoas que estavam à sua volta e afirma: “Eis minha mãe e meus irmãos!".
“ Aquele que faz a vontade de Deus é meu irmão, minha
irmã e minha mãe.”
“Jesus formou uma nova família, não mais baseada em
relações naturais, mas na fé N’Ele, no seu amor que nos acolhe e nos une, no
Espírito Santo. Todos aqueles que acolhem a palavra de Jesus são filhos de Deus
e irmãos entre si”, destacou Francisco. Segundo ele “aquela resposta de Jesus
não foi uma falta de respeito por sua mãe e pelos seus parentes; pelo
contrário. Para Maria, foi o maior reconhecimento, porque precisamente ela é a
perfeita discípula que obedeceu totalmente à vontade de Deus”.