Mc
13,33-37 Na reflexão do Angelus deste I
Domingo do Advento, logo após o regresso da sua Viagem Apostólica a Mianmar e ao
Bangladesh, o Papa Francisco refletiu sobre as características de uma pessoa
atenta, em resposta à exortação contida no Evangelho de Marcos, proposto pelo
Evangelho do dia.
“O Advento – explicou o Papa - é o tempo que nos é
dado para acolher o Senhor que vem ao nosso encontro, para verificar o nosso
desejo de Deus, para podermos olhar em frente e preparar-nos para o regresso de Cristo”,
que vem a nós de diversas maneiras, como na festa de Natal que recorda a sua
vinda histórica - e sempre que estivermos “dispostos a recebê-lo” - e
virá de novo no final dos tempos para “julgar os vivos e os mortos”.
“Por isto devemos estar sempre vigilantes e esperar
o Senhor com a esperança de encontrá-lo”, frisou. Francisco referiu, então,
algumas características de uma pessoa atenta. A primeira delas, é que mesmo no
meio do “barulho do mundo”, não se deixa tomar pela “distração ou pela
superficialidade, mas vive de maneira plena e consciente, com uma preocupação
voltada antes de tudo para os outros”. “Com este comportamento percebemos as lágrimas
e as necessidades do próximo e podemos perceber neles as capacidades e
as qualidades humanas e espirituais”. Mas a pessoa atenta, também se preocupa
com o mundo, “buscando combater a indiferença e a crueldade presente
nele”: “Trata-se de ter um olhar de compreensão tanto para reconhecer as
misérias e as pobrezas dos indivíduos e das sociedades, como para reconhecer a
riqueza escondida nas pequenas coisas de cada dia, precisamente ali onde nos
colocou o Senhor”. Finalmente a pessoa vigilante, também acolhe o convite para
vigiar, ou seja, “não se deixa dominar pelo sono do desencorajamento, da falta
de esperança, da desilusão”: “Ao mesmo tempo, rejeita a solicitação de tantas
vaidades de que o mundo está cheio e por detrás das quais, às vezes, são
sacrificados tempo e serenidade pessoal e familiar”.
O Papa recordou a “dolorosa experiência do povo de
Israel” quando se afastou do caminho do Senhor - narrada pelo Profeta Isaías: “Também
nós nos encontramos muitas vezes nesta situação de infidelidade ao chamamento
do Senhor: Ele nos indica o bom caminho, o caminho da fé, o caminho do
amor, mas nós buscamos a nossa felicidade noutro lugar”.
Por fim, Francisco sublinha os pressupostos para
não andarmos por aí “afastados dos caminhos do Senhor”: “Estar atentos e
vigilantes são os pressupostos para não continuarmos a “andar por aí afastados
dos caminhos do Senhor”, perdidos nos nossos pecados e nas nossas
infidelidades; estar atentos e vigilantes são as condições para permitir a Deus
irromper na nossa existência, para a encher de significado e valor com a sua
presença repleta de bondade e de ternura”.
Ao concluir, o Pontífice pediu que “Maria
Santíssima, modelo na espera do Senhor e ícone da vigilância, nos guie ao
encontro de seu filho Jesus, vivificando o nosso amor por Ele”.