domingo, 3 de dezembro de 2017

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DO I DOMINGO DO ADVENTO (ANO B)


Mc 13,33-37 Na reflexão do Angelus deste I Domingo do Advento, logo após o regresso da sua Viagem Apostólica a Mianmar e ao Bangladesh, o Papa Francisco refletiu sobre as características de uma pessoa atenta, em resposta à exortação contida no Evangelho de Marcos, proposto pelo Evangelho do dia.
“O Advento – explicou o Papa - é o tempo que nos é dado para acolher o Senhor que vem ao nosso encontro, para verificar o nosso desejo de Deus, para podermos olhar em frente e preparar-nos para o regresso de Cristo”, que vem a nós de diversas maneiras, como na festa de Natal que recorda a sua vinda histórica - e sempre que estivermos “dispostos a recebê-lo” - e virá de novo no final dos tempos para “julgar os vivos e os mortos”.
“Por isto devemos estar sempre vigilantes e esperar o Senhor com a esperança de encontrá-lo”, frisou. Francisco referiu, então, algumas características de uma pessoa atenta. A primeira delas, é que mesmo no meio do “barulho do mundo”, não se deixa tomar pela “distração ou pela superficialidade, mas vive de maneira plena e consciente, com uma preocupação voltada antes de tudo para os outros”. “Com este comportamento percebemos as lágrimas e as necessidades do próximo e podemos perceber neles as capacidades e as qualidades humanas e espirituais”. Mas a pessoa atenta, também se preocupa com o mundo,  “buscando combater a indiferença e a crueldade presente nele”: “Trata-se de ter um olhar de compreensão tanto para reconhecer as misérias e as pobrezas dos indivíduos e das sociedades, como para reconhecer a riqueza escondida nas pequenas coisas de cada dia, precisamente ali onde nos colocou o Senhor”. Finalmente a pessoa vigilante, também acolhe o convite para vigiar, ou seja, “não se deixa dominar pelo sono do desencorajamento, da falta de esperança, da desilusão”: “Ao mesmo tempo, rejeita a solicitação de tantas vaidades de que o mundo está cheio e por detrás das quais, às vezes, são sacrificados tempo e serenidade pessoal e familiar”.
O Papa recordou a “dolorosa experiência do povo de Israel” quando se afastou do caminho do Senhor - narrada pelo Profeta Isaías: “Também nós nos encontramos muitas vezes nesta situação de infidelidade ao chamamento do Senhor: Ele nos indica o bom caminho, o caminho da fé,  o caminho do amor, mas nós buscamos a nossa felicidade noutro lugar”.
Por fim, Francisco sublinha os pressupostos para não andarmos por aí “afastados dos caminhos do Senhor”: “Estar atentos e vigilantes são os pressupostos para não continuarmos a “andar por aí afastados dos caminhos do Senhor”, perdidos  nos nossos pecados e nas nossas infidelidades; estar atentos e vigilantes são as condições para permitir a Deus irromper na nossa existência, para a encher de significado e valor com a sua presença repleta de bondade e de ternura”.
Ao  concluir, o Pontífice pediu que “Maria Santíssima, modelo na espera do Senhor e ícone da vigilância, nos guie ao encontro de seu filho Jesus, vivificando o nosso amor por Ele”.