Mc
1,1-8 O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus,
neste II Domingo de Advento (10/12), com os fiéis e peregrinos presentes
na Praça São Pedro.
Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice
recordou que no domingo passado, “iniciámos o Advento com o convite a vigiar”,
e “neste segundo domingo deste tempo de preparação para o Natal, a liturgia
fala-nos de um tempo para reconhecer os vazios a serem preenchidos na nossa
vida, para aplanar as asperezas do orgulho e criar espaço para Jesus que
vem”.
“O Profeta Isaías dirige-se ao povo anunciando o
fim do Exílio na Babilônia e o retorno a Jerusalém. Ele profetiza: «Grita uma
voz: Preparai no deserto o caminho do Senhor […]. Nivelem-se todos os vales».
Os vales a serem nivelados representam todos os vazios do nosso comportamento
diante de Deus, todos os nossos pecados de omissão.”
“O vazio na nossa vida pode ser porque não rezamos
ou rezamos pouco. O Advento é o momento favorável para rezar com mais
intensidade, para reservar à vida espiritual o lugar importante que lhe cabe.
Outro vazio pode ser a falta de caridade para com o próximo, sobretudo em
relação às pessoas que precisam de ajuda não só material, mas também
espiritual. Somos chamados a prestar mais atenção às necessidades dos outros, a
estar mais próximos. Desta forma, como João Batista, poderemos abrir caminhos
de esperança no deserto dos corações áridos de muitas pessoas.” “Rebaixem-se
todos os montes e colinas”, exorta ainda Isaías. “Os montes e as colinas
que devem ser rebaixados são o orgulho, a soberba e a prepotência. Onde existe
orgulho, prepotência e soberba o Senhor não pode entrar. Devemos assumir
comportamentos de mansidão e humildade, sem repreender, ouvindo e falando com
mansidão e assim preparar a vinda de nosso Salvador, que é manso e humilde de
coração. Depois, somos convidados a eliminar todos os obstáculos que colocamos
na nossa união com o Senhor: “O terreno acidentado se torne plano e alisem-se
as asperezas. A glória do Senhor manifestar-se-á, então, e todos os homens a
verão”, diz Isaías.
O Santo Padre acrescentou que “quando esperamos em
casa a visita de uma pessoa querida, organizamos tudo com carinho e felicidade.
Devemos fazer o mesmo para a vinda do Senhor: esperá-lo a cada dia com
solicitude, para podermos ser preenchidos com a sua graça quando Ele
vier”. Francisco sublinhou que no Evangelho, João Batista representa a
figura da “voz que grita no deserto”, anunciada pelo Profeta Isaías.
“O Salvador que esperamos é capaz de transformar a
nossa vida com a sua graça, com a força do Espírito Santo, com a força do amor.
O Espírito Santo derrama em nossos corações o amor de Deus, fonte inexaurível
de purificação, de vida nova e liberdade. A Virgem Maria viveu plenamente esta
realidade, deixando-se “batizar” pelo Espírito Santo que a encheu da sua força.
Ela, que preparou a vinda de Cristo com a totalidade de sua existência, nos
ajude a seguir o seu exemplo e guie os nossos passos para o encontro com o
Senhor que vem.”