Lc 15,1-32 Diante de milhares de fiéis e
peregrinos que foram, hoje, à Praça S. Pedro para rezar a oração mariana do Angelus,
o Papa comentou o capítulo 15 do Evangelho de Lucas, deste XXIV domingo do
tempo comum, considerado o capítulo da misericórdia, que reúne três
parábolas com as quais Jesus responde aos murmúrios dos escribas e dos
fariseus.
Com essas três narrações, afirmou Francisco, Jesus
quer explicar que Deus é o primeiro a ter em relação aos pecadores uma atitude
acolhedora e misericordiosa. Na primeira parábola, Deus é apresentado como um
pastor que deixa as 99 ovelhas para ir em busca daquela perdida. Na segunda, é
comparado a uma mulher que perdeu uma moeda e a busca até que não a encontra.
Na terceira parábola, Deus é imaginado como um pai que acolhe o filho que se
tinha afastado.
O Pontífice nota que um elemento comum dessas
parábolas é expresso pelos verbos que significam alegrar-se, festejar.
Esta festa de Deus por aqueles que voltam a Ele arrependidos, está em sintonia
com o Ano Jubilar que estamos vivendo, como diz o próprio termo “jubileu”!
“Com essas três parábolas, Jesus apresenta-nos a
verdadeira face de Deus, um Pai de braços abertos, que trata os pecadores com
ternura e compaixão. A parábola que mais comove, porque manifesta o infinito
amor de Deus, é a do pai que se lança e abraça o filho reencontrado. O que
impressiona nem é tanto a triste história de um jovem que cai em desgraça, mas
suas palavras decisivas: ‘Vou-me embora, procurar o meu pai’.”
Francisco destacou que o caminho de volta para casa
é o caminho da esperança e da vida nova. “Deus nos aguarda com paciência, nos
vê quando ainda estamos distantes, corre ao nosso encontro, nos abraça, nos
beija e nos perdoa. Assim é Deus. E o seu perdão cancela o passado e nos
regenera no amor. Aliás esta é a fraqueza de Deus: quando nos abraça, nos
perdoa, perde a memória. Esquece o passado.”
Quando nos convertemos, prosseguiu o Papa, Deus acolhe-nos novamente em casa com festa e alegria. Francisco dirigiu-se, então, aos fiéis
para perguntar: “Vocês já pensaram que toda vez que nos aproximamos do
confessionário há alegria e festa no Céu? Já pensaram nisso? É belo. Isso nos
infunde grande esperança, porque não há pecado em que caímos do qual, com a
graça de Deus, não podemos nos reerguer; não há uma pessoa irrecuperável,
ninguém é irrecuperável! Porque Deus jamais deixa de querer o nosso bem,
inclusive quando pecamos! Que a Virgem Maria, refúgio dos pecadores, faça
brotar nos nossos corações a confiança que se acendeu no coração do filho
pródigo: ‘Vou-me embora, procurar o meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei’”.