Lc 15,1-3.11-32 O
Papa trouxe à atenção dos fiéis, neste domingo, uma das parábolas mais
conhecidas, apesar de constar em apenas um dos Evangelhos canônicos, o de
Lucas: a parábola do Filho Pródigo, proposta na liturgia do dia.
Dirigindo-se às pessoas presentes na Praça, o Papa definiu esta
parábola como a ‘do pai misericordioso’: aquele que está sempre pronto a
perdoar e que espera, contra qualquer esperança. A propósito da tolerância do
pai que permite que o filho mais jovem parta – mesmo sabendo dos riscos que
corre - Francisco disse que “é assim que Deus age connosco: deixa-nos também
livres de errar, porque ao criar-nos, deu-nos o grande dom da liberdade. Somos
nós que devemos saber utilizá-la bem”.
O pai fica fisicamente longe daquele filho, mas leva-o sempre no
coração; aguarda confiante a sua volta, e quando o vê aparecer comove-se, corre
em direção a ele, abraça-o e beija-o. E faz o mesmo com o filho mais velho,
aquele que não entende e não concorda com todo o carinho do pai pelo irmão que
errou.
Improvisando, Francisco ressaltou que “a atitude de se sentir justo é um ‘mau
comportamento’, é o diabo. O pai vai e procura quem se sente pecador: este é o comportamento
certo”. O pai explica-lhe que é preciso acolhê-lo com alegria, pois o jovem
finalmente voltou para casa. Esta atitude revela o coração de Deus: “Ele é o pai misericordioso que, em Jesus, nos ama sem limites, espera
sempre a nossa conversão cada vez que erramos; aguarda o nosso retorno quando
nos afastamos d'Ele, quando pensamos que podemos viver sem Ele”.
O Papa sugeriu que nesta parábola, entrevemos também um ‘terceiro
filho’, escondido: é o que não considera um privilégio ser como o pai; que se
despojou de tudo e assumiu a condição de escravo, lavando os pés sujos do
pecador: é Jesus”, que nos ensina a ser misericordiosos como o Pai.
Concluindo, antes de rezar a oração mariana do Angelus, Francisco
lembrou a todos que no sacramento da Reconciliação, podemos sempre recomeçar,
pois Deus nos acolhe e nos restitui a dignidade de filhos.