domingo, 20 de março de 2016

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DE DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR (ANO C)


Domingo de Ramos: a Igreja celebra a entrada de Jesus em Jerusalém e na sua homilia o Papa Francisco falou da aniquilação e humilhação de Jesus. Numa reflexão sobre os momentos da Paixão de Cristo - destaque especial para as palavras do Santo Padre sobre a atual situação de tantos refugiados que esperam que alguém tome “a responsabilidade do seu destino” - Francisco começou por se referir ao entusiasmo do acolhimento que foi feito a Jesus com ramos de palmeira e oliveira e que todos os fiéis repetiram na Praça de S. Pedro acolhendo Jesus que “deseja entrar nas nossas cidades e nas nossas vidas” – afirmou – um Jesus que “nos salva das amarras do pecado, da morte, do medo e da tristeza”.
E Jesus ensina-nos o caminho a seguir com um primeiro gesto: o do “Lava-Pés” baixando-se “até aos pés dos discípulos, como somente os servos faziam”.
Mas esta atitude foi só o início da humilhação de Jesus que se torna extrema na sua Paixão: “é vendido por trinta moedas de prata e traído com um beijo por um discípulo que escolhera e chamara amigo. Quase todos os outros fugiram e O abandonaram; Pedro renega-O três vezes no pátio do Sinédrio. Humilhado na alma com zombarias, insultos e escarros, sofre no corpo violências atrozes: as cacetadas, a flagelação e a coroa de espinhos tornam irreconhecível o seu aspeto. Sofre também a infâmia e a iníqua condenação das autoridades, religiosas e políticas: é feito pecado e reconhecido injusto. Depois, Pilatos envia-o a Herodes, e este devolve-O ao governador romano: enquanto Lhe é negada toda a justiça, Jesus sente na própria pele também a indiferença, porque ninguém se quer assumir a responsabilidade do seu destino.” Neste momento da sua homilia o Papa Francisco recordou a atual situação dos refugiados:
“E penso em tanta gente, em tantos marginalizados, em tantos refugiados e digo-lhes: que são tantos os que não querem tomar a responsabilidade do seu destino.”
No caminho da Paixão de Cristo, a multidão que o aclamara “troca os louvores por um grito de condenação” mas Jesus porém, “reza e entrega-Se: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”.
“Pode parecer-nos muito distante o modo de agir de Deus”- disse Francisco – ao vermos Jesus que “Se aniquilou por nós, quando vemos que já sentimos tanta dificuldade para nos esquecermos um pouco de nós mesmos”. O Santo Padre afirmou que somos chamados a escolher o caminho de Jesus, “o caminho do serviço, da doação, do esquecimento de nós próprios”, contemplando nesta Semana Santa a “Cátedra de Deus”
“Convido-vos nesta semana a contemplar a “Cátedra de Deus”, para aprender o amor humilde, que salva e dá a vida, para renunciar ao egoísmo, à busca do poder e da fama.”
Fixemos o olhar em Jesus – disse o Papa na conclusão da sua homilia e “peçamos a graça de compreender algo da sua aniquilação por nós; reconheçamo-Lo como o Senhor da nossa vida e respondamos ao seu amor infinito com um pouco de amor concreto.”