domingo, 6 de dezembro de 2015

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DO II DOMINGO DO ADVENTO (ANO C)


Lc 3,1-6 Aos milhares de fiéis reunidos na Praça de S. Pedro para a oração mariana do Angelus, o Papa Francisco recordou a figura de João Baptista que a liturgia propõe neste II domingo do Advento. O Baptista pregava "um baptismo de conversão para o perdão dos pecados", disse o Papa, mas talvez nos perguntemos "porque nos devemos converter, se a conversão é para aquele que de ateu se torna crente, de pecador se faz justo, enquanto que nós já somos cristãos e, portanto, estamos bem".
Mas é mesmo desta presunção que nos devemos converter – sublinhou Francisco - da suposição de que, afinal, está bem assim e não precisamos de qualquer conversão, pois nem sempre temos na vida os mesmos sentimentos de Jesus:
“Por exemplo, quando recebemos alguma ofensa ou alguma afronta, conseguimos reagir sem animosidade e perdoar do fundo do coração a quem nos pede perdão? Quando somos chamados a partilhar alegrias e tristezas, sabemos sinceramente chorar com quem chora e alegrar-nos com quem se alegra? Quando devemos exprimir a nossa fé, sabemos fazê-lo com coragem e simplicidade, sem nos envergonharmos do Evangelho?
A voz do Baptista, disse ainda Francisco, continua a gritar ainda hoje nos desertos da humanidade, exortando-nos a viver uma vida segundo o Evangelho. Hoje, como então, ele nos adverte "Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas" - um premente convite a abrir o coração e acolher a salvação que Deus nos oferece incessantemente, quase obstinadamente, porque quer que todos sejamos livres da escravidão do pecado. E esta salvação é oferecida a todos os homens, a todos os povos, sem excluir ninguém, porque Deus quer que todos os homens sejam salvos por meio de Jesus Cristo, único mediador - insistiu o Papa.
E se o Senhor nos mudou a vida, também nós devemos sentir a paixão de torná-lo conhecido a todos os que encontramos no trabalho, na escola, no prédio, no hospital, nos lugares de encontro. À nossa volta, disse o Papa, vemos pessoas que estariam disponíveis a iniciar ou reiniciar um caminho de fé, se encontrassem cristãos apaixonados por Jesus. “Não devíamos e não podíamos ser nós tais cristãos?”, perguntou Francisco, convidando todos a terem a coragem de abater as montanhas do orgulho e da rivalidade, a preencherem os sulcos cavados pela indiferença e a apatia,  a endireitarem os caminhos da nossa preguiça e dos nossos compromissos.
E o Papa invocou a Virgem Maria para que nos ajude a abater as barreiras e os obstáculos que impedem a nossa conversão, isto é o nosso caminho ao encontro do Senhor.