Cerca de 400 representantes de mais de 110 conferências episcopais participam, a partir de hoje e até 25 de Outubro, na 14ª assembleia ordinária do sínodo dos bispos, no Vaticano.
Os desafios, a vocação e a missão das famílias católicas no mundo atual são os temas centrais do sínodo, analisados ao longo de 147 artigos do documento de trabalho, apresentado em junho à imprensa.
Entre outras, uma das
propostas em debate é a de permitir, em condições muito rigorosas, a comunhão
aos divorciados que voltaram a casar civilmente, mediante "um caminho de
penitência" sobretudo em casos de "convivência irreversível", o
que não implica uma possibilidade automática de acesso à comunhão.
O documento, que reconhece
a multiplicação da coabitação de casais e dos casamentos civis, defende a
concretização do casamento religioso.
Para os homossexuais, o
documento de trabalho evoca "projetos de acompanhamento pastoral"
para integração na Igreja. "Mas não tem qualquer fundamento o
estabelecimento de analogias, mesmo longínquas, entre uniões homossexuais e o
desígnio de Deus sobre o casamento e a família", reafirma.
Os trabalhos, sobre o tema
"A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo",
vão ser divididos em três semanas, abordando cada uma das partes do documento
de trabalho (desafios, vocação e missão) com intervenções gerais e trabalhos de
grupo semanais.
Portugal vai ter como
delegados o presidente da Conferência Episcopal e cardeal-patriarca de Lisboa,
Manuel Clemente, e o presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família, o
bispo de Portalegre-Castelo Branco, Antonino Dias.
A assembleia sinodal vai
ser também acompanhada por 14 representantes de outras Igrejas cristãs.
O sínodo dos bispos,
convocado pelo papa, é uma assembleia consultiva de representantes dos
episcopados católicos de todo o mundo.
Até hoje, realizaram-se 13
assembleias gerais ordinárias e três extraordinárias, a última das quais em
outubro do ano passado.
Lusa