Jo. 6,60-69 O Papa
Francisco comentando o Evangelho deste XXI domingo do Tempo Comum, disse que
hoje se conclui a leitura do sexto capítulo do Evangelho de João, com o
discurso sobre o “Pão da vida”. No fim desse discurso, sublinhou o Papa, o
grande entusiasmo do dia anterior se apagou, porque Jesus tinha dito ser o Pão
que desceu do céu, e que ele iria dar a sua carne como alimento e o seu sangue
como bebida, aludindo assim claramente ao sacrifício da sua própria vida. E
acrescentou: “Estas
palavras provocaram decepção no povo, que as julgou indignas para um Messias,
palavras não "vencedoras". E assim, alguns observavam Jesus como um
Messias que devia falar e agir de modo que a sua missão tivesse sucesso. Mas
precisamente sobre isso eles se enganavam, no modo de entender a missão do
Messias!”
Até
mesmo os discípulos – prosseguiu Francisco - não conseguem aceitar aquela
linguagem inquietadora do Mestre e mostram o seu desconforto com as palavras:
“Este discurso é duro, quem o pode escutar?”. Mas na verdade, eles tinham entendido
bem o discurso de Jesus, disse, tão bem que não queriam escutá-lo, porque é um
discurso que põe em crise a sua mentalidade. Mas Jesus oferece a chave para
superar as dificuldades, uma chave composta de três elementos:
“Primeiro,
a sua origem divina: Ele desceu do céu e subirá "para onde estava
antes"; segundo: as suas palavras só podem ser compreendidas através da
“acção do Espírito Santo”, Aquele “que dá a vida”; terceiro: a verdadeira causa
da incompreensão das suas palavras é a falta de fé: “Entre vocês há alguns que
não acreditam”.
De
facto, a partir daquele momento, “muitos dos seus discípulos haviam desistido e
perante estas deserções, Jesus não poupa e nem atenua as suas palavras, ao
contrário, obriga a fazer uma escolha precisa: ou estar com Ele ou separar-se
d’Ele, e diz aos Doze: "Também vós quereis ir embora?”. E é então quando
S. Pedro faz a sua confissão de fé em nome dos outros Apóstolos: "Senhor,
a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna".
S.
Pedro não diz "onde iremos?", mas "a quem iremos?" –
explica o Papa – porque o problema básico não é ir e deixar a obra iniciada,
mas é a quem ir. Daquela interrogação de Pedro, entendemos que a fidelidade a
Deus é uma questão de fidelidade a uma pessoa, e esta pessoa é Jesus:
“Tudo
o que temos no mundo não satisfaz a nossa fome de infinito. Precisamos de
Jesus, de estar com Ele, de nos alimentar à sua mesa, das suas palavras de vida
eterna! Crer em Jesus significa fazer d’Ele o centro, o sentido da nossa vida.
Cristo não é um acessório opcional é o "pão vivo", o alimento
essencial.”
E
o Papa pediu a cada um dos presentes um momento de silêncio para se interrogar:
“quem é Jesus para mim?” Que
a Virgem Maria nos ajude a "ir" sempre a Jesus para experimentar a
liberdade que ele nos oferece, e que nos permita limpar nossas escolhas das
sujeiras mundanas e dos medos – concluiu.