Jo 6,24-35 Sobre o Evangelho deste XVIII
domingo do tempo comum o Papa Francisco recordou que depois da multiplicação
dos pães – conforme conta o Evangelista João - as pessoas puseram-se à procura
de Jesus e acabaram por encontra-Lo em Cafarnaum. Jesus compreendeu
logo o motivo de tanto entusiasmo da parte do povo e declarou-o
claramente:
“Vocês estão à minha procura não
porque vistes sinais, mas porque comestes daqueles pães e vos saciastes”.
Na realidade – disse o Papa –
aquelas pessoas procuram o pão material que no dia precedente tinha aplacado a
sua fome. Não compreenderam que aquele pão partido para muitos, era expressão
do amor do próprio Jesus. Deram mais valor ao pão do que ao seu doador.
Perante esta cegueira espiritual
– prosseguiu o Papa – Jesus põe em evidencia a necessidade de ir para além da
satisfação das necessidades imediatas, das próprias necessidades materiais,
embora sejam essenciais. O Filho de Deus convida a ir para além das
necessidades imediatas, do comer, do vestir, do sucesso, da carreira, para se
olhar para algo de incorruptível, e exorta:
“Empenhai-vos não para a
alimentação que não dura, mas para a alimentação que permanece para a vida
eterna e que o Filho do homem vos dará”.
Jesus quer fazer compreender,
com estas palavras – frisou o Papa – que a fome física da pessoa humana, traz
consigo algo de mais importante, que não pode ser saciado com a comida
ordinária.
“Trata-se de fome de vida, de
eternidade que Ele só pode saciar, na medida em que é “o pão da vida”.
O Papa chama também a atenção
para o facto de Jesus não eliminar a preocupação da procura do pão quotidiano,
mas recorda simplesmente que “o verdadeiro significado da nossa existência
terrena está na eternidade, e que a história humana com os seus sofrimentos e
as suas alegrias deve ser vista num horizonte de eternidade, isto é, naquele
horizonte do encontro definitivo com Ele. E esse encontro ilumina todos os dias
da nossa vida. Se nós pensarmos nesse encontro, nesse grande dom, os pequenos
dons da vida, mesmo os sofrimentos e as preocupações serão iluminados, na
esperança deste encontro”.
Jesus é pão vivo descido dos
Céus, apresenta-se a nós como único e verdadeiro significado da existência
humana – frisou ainda o Papa, acrescentando que é o próprio Jesus a explicar o
significado da existência do ser humano:
“Eu sou o pão da vida, quem vive
em mim não terá fome e que crê em mim não terá sede, nunca!”
O Papa indicou nisto uma
referência à Eucaristia, o grande dom que sacia a alma e o corpo. “Encontrar e
acolher em nós Jesus, ‘pão da vida’, dá significado e esperança ao caminho
tortuoso da vida. Mas este “pão da vida” é-nos dado para que possamos, por
nossa vez, saciar a fome espiritual e material dos irmãos, anunciando o
Evangelho onde quer que seja, mesmo nas periferias existenciais. Com o
testemunho das nossas atitudes fraternas e solidárias em relação ao próximo,
tornamos presente Cristo e o seu amor por meio dos homens”
O Papa concluiu dizendo que temos
muita necessidade de Deus na nossa existência quotidiana! Tanto nos dias de
trabalho e de preocupações, como nos dias de férias. O Senhor convida-nos a não
esquecer que, se por um lado é justo preocupar-se com o pão material, por
outro, para consolidar as forças, é ainda mais necessário potenciar a nossa fé
em Cristo, “pão da vida” que sacia o nosso desejo de verdade, de justiça e de
consolação.
E o Papa pediu à Virgem Maria
para nos apoiar na procura e na sequela do seu Filho Jesus, o “pão verdadeiro”
que não se corrompe e dura para a vida eterna.