“O cristão não é uma pessoa isolada, pertence a um
povo, esse povo que forma Deus. Não se pode ser um cristão sem tal pertença e
comunhão: somos povo, o povo de Deus”: foi o que afirmou o Papa Francisco na
alocução que precedeu a oração mariana do Angelus neste domingo (27/05), na
Praça São Pedro, na festa da Santíssima Trindade.
As leituras bíblicas de hoje – explicou o Santo Padre –
falam-nos não só de um Deus que existe, mas particularmente de um 'Deus connosco’,
perto de nós, que nos ama, que caminha connosco, que se interessa pela nossa
história pessoal e cuida de cada um, desde os pequeninos até aos mais
necessitados.
"Ele é 'Deus lá no céu' mas também 'aqui em baixo
na terra'- continuou -. Portanto, não acreditamos numa entidade distante, não,
em uma entidade indiferente, não, mas ao contrário no Amor que criou o universo
e gerou um povo, e se fez carne, morreu e ressuscitou por nós, e como o
Espírito Santo tudo transforma e leva à plenitude ".
"São Paulo, que primeiro experimentou essa
transformação realizada por Deus-Amor, comunica-nos esse desejo de Deus de ser
chamado de Pai, ou melhor, de 'papá', Deus é papá - disse o Papa -, com a total
confiança de uma criança que se abandona nos braços de quem lhe deu a vida. O
Espírito Santo - recorda o Apóstolo - agindo em nós faz com que Jesus Cristo
não seja reduzido a um personagem do passado, mas que nós o sintamos próximo,
nosso contemporâneo, e experimentemos a alegria de sermos filhos amados por
Deus".
"Deus caminhando connosco enche-nos de alegria e
a alegria é um pouco a primeira linguagem do cristão", disse o Pontífice.
Então, a festa da Santíssima Trindade "faz-nos contemplar o mistério de um
Deus que incessantemente cria, redime e santifica, sempre com amor e por amor,
e a cada criatura que o acolhe faz refletir um raio da sua beleza, bondade e
verdade. Ele sempre escolheu caminhar com a humanidade e formar um povo que é
bênção para todas as nações e para todas as pessoas, nenhuma é excluída".
O Papa concluiu as suas palavras pedindo a Nossa
Senhora que“nos ajude a cumprir com alegria a missão de testemunhar ao
mundo, sedento de amor, que o sentido da vida é precisamente o amor infinito, o
amor concreto do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.