domingo, 6 de maio de 2018

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DO VI DOMINGO DA PÁSCOA (ANO B)


Jo. 15, 9-17 O Papa Francisco rezou a oração mariana do Regina Coeli, neste domingo (06/05), com os fiéis e peregrinos de várias partes do mundo, reunidos na Praça São Pedro.
Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice ressaltou que “neste tempo pascal a Palavra de Deus continua a indicar-nos estilos de vida coerentes para sermos a comunidade do Senhor Ressuscitado”.
Dentre esses estilos, o “Evangelho de hoje apresenta a entrega de Jesus: «Permaneçam no meu amor», permanecer no amor de Jesus.”  
“Viver na corrente do amor de Deus, estabelecer morada, é a condição para que o nosso amor não perca, pelas ruas, o seu ardor e a sua audácia. Nós também, como Jesus e Nele, devemos acolher com gratidão o amor que vem do Pai e permanecer neste amor, tentando não nos separar dele devido ao egoísmo e ao pecado. É um programa exigente mas não impossível.”
Segundo o Papa, “primeiramente, é importante tomar consciência de que o amor de Cristo não é um sentimento superficial, mas uma atitude fundamental do coração, que se manifesta no viver como Ele quer. De fato, Jesus afirma: «Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor.»
 “O amor se realiza na vida cotidiana, nos comportamentos, nas ações; caso contrário é apenas algo ilusório. São palavras, palavras, palavras: isso não é amor. O amor é concreto todos os dias. Jesus nos pede para observar os seus mandamentos, que se resumem nisso: “Amem-se uns aos outros, assim como eu amei vos amei.”
E Francisco perguntou: “Como fazer para que esse amor que o Senhor Ressuscitado nos doa possa ser partilhado com os outros? Muitas vezes, Jesus indicou quem é o outro a amar, não com palavras, mas com fatos. É aquele que encontro no meu caminho e me interpela com o seu rosto e a sua história; é aquele que, com a sua presença, me impulsiona a sair dos meus interesses e das minhas seguranças; é aquele que espera a minha disponibilidade de acolher e caminhar juntos na mesma estrada.”
“Disponibilidade a todo o irmão e irmã, a quem quer que seja e em que situação se encontre, começando com aquele que está próximo de mim na família, na comunidade, no trabalho, na escola. Desta forma, se eu permaneço unido a Jesus, o seu amor pode alcançar o outro e atraí-lo a si, para a sua amizade”, sublinhou o Santo Padre.
Para Francisco, “esse amor pelos outros não pode ser reservado a momentos excepcionais, mas deve tornar-se uma constante na nossa existência. É por isso que somos chamados, por exemplo, a proteger os idosos como um tesouro precioso e com amor, mesmo que criem problemas econômicos e inconvenientes, devemos protegê-los. É por isso que aos doentes, devemos prestar toda a assistência possível. É por isso que os nascituros devem ser sempre acolhidos. É por isso que, em última análise, a vida deve ser sempre protegida e amada desde a concepção até a morte natural. Isso é amor.”
“Somos amados por Deus em Jesus Cristo, que nos pede para nos amarmos uns aos outros como Ele nos ama. Mas nós não podemos fazer isso se não tivermos o seu próprio coração em nós.”
“A Eucaristia, à qual somos chamados a participar todos os domingos, tem como objetivo formar em nós o Coração de Cristo, de modo que toda a nossa vida seja guiada por suas atitudes generosas.”
“Que a Virgem Maria nos ajude a permanecer no amor de Jesus e a crescer no amor a todos, especialmente aos mais vulneráveis, a fim de correspondermos plenamente à nossa vocação cristã”, concluiu o Papa.