Jo. 15, 9-17 O Papa
Francisco rezou a oração mariana do Regina Coeli, neste domingo (06/05), com os
fiéis e peregrinos de várias partes do mundo, reunidos na Praça São Pedro.
Na alocução que
precedeu a oração, o Pontífice ressaltou que “neste tempo pascal a Palavra de
Deus continua a indicar-nos estilos de vida coerentes para sermos a comunidade
do Senhor Ressuscitado”.
Dentre esses
estilos, o “Evangelho de hoje apresenta a entrega de Jesus: «Permaneçam no meu
amor», permanecer no amor de Jesus.”
“Viver na
corrente do amor de Deus, estabelecer morada, é a condição para que o nosso
amor não perca, pelas ruas, o seu ardor e a sua audácia. Nós também, como Jesus
e Nele, devemos acolher com gratidão o amor que vem do Pai e permanecer neste
amor, tentando não nos separar dele devido ao egoísmo e ao pecado. É um
programa exigente mas não impossível.”
Segundo o Papa,
“primeiramente, é importante tomar consciência de que o amor de Cristo não é um
sentimento superficial, mas uma atitude fundamental do coração, que se
manifesta no viver como Ele quer. De fato, Jesus afirma: «Se vocês obedecerem
aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos
mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor.»
“O amor se realiza na vida cotidiana, nos
comportamentos, nas ações; caso contrário é apenas algo ilusório. São palavras,
palavras, palavras: isso não é amor. O amor é concreto todos os dias. Jesus nos
pede para observar os seus mandamentos, que se resumem nisso: “Amem-se uns aos outros,
assim como eu amei vos amei.”
E Francisco
perguntou: “Como fazer para que esse amor que o Senhor Ressuscitado nos doa
possa ser partilhado com os outros? Muitas vezes, Jesus indicou quem é o outro
a amar, não com palavras, mas com fatos. É aquele que encontro no meu caminho
e me interpela com o seu rosto e a sua história; é aquele que, com a sua presença,
me impulsiona a sair dos meus interesses e das minhas seguranças; é aquele que espera
a minha disponibilidade de acolher e caminhar juntos na mesma estrada.”
“Disponibilidade
a todo o irmão e irmã, a quem quer que seja e em que situação se encontre,
começando com aquele que está próximo de mim na família, na comunidade, no
trabalho, na escola. Desta forma, se eu permaneço unido a Jesus, o seu amor
pode alcançar o outro e atraí-lo a si, para a sua amizade”, sublinhou o Santo
Padre.
Para Francisco,
“esse amor pelos outros não pode ser reservado a momentos excepcionais, mas
deve tornar-se uma constante na nossa existência. É por isso que somos
chamados, por exemplo, a proteger os idosos como um tesouro precioso e com
amor, mesmo que criem problemas econômicos e inconvenientes, devemos protegê-los.
É por isso que aos doentes, devemos prestar toda a assistência possível. É por
isso que os nascituros devem ser sempre acolhidos. É por isso que, em última
análise, a vida deve ser sempre protegida e amada desde a concepção até a morte
natural. Isso é amor.”
“Somos amados
por Deus em Jesus Cristo, que nos pede para nos amarmos uns aos outros como Ele
nos ama. Mas nós não podemos fazer isso se não tivermos o seu próprio coração
em nós.”
“A Eucaristia,
à qual somos chamados a participar todos os domingos, tem como objetivo formar
em nós o Coração de Cristo, de modo que toda a nossa vida seja guiada por suas
atitudes generosas.”
“Que a Virgem
Maria nos ajude a permanecer no amor de Jesus e a crescer no amor a todos,
especialmente aos mais vulneráveis, a fim de correspondermos plenamente à nossa
vocação cristã”, concluiu o Papa.