Neste I domingo da
Quaresma o Papa Francisco presidiu à Santa Missa em Ecatepec, arredores da
Cidade do México. Na homilia Francisco começou por recordar a Quaresma, tempo
litúrgico – disse – em que a Igreja nos convida a preparar-nos para a Páscoa e
tempo especial para lembrar o dom do nosso Baptismo.
Mas a Quaresma é também tempo para abrir os olhos para
as injustiças que atentam directamente contra o sonho e o projecto de Deus,
disse ainda o Papa, tempo para desmascarar aquelas três grandes formas de
tentação - que aparecem no Evangelho deste I domingo da Quaresma (Lc 4,1-13) - que procuram arruinar a verdade a que
fomos chamados: a riqueza, a vaidade e o orgulho.
Sobre a tentação da riqueza disse Francisco:
“A riqueza, apropriando-nos de bens que foram dados
para todos, usando-os só para mim ou para «os meus». É conseguir o pão com o
suor alheio ou até com a vida alheia. Tal riqueza é pão que sabe a tristeza,
amargura e sofrimento. Numa família ou numa sociedade corrupta, é o pão que se
dá a comer aos próprios filhos”.
Três tentações de Cristo, observou Francisco, mas
também três tentações que o cristão enfrenta diariamente, três tentações que
procuram degradar, destruir e tirar a alegria e o frescor do Evangelho; que nos
fecham num círculo de destruição e pecado.
E o Papa convidou a perguntar-nos se estamos
conscientes destas tentações na nossa vida e se não nos acostumamos a um estilo
de vida que considera a riqueza, a vaidade e o orgulho como a fonte e a força
de vida.
Mas temos de escolher Jesus, e não o diabo, diz o
Papa, e a Igreja oferece-nos o tempo da Quaresma convidando-nos à conversão, na
certeza de que Deus está à nossa espera e quer curar o nosso coração de tudo
aquilo que o degrada - é o Deus cujo nome é misericórdia, nome no qual pomos a
nossa confiança.
E concluiu rezando para que o Espírito Santo renove
nos fiéis a certeza de que o seu nome é misericórdia e nos faça experimentar,
em cada dia, que o Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se
encontram com Jesus.