Mt 2,1-12 Celebramos,
nesta festa da Epifania do Senhor, a abertura do Reino de Deus para todos os
povos, para todos aqueles que possuem sentimentos de paz, que buscam fazer o
bem e evitar o mal. Deus acolhe em sua casa todos os homens de boa vontade. É o
redimensionamento da História da Salvação, ou melhor, é a plenificação de seus
objetivos.
No presépio eram os pastores judeus a adorarem o
Menino Jesus, a verem cumpridas as profecias da vinda do Messias, agora,
representando toda a Humanidade, temos os Magos adorando o Redentor de todos os
homens.
A festa da Epifania mostra a saída dos judeus do
protagonismo da Economia da Salvação e tomada de posse do novo povo de Deus, ou
seja, de todos aqueles que aceitam o Menino Deus, o Príncipe da Paz, como o
Cristo Redentor!
São Mateus, no evangelho, clarifica, com a vinda
dos Magos, a atração dos povos pela luz que ilumina Jerusalém. E ela os conduz
à casa da luz, à casa onde habita a Luz do Mundo, Jesus Cristo.
Paradoxalmente, São Mateus fala que os doutores da
Lei, aqueles que deveriam possibilitar a Luz iluminar, não querem ser
incomodados pela luz e preferem permanecer na escuridão.
Ao contrário, os magos, representando aqueles que
não receberam a Revelação, como a receberam os judeus, usaram suas
inteligências, cultura, todos os recursos que possuíam e intuíram o nascimento
do Messias através do surgimento de uma estrela com um brilho extraordinário, a
estrela guia. Por isso passaram a fazer parte do novo Povo de Deus, aceitando
os ditames do Menino Deus, da aliança feita por ele através do derramamento de
seu sangue, e vivendo o amor, o perdão, a simplicidade de vida, a generosidade,
entre outros valores.
Nas festas de Natal demonstramos o nosso poder
aquisitivo na compra de presentes e no preparo de uma ceia faustosa, contudo a
comida já foi para um lugar escuso e os presentes começaram a perder o seu
valor e poderão ir parar nas mãos de quem não amamos. O tempo corrói! Mas as
esmolas que demos, as visitas que fizemos, os moradores de rua que levamos para
cear connosco, o tempo gasto com pessoas marginalizadas pela sociedade e também
o tempo dedicado à oração foram contabilizados na economia da salvação, se
transformaram em bens de eternidade, de acordo com os valores do grande rei, o
menino que nasceu no presépio e morreu na cruz, após lavar os pés de seus
discípulos.
Como foi o nosso Natal? Como encaramos as
exigências da revelação? Se temos dificuldades, peçamos a intercessão da Virgem
Maria e de São José para mudarmos o nosso modo de pensar e de agir. Sabemos que
o velho e viciado modo de pensar e de agir fala mais alto na hora das decisões.
A salvação não virá dos poderosos, nem do dinheiro, nem da sociedade
consumista. Será de um coração despojado, fraterno, pobre, que confia em Deus e
nele tem sua única riqueza que o Senhor se servirá para fazer o bem.
Como os Magos, desviemos nossa caminhada daquelas
pessoas ou situações que nos afastam de Deus, que optam pelo Mal, que preferem
o acomodamento à prática do bem.
A Igreja tem a missão de ser farol porque nela está
a Luz Verdadeira. Como batizado faço parte da Igreja e a vela acesa que recebi
logo após ter sido lavado no sangue de Jesus, me leva a manifestar a
misericórdia de Deus a todos o homens, façam já parte da Igreja, ou ainda não.
Tenhamos a coragem de romper com os vícios do
passado e vivamos a autenticidade do Evangelho. Permitamos que o Senhor faça
sua Epifania através de nós, como a fez através de Teresa de Calcutá e de
tantos homens e mulheres de todos os tempos. É preciso coragem! Coragem! Ele
venceu o mundo! (Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para a Solenidade
da Epifania do Senhor)