Hoje, na sua mensagem à Cidade e ao mundo (Mensagem “Urbi et Orbi” como
habitualmente se chama) o Papa Francisco reconhece antes de tudo o facto
central deste dia de Páscoa. “Jesus Cristo ressuscitou! O amor venceu o ódio, a
vida venceu a morte, a luz afugentou as trevas!”, acrescentando que foi por
nosso amor que Jesus Cristo se despojou da sua glória divina; esvaziou-Se a Si
próprio, assumiu a forma de servo e humilhou-Se até à morte, e morte de cruz.
Por isso, Deus O exaltou e fê-Lo Senhor do universo. E com a sua morte e
ressurreição, Jesus indica a todos o caminho da vida e da felicidade, disse o
Papa: “Este caminho é a humildade, que inclui a humilhação. Esta é a estrada
que leva à glória. Somente quem se humilha pode caminhar para as «coisas do
alto», para Deus. O orgulhoso olha «de cima para baixo», o humilde olha «de
baixo para cima»”.
O Papa cita em seguida o exemplo dos discípulos Pedro e João que na
manhã de Páscoa, informados pelas mulheres, correram até ao sepulcro e, tendo-o
encontrado aberto e vazio, se aproximaram e se «inclinaram» para entrar no
sepulcro.
Para entrar no mistério, reiterou pois o Papa Francisco, é preciso
«inclinar-se», abaixar-se, porque somente quem se abaixa compreende a
glorificação de Jesus e pode segui-Lo na sua estrada, contrariamente à lógica mundana:
“A proposta do mundo é impor-se a todo o custo, competir, fazer-se valer… Mas
os cristãos, pela graça de Cristo morto e ressuscitado, são os rebentos duma
outra humanidade, em que se procura viver ao serviço uns dos outros, não
ser arrogantes mas disponíveis e respeitadores. Isto não é fraqueza, mas verdadeira
força! Quem traz dentro de si a força de Deus, o seu amor e a sua justiça, não
precisa de usar violência, mas fala e age com a força da verdade, da beleza e
do amor”.
E o Papa invocou neste ponto ao Senhor ressuscitado a graça de não
cedermos ao orgulho que alimenta a violência e as guerras, mas de termos a
coragem humilde do perdão e da paz, tendo acrescentado: “A Jesus vitorioso
pedimos que alivie os sofrimentos de tantos irmãos nossos, perseguidos por causa
do seu nome, bem como de todos aqueles que sofrem injustamente as consequências
dos conflitos e das violências em curso”.