O Santo Padre
enfatizou que neste III domingo do Advento a liturgia nos convida à alegria,
destacando as palavras com as quais o profeta Sofonias se dirige à pequena
porção do povo de Israel: “Alegra-te, filha de Sião, grita de alegria, Israel,
exulta e aclama com todo o coração, filha de Jerusalém!” (3,14). “Gritar de
alegria, exultar, alegrar-se: este é o convite deste domingo”, prosseguiu.
“Os habitantes
da cidade santa são chamados a alegrar-se porque o Senhor revogou a sua
condenação”, frisou o Pontífice e acrescentou que Deus perdoou, não quis punir,
consequentemente, para o povo não há mais motivo de tristeza e de desconforto,
mas de gratidão alegre a Deus, que quer resgatar e salvar sempre aqueles que
ama.
O amor do
Senhor pelo seu povo é incessante, comparável à ternura do pai pelos filhos, do
esposo pela esposa, como diz ainda Sofonias: “Alegrar-se-á por tua casa,
renovar-te-á por seu amor, exultará por ti com gritos de alegria”
Este apelo do
profeta é particularmente apropriado no tempo em que nos preparamos para o
Natal, disse o Papa, “porque se aplica a Jesus, o Emanuel, o Deus-connosco: a
sua presença é a fonte da alegria”.
“As palavras do
anjo Gabriel à Virgem são como um eco das palavras do profeta. O que diz o
arcanjo Gabriel?: ‘Alegrai-vos, ó cheia de graça, o Senhor é convosco’ (Lc
1,28). “Alegrai-vos”. Numa aldeia perdida da Galileia, no coração de uma jovem
mulher desconhecida para o mundo, Deus acende a centelha da felicidade para o
mundo inteiro.”
E hoje o mesmo
anúncio é dirigido à Igreja, chamada a acolher o Evangelho para que se torne
carne, vida concreta, e diz à Igreja, a todos nós: «Alegrai-vos, pequena
comunidade cristã, pobre e humilde, mas bonita a meus olhos e desejai
ardentemente o meu Reino, tendo fome e sede de justiça, tecendo com paciência e
paz, não seguindo os poderosos do momento, mas permanecendo fielmente ao lado
dos pobres. E assim não tereis medo de nada. O vosso coração será alegria”.
Francisco
lembrou que também São Paulo na liturgia deste domingo nos exorta a não nos angustiar
sem esperança por nada, mas em toda circunstância apresentar a Deus os nossos
pedidos, as nossas necessidades, as nossas preocupações, “com orações e
súplicas” (Fil 4,6).
“Nenhuma
preocupação, nenhum medo jamais conseguirá tirar-nos a serenidade, que não vem das
coisas humanas, das consolações humanas, mas de Deus, do saber que Deus guia
amorosamente a nossa vida, e o faz sempre. Mesmo no meio dos problemas e dos
sofrimentos, esta certeza alimenta a esperança e a coragem.”
Mas para
acolher o convite do Senhor à alegria, prosseguiu o Santo Padre, é preciso sermos
pessoas dispostas a interrogarmo-nos. O que significa isso? “Justamente como
aqueles que, após ter ouvido a pregação de João Batista, lhe perguntam: ‘Tu
pregas assim. E nós, o que devemos fazer? O que devo fazer? (Lc 3,10)’. Essa
pergunta é o primeiro passo para a conversão que somos convidados a realizar
neste tempo do Advento”, exortou Francisco.