terça-feira, 26 de maio de 2020

INFORMAÇÃO IMPORTANTE - Normas práticas para a celebração da missa

Caros amigos,

No próximo fim-de-semana retomaremos a celebração das missas abertas à comunidade paroquial. É uma grande alegria podermos voltar a celebrar juntos o sacramento da Eucaristia. No entanto, porque alguns cuidados ainda são necessários, teremos que fazer algumas adaptações e pôr em prática algumas normas para segurança de todos. A lista que se encontra abaixo é elaborada a partir das Orientações da Conferência episcopal Portuguesa.

  • Em primeiro lugar, cabe recordar a importância do preceito dominical. Nos últimos meses não nos foi possível participar na Missa por motivos de força maior. Não há, por isso, falta grave da nossa parte. A partir de agora, ser-nos-á mais fácil participar na Missa de Domingo, mas provavelmente não todas as semanas. Dadas as circunstâncias, desde que façamos da nossa parte o que pudermos, podemos ficar de consciência tranquila. Devemos, no entanto, procurar outras formas, como já temos feito ao longo destes meses, de santificar o Domingo através da oração e da leitura da Palavra de Deus e outras práticas de piedade.
  • Não devem vir à Missa:
    • As pessoas que estão doentes de COVID ou têm febre, tosse seca ou dificuldade em respirar, por porem os outros em perigo de contágio;
    • As pessoas de grupos de risco, como as pessoas de idade avançada ou cuja saúde as põe em risco elevado de contágio;
    • as crianças e jovens com menos de 18 anos, a não ser que venham acompanhadas de um familiar ou encarregado de educação.  
  • As pessoas que por doença ou idade avançada não puderem participar presencialmente na Missa podem pedir a visita de um ministro extraordinário da comunhão. Se lhes for possível, podem vir à Missa à semana, uma vez que há menos pessoas presentes, mas devem evitar vir frequentemente.
  • Haverá equipas de acolhimento à entrada da celebração que procurarão ajudar a que tudo corra bem. Vão garantir que todos entramos com máscara na igreja, que desinfectamos as mãos ao entrar e indicarão a cada pessoa ou família o banco que devem ocupar. Peço da parte de todos boa vontade e espírito de colaboração.
  • Dentro da igreja devemos permanecer de máscara posta durante toda a celebração, excepto para receber a sagrada Comunhão.
  • Cada banco só leva duas pessoas, a não ser que sejam pessoas que vivem na mesma casa. É por isso preferível que se inscrevam por família/casa, para que mais pessoas possam ocupar os bancos.
  • Uma vez que seremos muito menos pessoas dentro da igreja, temos de seguir um sistema de inscrições, de maneira que tudo possa decorrer sem stress desnecessário.
    • Quem quiser participar na Missa de sábado ou domingo deve contactar-me para se inscrever (917 110 409). Só entrarão para a Missa as pessoas que se tiverem inscrito. Uma pessoa que não se inscreveu não poderá tomar o lugar de quem se inscreveu. A equipa de acolhimento fará com que isto seja observado.
    • Teremos Missa sábado às 18h e domingo às 11h (meia-hora mais cedo que o habitual) e às 18h (acrescentada para alargar a possibilidade de participar).
    • Se o tempo for favorável, celebraremos no exterior, no terreno por detrás da paróquia, onde mais pessoas podem assistir. Não haverá lugares sentados. Se alguém quiser sentar-se deve trazer assento de casa. Estaremos ao sol, pelo que será permitido o uso de chapéu ou outra forma de se proteger do sol. Os adultos que acompanharem crianças devem assegurar que estas estão protegidas do sol.
    • Se a celebração da Missa decorrer no exterior, o número de participantes na assembleia não será limitado aos inscritos. Assim, se fizer bom tempo, mesmo que não nos tenhamos inscrito é provável que haja lugar para nós, se a Missa decorrer no exterior.
  • Estas normas aplicam-se, com as devidas adaptações, a quaisquer outros actos litúrgicos ou de piedade que venham a ter lugar na igreja, nomeadamente a oração do terço. De momento não será rezado o terço antes da Missa. Ver-se-á no futuro a possibilidade de retomar essa prática. Procuremos continuar esse hábito em nossas casas.
Que estas normas e estes cuidados não nos distraiam do essencial e não nos impeçam de viver a celebração com devoção, reverência e alegria.


Com amizade,
Pe. João

sábado, 9 de maio de 2020

Igreja em Rede: Terço - Quasi-Paróquia de São Francisco Xavier - 08/05/2...




Ontem (8.05.2020), a Igreja em Rede, da Diocese de Setúbal, rezou os mistérios dolorosos do rosário com a Paróquia de S. Francisco Xavier de Caparica. A maioria dos paroquianos acompanhou a partir de suas casas respondendo ao convite do Papa Francisco, neste mês de Maio, que, numa carta dirigida a todos os fiéis, nos chama a redescobrir a beleza de rezar o terço em casa, com a família - uma dimensão que as restrições da pandemia nos "forçaram" a valorizar, inclusivé do ponto de vista espiritual.


P. JOÃO DE BRITO COMEÇA A UTILIZAR O YOUTUBE PARA COMENTAR O EVANGELHO DE CADA DIA (EM TEMPO DE COVID-19)



O P. João de Brito passou a utilizar o YOU TUBE*, no passado dia 4 de Maio, para comentar o Evangelho de cada dia. Os paroquianos e o povo de Deus, em geral, podem assim acompanhar a Palavra de Deus escolhida pela Igreja para cada dia, neste tempo em que não nos é possível encontrarmo-nos para celebrar juntos a Eucaristia.

*Quem estiver a gostar de assistir a estes comentários e de ver assim a nossa Paróquia e o nosso pároco no You Tube (e quem sabe em futuras iniciativas pastorais paroquiais) deve inscrever-se nesse canal (o You Tube) e marcar o "sino" se desejar receber as notificações.



Orientações da Conferência Episcopal Portuguesa para a celebração do Culto público católico no contexto da pandemia COVID-19


Bendizemos ao Senhor Jesus Cristo que não nos abandonou neste tempo difícil e agradecemos à Virgem Santa Maria a intercessão nas nossas necessidades, para sermos capazes de compreender e viver todos os acontecimentos pessoais e comunitários como momentos de salvação.
O novo coronavírus continua a propagar-se em Portugal, já que estamos ainda no início desta pandemia. Na parte que lhe cabe, a Igreja tem a grave responsabilidade de prevenir o contágio da enfermidade, em coordenação com as legítimas autoridades governativas e de saúde.
Entretanto, face ao controlo progressivo da pandemia provocada pelo coronavírus COVID-19 no nosso País e ao início das medidas de desconfinamento, esperamos retomar brevemente as celebrações litúrgicas comunitárias e abertas e demais atos de culto público, o que corresponde à natureza da Igreja, assembleia do Senhor.
Reafirmamos o nosso regozijo pela redescoberta e revalorização criativas de numerosas formas pessoais e familiares de prática religiosa, de oração e liturgia doméstica. Com esta nova vitalidade, poderemos enfrentar melhor os meses que nos esperam, sabendo bem que será preciso ainda esperar algum tempo até ao integral restabelecimento da vida eclesial e religiosa. Nada pode substituir a vida sacramental plena. Mas bem sabemos que as celebrações públicas do Culto Divino constituem o cume e a fonte, embora não sejam o todo da nossa vida de fé, esperança e caridade.
Ao mesmo tempo que se retoma a participação comunitária na Liturgia, há que garantir a proteção contra a infeção. Por isso, a Conferência Episcopal Portuguesa convida todos os fiéis a fazerem por si próprios todos os possíveis para limitar esta pandemia e propõe algumas medidas de proteção que dimanam da caridade fraterna.
Estas normas de proteção deverão ser concretizadas em cada Diocese, modificando-as, se for o caso, tendo em conta o que a autoridade de saúde dispuser em cada momento. O bem comum convida todas as Dioceses a caminharem juntas.

ANTES DA MISSA

1. Na impossibilidade de cumprir presencialmente o preceito dominical, convida-se à leitura orante da Palavra de Deus e à oração em casa, aproveitando-se a transmissão mediática das celebrações, também disponível para os que não podem ir à igreja por razões de saúde ou idade.
2. Pede-se aos fiéis que estão ou se sentem doentes que não vão à Missa. No respeito pelas diretivas das autoridades de saúde, poderão receber a comunhão em suas casas recorrendo ao serviço dos ministros extraordinários da Comunhão, logo que possível, devendo observar as mesmas regras de higienização da Comunhão na Missa dominical.
3. Convidam-se fiéis pertencentes a grupos de risco a não frequentar a Missa dominical; por razões imperiosas, poderão ir à Missa durante a semana, em que há menos fiéis.
4. Devem afixar-se, em sítios bem visíveis, cartazes a lembrar as regras de higiene e de distanciamento (anexos da Direção Geral de Saúde).
5. As comunidades cristãs deverão organizar equipas de acolhimento e ordem que auxiliem os fiéis no cumprimento das normas de proteção.
6. Nos horários previstos para as celebrações, as portas de entrada da igreja, claramente identificáveis, deverão estar abertas para evitar que quem acede tenha de tocar nos puxadores ou maçanetas. A comunidade cristã confiará a um pequeno grupo de pessoas a tarefa de velar pelo correto decorrer das entradas.
7. Sempre que possível, as portas de entrada sejam distintas das de saída e haverá percursos sinalizados de sentido único de modo a evitar que as pessoas se cruzem.
8. Os fiéis devem higienizar as mãos à entrada da igreja com um produto desinfetante. As pessoas a quem a comunidade cristã confia esta tarefa porão à disposição frascos dispensadores com uma quantidade suficiente de produto desinfetante e verificarão que todos, sem exceção, desinfetam as mãos.
9. É obrigatório o uso de máscara, a qual só deverá ser retirada no momento da receção da Comunhão eucarística.
10. O acesso dos fiéis às Missas dominicais, às celebrações da Palavra e a outros atos de culto será limitado no número de participantes, de acordo com a dimensão da igreja e as regras aplicáveis, pelas autoridades competentes, a todos os eventos em espaços fechados.
11. Deve respeitar-se a distância mínima de segurança entre participantes de modo que cada fiel disponha, só para si, de um espaço mínimo de 4m2; deve garantir-se, com medidas adequadas, que as distâncias necessárias sejam respeitadas (por ex: barrando acesso a alguns bancos ou alternando as filas, afastando cadeiras; marcando os lugares com cores ou outra sinalética). A regra do distanciamento não se aplica a pessoas da mesma família ou que vivam na mesma casa.
12. Para descongestionar as igrejas com maior afluência de fiéis e quando os sacerdotes já celebrarem a Santa Missa no número de vezes canonicamente permitido, poderão oferecer-se celebrações na ausência de presbítero, com distribuição da comunhão, nas condições previstas. Para evitar que alguns fiéis sejam mandados embora ao chegar a uma igreja com a lotação já preenchida, sugerem-se, onde for viável, diligências de reserva e numeração dos lugares; pode também privilegiar-se o acesso, rotativamente, aos diferentes lugares, povoações ou arruamentos de cada comunidade cristã.
13. Sempre que a meteorologia o permita e haja espaços adequados, faça-se um uso generoso da possibilidade de celebrar atos de culto ao ar livre. Nessas situações dê-se precedência nos assentos às pessoas mais velhas.
14. As pias de água benta junto às entradas da igreja continuarão vazias.

DURANTE A MISSA

15. Os fiéis ocupam os lugares previstos, mantendo as distâncias estabelecidas, sob a supervisão das pessoas a quem a comunidade cristã confia esta tarefa. Não se separam as famílias ou os que vivem na mesma casa. As primeiras pessoas a entrar devem ocupar os lugares mais distantes da porta de entrada.
16. Os fiéis que sintam algum mal-estar durante alguma celebração devem sair imediatamente, acompanhadas pelas pessoas que a comunidade cristã tiver designado.
17.  Habitualmente, além do sacerdote e diácono, a celebração pode desenrolar-se com o número de acólitos adequado ao espaço existente no presbitério para que se cumpram as regras do distanciamento. Nas mesmas condições, podem também intervir um ou dois leitores que poderão estar situados na assembleia. Analogamente, para a dinamização musical das celebrações recomenda-se que haja um número adequado de cantores, acompanhados de algum instrumento, de preferência o órgão.
18. Os leitores e cantores desinfetarão as mãos antes e depois de tocarem no ambão ou nos livros. Não haverá folha de cânticos nem se distribuirão desdobráveis com as leituras ou qualquer outro objeto ou papel.
19. Os recipientes para recolher a coleta não se passarão no momento do ofertório, mas serão apresentados à saída da igreja pela equipa de ordem e acolhimento, seguindo os critérios de segurança apontados.
20. Os sacristães, acólitos ministrantes e outros colaboradores da igreja, equipados com máscaras e luvas descartáveis, devem manusear e limpar os utensílios litúrgicos, e secá-los com toalhas de papel, não reutilizáveis.
21. O sacerdote e o diácono, se estiver presente, desinfetarão as mãos antes da apresentação dos dons. Apenas o sacerdote e o diácono (não os acólitos) pegam nas oferendas e nos vasos sagrados.
22. O cálice e a patena deverão estar cobertos com a respetiva pala, apenas se destapando no momento em que o sacerdote celebrante os toma nas suas mãos para a consagração; as píxides devem manter-se fechadas com a respetiva tampa.
23. O gesto de paz, que é facultativo, continua suspenso.
24. Na procissão para a Comunhão, os fiéis devem respeitar o distanciamento aconselhado. Se for o caso, marcar-se-ão as distâncias no pavimento da igreja. Sendo inevitável uma maior proximidade, os ministros que a distribuem usarão máscara.
25. O diálogo individual da Comunhão («Corpo de Cristo». – «Amen.») pronunciar-se-á de forma coletiva depois da resposta «Senhor, eu não sou digno…», distribuindo-se a Eucaristia em silêncio.
26. Na receção da Comunhão, observem-se as normas de segurança e de saúde, nomeadamente em relação ao distanciamento físico entre os comungantes e à higienização das mãos.
27. Continua a não se ministrar a comunhão na boca e pelo cálice. Eventuais concelebrantes e diáconos comungam do cálice por intinção.
28. No caso de o sacerdote celebrante ser mais idoso ou pertencer a algum grupo de risco, deve ser substituído, na distribuição da Comunhão, por algum diácono ou ministro extraordinário.
29. As regras relativas à higiene e ao distanciamento entre participantes aplicam­-se, de igual modo, às demais ações litúrgicas e aos outros atos de piedade.

DEPOIS DA MISSA

30. As pessoas a quem a comunidade cristã confiou a tarefa de abrir as portas de saída devem fazê-lo depois da bênção final.
31. Os fiéis deixam a igreja, segundo uma ordem fixada em cada comunidade cristã no respeito pelas regras de distanciamento, e não se aglomeram diante da igreja. Algum membro da equipa de acolhimento e ordem velará por isso. As primeiras pessoas a sair devem ser as que estão mais próximas da porta de saída.
32. Após a Missa, proceda-se ao arejamento da igreja durante pelo menos 30 minutos, e os pontos de contacto (vasos sagrados, livros litúrgicos, objetos, bancos, puxadores e maçanetas das portas, instalações sanitárias) devem ser cuidadosamente desinfetados.

OUTRAS CELEBRAÇÕES E ATIVIDADES PASTORAIS

33. Todas as celebrações e atividades pastorais, quando se realizarem ainda em ambiente de epidemia devem observar as seguintes orientações e estão condicionadas ao escrupuloso cumprimento das normas de higiene, distanciamento e outras formas de proteção (uso de máscara e de luvas) que as autoridades de saúde prescreverem.

1. Batismo de crianças

34. Para a signação, no acolhimento, o ministro procederá conforme está previsto na admissão de catecúmenos (RICA, rubrica do n. 83): traça uma cruz diante da fronte de cada batizando, sem contacto físico; os pais, mas não os padrinhos (a não ser que também eles coabitem com a criança a batizar) farão o sinal da cruz na fronte do filho.
35. Para a unção pré-batismal proceder-se-á conforme está previsto no n.º 51 do Ritual Celebração do Baptismo das Crianças: o ministro dirá a fórmula prevista, seguida do gesto da imposição das mãos sobre cada criança, mas sem contacto físico.
36. Em todas as celebrações do Batismo proceda-se à bênção de água fresca e limpa. Na administração da água batismal, haja o cuidado de que a água derramada no ato do batismo não possa ser reutilizada, sendo antes escoada pelo sumidouro ou para uma vasilha distinta, evitando qualquer tipo de contacto entre os batizandos. O ministro poderá usar para todos os batismos a mesma concha, previamente higienizada.
37. Em relação à unção pós-batismal, autoriza-se a exceção já prevista na rubrica do n.º 125 do Ritual para o caso de o número dos batizados ser muito grande: omite-se a unção e diz-se a oração com a adaptação prevista no Ritual.
38. Nenhum dos demais ritos da Liturgia do Batismo supõe qualquer contacto físico a não ser dos pais com a criança que é batizada.
39. Com estes procedimentos, pode ser autorizada a celebração de Batismos quer de uma só criança, quer de várias, com condicionamentos em relação à ocupação do espaço e às normas de higiene e distanciamento iguais às previstas para a celebração da Missa dominical.

2. Iniciação cristã dos adultos

40. Nos ritos do catecumenado, tanto de exorcismo como de bênção, a imposição das mãos far-se-á sempre sem contacto físico; o gesto do sopro será substituído pelo gesto de estender a mão direita em direção aos candidatos e catecúmenos, conforme está previsto nas rubricas (RICA 79).
41. Na signação da fronte e dos sentidos, o celebrante traça uma cruz diante da fronte dos candidatos, de modo a evitar o contacto direto (RICA, rubrica do n. 83); se os candidatos forem muitos, o celebrante traça uma cruz sobre todos os candidatos ao mesmo tempo (RICA, rubrica do n. 84), enquanto os catequistas e garantes traçam uma cruz diante da fronte dos candidatos, de modo a evitar o contacto direto; na signação dos sentidos, o celebrante profere as fórmulas, enquanto os catequistas e garantes traçam o correspondente sinal da cruz sobre cada candidato, mas sem contacto físico.
42. Os livros dos Evangelhos a distribuir a cada catecúmeno deverão estar previamente higienizados e o celebrante procederá à higienização das mãos antes de proceder à sua eventual distribuição; esta far-se-á evitando qualquer contacto entre celebrante e catecúmenos.
43. Omitem-se os ritos auxiliares já previstos como eventuais no Ritual (RICA 89).
44. As unções previstas no tempo do catecumenado far-se-ão exclusivamente nas mãos dos catecúmenos, que as estenderão com as palmas para cima; o celebrante realizará a unção servindo-se de um pouco de algodão embebido no óleo dos catecúmenos, tendo o ministro o cuidado de não tocar diretamente nas mãos dos catecúmenos. Havendo algum contacto, o ministro procederá à higienização dos dedos envolvidos antes de proceder à unção de outro catecúmeno. Após a celebração, o algodão utilizado nas unções será incinerado.
45. No rito da eleição, em vez de cada candidato inscrever o próprio nome, os nomes de todos os eleitos constarão numa lista e proceder-se-á conforme previsto na rubrica do RICA 146. No ato da eleição, os padrinhos aproximam-se dos eleitos, mas não lhes tocam no ombro, a não ser que sejam familiares que vivam na mesma casa.
46. Nas celebrações dos escrutínios, os padrinhos aproximam-se dos afilhados durante as preces pelos eleitos, mas abstêm-se de lhes por a mão direita no ombro, a não ser que sejam familiares que vivam na mesma casa.
47. No rito do «Effathá» o ministro procederá como está previsto na celebração do Batismo de Crianças: estenderá a mão direita na direção dos eleitos e pronunciará a fórmula prevista (RICA 202).
48. Na celebração dos Sacramentos da Iniciação, proceda-se à bênção de água fresca e limpa, como sempre sucede na Vigília Pascal. Na administração da água batismal, haja o cuidado de que a água derramada no ato do batismo não possa ser reutilizada, sendo antes escoada pelo sumidouro ou para uma vasilha distinta, evitando qualquer tipo de contacto entre os batizandos. O ministro usará para todos os batismos a mesma concha, previamente higienizada, ou a sua mão, evitando qualquer contacto físico.
49. Se, por motivos especiais, não se seguir a celebração da Confirmação, a unção pós-batismal será substituída como se indicou na celebração do Batismo de crianças.
50. Na imposição da veste branca, rito que se pode omitir, os padrinhos e madrinhas que ajudam os afilhados a revestir a veste higienizam as mãos antes de o fazer, a não ser que sejam familiares dos afilhados e vivam na mesma casa.
51. No rito da Confirmação proceda-se como em seguida se dirá para este Sacramento. Os padrinhos aproximam-se dos afilhados e, com máscara, dizem o nome do afilhado ao Bispo abstendo-se, porém, de tocar no seu ombro a não ser que vivam no mesmo agregado familiar.

3. Confirmação

52. As celebrações da Confirmação estão sujeitas às mesmas restrições e condicionamentos da Missa dominical.
53. Os Bispos ponderarão a possibilidade de adiar a celebração do Sacramento da Confirmação. Optando-se pela sua celebração, ministro e crismandos usarão máscara de proteção no momento da crismação.
54. Sendo vários os crismandos, use-se um pouco de algodão embebido do Santo Crisma para cada crismação, tendo o ministro o cuidado de não tocar diretamente na fronte do crismando. Havendo algum contacto, o ministro procederá à higienização dos dedos envolvidos no contacto antes de proceder à crismação de outro crismando. A saudação da paz limitar-se-á ao diálogo, sem contacto. Após a celebração o algodão utilizado na crismação será incinerado.
55. Os padrinhos aproximam-se dos afilhados e, com máscara, dizem o nome do afilhado ao Bispo abstendo-se, porém, de tocar no seu ombro.

4. Primeiras Comunhões

56. As festas da primeira Comunhão estão sujeitas às mesmas restrições e condicionamentos da Missa dominical.
57. As crianças preparadas para a Primeira Comunhão, e cujos pais assim o desejem, podem, de acordo com o pároco, fazê-la particularmente ou em pequeno número numa Missa dominical, sem excluir uma posterior participação numa celebração mais solene.

5. Sacramento da Reconciliação

58. Na celebração do Sacramento da Reconciliação, para além das medidas gerais, deve escolher-se um espaço amplo que permita manter o distanciamento entre confessor e penitente, que usarão máscara, sem comprometer a confidencialidade e o inviolável sigilo sacramental.
59. Ao terminar, aconselha-se reiterar a higiene das mãos e a limpeza das superfícies utilizadas.

6. Unção dos enfermos

60. Redobrem-se os cuidados de higiene e usem-se máscaras de proteção, evitando-se o contacto físico na imposição das mãos.
61. Na administração do óleo dos enfermos use-se um pouco de algodão embebido no óleo dos enfermos, de modo a evitar contacto físico.
62. Os sacerdotes mais idosos ou enfermos não devem ministrar este Sacramento a pessoas que estejam infetadas por coronavírus.

7. Ordenações

63. Em termos de participantes, as ordenações estão sujeitas às mesmas restrições e condicionamentos da Missa dominical.
64. Com mais do que um candidato, terá de haver procedimentos de higienização entre a realização dos gestos que impliquem contacto com cada ordinando.
65. A imposição das mãos, em silêncio, do Bispo ordenante sobre a cabeça dos ordinandos, requerida para a validade da ordenação, não terá contacto físico.
66. Na ordenação de novos presbíteros, reduza-se a representação do presbitério (membros do Cabido, formadores do Seminário, párocos de naturalidade, de residência e de estágio…); só esses farão o gesto da imposição das mãos, mas sem estabelecer contacto físico com os ordinandos (tal não é requerido ad validitatem); na saudação de acolhimento na Ordem, o abraço da paz será substituído por uma vénia recíproca coletiva.
67. Na ordenação dos diáconos, reduza-se a presença dos demais diáconos ao mínimo indispensável para a liturgia estacional. Na saudação de acolhimento na Ordem, o abraço da paz será substituído por uma vénia recíproca coletiva.
68. Antes e depois do gesto de obediência (mãos nas mãos) e da unção, ordinandos e Bispo higienizarão as mãos.
69. Os presbíteros e diáconos que auxiliarem os recém-ordenados a revestir-se com os paramentos da sua ordem também higienizarão as mãos.

8. Matrimónio

70. As celebrações matrimoniais estão sujeitas às mesmas restrições e condicionamentos da Missa dominical.
71. Os anéis (alianças) deverão ser manipulados exclusivamente pelos noivos.

9. Exéquias

72. As exéquias cristãs devem ser celebradas na igreja (com celebração da Palavra ou da Eucaristia) e/ou no cemitério com a presença dos familiares, tendo em conta as normas de segurança.
73. Apesar de tal ser difícil nestes momentos de dor, não deixe de se recomendar a omissão de gestos de afeto que impliquem contacto pessoal e a importância de se manter a distância de segurança.

10. Visitas à igreja para a oração ou adoração ao Santíssimo

74. As igrejas podem estar abertas durante o dia para visitas individuais de oração ou adoração ao Santíssimo Sacramento, desde que se observem os requisitos determinados pelas autoridades de saúde. Os fiéis abster-se-ão de tocar em qualquer imagem ou objeto expostos.
75. As visitas turísticas devem ser condicionadas, segundo as orientações das autoridades competentes.

11. Ações formativas e atividades pastorais

76. As atividades pastorais nos espaços eclesiais (paróquias, centros pastorais, casas de retiro, etc.) como reuniões, ajuntamentos, iniciativas culturais e de restauração, entre outras, seguirão as regras previstas pelas autoridades competentes.
77. As atividades de catequese e outras ações formativas continuarão a ser realizadas apenas por meios telemáticos até ao final deste ano pastoral.
78. Os Bispos ponderarão a possibilidade de adiar outras atividades, incluindo as visitas pastorais.

12. Peregrinações e romarias

79. Peregrinações, procissões, festas, romarias, concentrações religiosas, acampamentos e outras atividades similares em grandes grupos, passíveis de forte propagação da epidemia, continuam suspensas até novas orientações.
Lisboa, 8 de maio de 2020

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Terço rezado pela Paróquia

terço rezado em 08-05-2020

 A Paróquia de São Francisco Xavier, na Caparica, na noite de 8 de maio rezou os Mistérios Dolorosos do Terço. 🙏

Acompanhamos, a partir de nossas casas, respondendo ao convite do Papa Francisco neste mês de maio:
https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2020-04/papa-francisco-intensificar-terco-maio-duas-oracoes.html


domingo, 3 de maio de 2020

PEREGRINAÇÃO DO CORAÇÃO: A ALEGRIA DE SER SANTO

Esta iniciativa vai estar disponível “em suporte digital” proporcionando um itinerário interior em cinco etapas
O Santuário de Fátima no presente ano pastoral, e no contexto da Peregrinação das Crianças, “vai dinamizar” uma proposta pastoral para os mais novos intitulada «Peregrinação do coração:
a alegria de ser santo».
Esta iniciativa vai estar disponível “em suporte digital” proporcionando um itinerário interior em
cinco etapas e convida crianças a rezar com o Santuário de Fátima no mês de Maria, refere
uma nota do Santuário.

No contexto das contingências resultantes da atual pandemia por Covid-19, “que impedem as
crianças e suas famílias de saírem de casa e impossibilitando-as de fazer uma peregrinação
física até ao Santuário de Fátima”, a proposta tem como objetivo sublinhar que “a primeira e
mais importante das peregrinações é possível de realizar mesmo a partir de casa, pois acontece
na abertura e transformação do coração em Deus”.

Indo ao encontro da celebração do centenário da primeira imagem de Nossa Senhora do
Rosário de Fátima e do centenário da morte de Santa Jacinta Marto – duas efemérides que o
Santuário comemora em 2020, o itinerário “é proposto através de uma banda desenhada a ser
completada pelas crianças, disponível em suporte digital para ser descarregada e impressa,
que pretende proporcionar um itinerário interior em cinco etapas”.

“Que esta proposta, a ser acolhida e realizada por cada criança individualmente ou em família,
possa ajudar a tornar o coração de cada um mais belo, à semelhança do coração de Maria,
cheio da luz de Deus”, sublinha

Empenhado em despertar as crianças para a mensagem de Fátima e dar-lhes a conhecer a
vida e a espiritualidade dos Santos Francisco e Jacinta Marto, o Santuário tem promovido
regularmente atividades especificas dirigidas para crianças e jovens.
A Peregrinação Nacional das Crianças, “uma das mais importantes que o Santuário acolhe ao
longo do ano”, acontece há mais de quatro décadas e reúne, todos os anos, milhares de crianças
no Santuário de Fátima.
Este ano, e devido à excecionalidade do momento, que obriga a que a catequese seja feita em
moldes diferentes, a divulgação destes materiais é feita em colaboração com o Secretariado
Nacional de Educação Cristã.
Para complementar, semanalmente será lançado um vídeo na página www.fatima.pt.

peregrinação do coração etapa 1
https://www.facebook.com/watch/?ref=external&v=257171212100127

Papa Francisco convida a «Redescobrir» a beleza da oração do Terço

Papa Francisco escreveu uma carta dirigida a todos os “fiéis” para o mês de maio, que manifestam particular “devoção e amor à Virgem Maria”, onde valoriza a tradição de rezar o Terço.
“Neste mês, é tradição rezar o Terço em casa, com a família; dimensão esta – a doméstica –, que as restrições da pandemia nos «forçaram» a valorizar, inclusive do ponto de vista espiritual”, escreve o Papa num texto publicado na Sala de imprensa da Santa Sé.
Francisco propõe “duas orações a Nossa Senhora” para serem rezadas no final da oração do Terço, a fazer “juntos ou individualmente”: “Eu mesmo as rezarei no mês de maio, unido espiritualmente convosco”, garante.
“Pensei propor-vos a todos que volteis a descobrir a beleza de rezar o Terço em casa, no mês de maio. Podeis fazê-lo juntos ou individualmente: decidi vós de acordo com as situações, valorizando ambas as possibilidades. Seja como for, há um segredo para bem o fazer: a simplicidade; e é fácil encontrar, mesmo na Internet, bons esquemas para seguir na sua recitação”, indica o Papa.
Afirma Francisco que a “contemplação do rosto de Cristo, juntamente com o coração de Maria”, vai ajudar à união “como família espiritual” e ajudar a “superar esta prova”.

Secretariados de Catequese da Zona Centro dinamizam terço em família
Os Secretariados da Catequese da Zona Centro, em que inserem as Dioceses de Leiria-Fátima, Lisboa, Portalegre-Castelo Branco, Santarém e Setúbal fazem a proposta aos catequistas, catequizandos e respetivas famílias de, a cada dia do mês de maio, de rezar o terço em casa seguinte um esquema simples, que serão disponibilizados online.
“Não podendo estar fisicamente juntos para celebrar e rezar em grupo ou nas paróquias, acolhemos o desafio do Papa Francisco” referem o
secretariados diocesanos em nota informativa.
Os esquemas, preparados com os catequistas e grupos de catequese de cada uma das Dioceses, vão ser progressivamente disponibilizados em
Na semana de 17 a 23 de maio, as meditações serão propostas pela catequese da Diocese de Setúbal.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O 57º DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES (3.05.2020)

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA O 57º DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES
[3 de maio de 2020 - IV Domingo da Páscoa]

«As palavras da vocação»

Queridos irmãos e irmãs!
A 4 de agosto do ano passado, no 160º aniversário da morte do Santo Cura d'Ars, quis dedicar uma Carta aos sacerdotes, que todos os dias, obedecendo à chamada que o Senhor lhes dirigiu, gastam a vida ao serviço do Povo de Deus.
Então escolhi quatro palavras-chave – tribulação, gratidão, coragem e louvor – para agradecer aos sacerdotes e apoiar o seu ministério. Acho que, neste 57º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, poder-se-iam retomar aquelas palavras e dirigi-las a todo o Povo de Deus, tendo como pano de fundo o texto evangélico que nos conta a experiência singular que sobreveio a Jesus e a Pedro durante uma noite de tempestade no lago de Tiberíades (cf. Mt 14, 22-33).
Depois da multiplicação dos pães, que entusiasmou a multidão, Jesus manda os discípulos subir para o barco e seguir à sua frente para a outra margem, enquanto Ele despedia o povo. A imagem desta travessia do lago sugere de algum modo a viagem da nossa existência. De facto, o barco da nossa vida avança lentamente, sempre preocupado à procura dum local afortunado de atracagem, pronto a desafiar os riscos e as conjunturas do mar, mas desejoso também de receber do timoneiro a orientação que o coloque finalmente na rota certa. Às vezes, porém, é possível perder-se, deixar-se cegar pelas ilusões em vez de seguir o farol luminoso que o conduz ao porto seguro, ou ser desafiado pelos ventos contrários das dificuldades, dúvidas e medos.
Assim acontece também no coração dos discípulos, que, chamados a seguir o Mestre de Nazaré, têm de se decidir a passar à outra margem, optando corajosamente por abandonar as próprias seguranças e seguir os passos do Senhor. Esta aventura não é tranquila: cai a noite, sopra o vento contrário, o barco é sacudido pelas ondas, e há o risco de sobrepor-se o medo de falhar e não estar à altura da vocação.
Mas, na aventura desta travessia não fácil, o Evangelho diz-nos que não estamos sozinhos. Quase forçando a aurora no coração da noite, o Senhor caminha sobre as águas tumultuosas e vai ter com os discípulos, convida Pedro a vir ao encontro d’Ele sobre as ondas e salva-o quando o vê afundar; finalmente, sobe para o barco e faz cessar o vento.
Assim, a primeira palavra da vocação é gratidão. Navegar pela rota certa não é uma tarefa confiada só aos nossos esforços, nem depende apenas dos percursos que escolhemos fazer. A realização de nós mesmos e dos nossos projetos de vida não é o resultado matemático do que decidimos dentro do nosso «eu» isolado; pelo contrário, trata-se, antes de mais nada, da resposta a uma chamada que nos chega do Alto. É o Senhor que nos indica a margem para onde ir e, ainda antes disso, dá-nos a coragem de subir para o barco; e Ele, ao mesmo tempo que nos chama, faz-Se também nosso timoneiro para nos acompanhar, mostrar a direção, impedir de encalhar nas rochas da indecisão e tornar-nos capazes até de caminhar sobre as águas tumultuosas.
Toda a vocação nasce daquele olhar amoroso com que o Senhor veio ao nosso encontro, talvez mesmo quando o nosso barco estava à mercê  da tempestade. «Mais do que uma escolha nossa, a vocação é resposta a uma chamada gratuita do Senhor» (Carta aos Presbíteros, 4/VIII/2019); por isso conseguiremos descobri-la e abraçá-la, quando o nosso coração se abrir à gratidão e souber reconhecer a passagem de Deus pela nossa vida.
Quando os discípulos veem aproximar-Se Jesus caminhando sobre as águas, começam por pensar que se trata dum fantasma e assustam-se. Mas, Jesus imediatamente os tranquiliza com uma palavra que deve acompanhar sempre a nossa vida e o nosso caminho vocacional: «Coragem! Sou Eu! Não temais!» (Mt 14, 27). Esta é precisamente a segunda palavra que gostaria de vos deixar: coragem.
Frequentemente aquilo que nos impede de caminhar, crescer, escolher a estrada que o Senhor traça para nós são os fantasmas que pululam nos nossos corações. Quando somos chamados a deixar a nossa margem segura para abraçar um estado de vida – como o matrimónio, o sacerdócio ordenado, a vida consagrada – muitas vezes a primeira reação é constituída pelo «fantasma da incredulidade»: não é possível que esta vocação seja para mim; trata-se verdadeiramente da estrada certa? Precisamente a mim é que o Senhor pede isto?
E pouco a pouco avolumam-se em nós todas aquelas considerações, justificações e cálculos que nos fazem perder o ímpeto, confundem-nos e deixam-nos paralisados na margem de embarque: julgamos ter sido um erro, não estar à altura, ter simplesmente visto um fantasma que se deve afugentar.
O Senhor sabe que uma opção fundamental de vida – como casar-se ou consagrar-se de forma especial ao seu serviço – exige coragem. Ele conhece os interrogativos, as dúvidas e as dificuldades que agitam o barco do nosso coração e, por isso, nos tranquiliza: «Não tenhas medo! Eu estou contigo». A fé na presença d’Ele que vem ao nosso encontro e nos acompanha mesmo quando o mar está revolto, liberta-nos daquela acédia que podemos definir uma «tristeza adocicada» (Carta aos Presbíteros, 4/VIII/2019), isto é, aquele desânimo interior que nos bloqueia impedindo-nos de saborear a beleza da vocação.
Na Carta aos Presbíteros, falei também da tribulação, que aqui gostaria de especificar concretamente como fadiga. Toda a vocação requer empenhamento. O Senhor chama-nos, porque nos quer tornar, como Pedro, capazes de «caminhar sobre as águas», isto é, pegar na nossa vida para a colocar ao serviço do Evangelho, nas formas concretas que Ele nos indica cada dia e, de modo especial, nas diferentes formas de vocação laical, presbiteral e de vida consagrada. À semelhança do Apóstolo, porém, sentimos desejo e ardor e, ao mesmo tempo, vemo-nos assinalados por fragilidades e temores.
Se nos deixarmos arrastar pelo pensamento das responsabilidades que nos esperam – na vida matrimonial ou no ministério sacerdotal – ou das adversidades que surgirão, bem depressa desviaremos o olhar de Jesus e, como Pedro, arriscamo-nos a afundar. Pelo contrário a fé permite-nos, apesar das nossas fragilidades e limitações, caminhar ao encontro do Senhor Ressuscitado e vencer as próprias tempestades. Pois Ele estende-nos a mão, quando, por cansaço ou medo, corremos o risco de afundar e dá-nos o ardor necessário para viver a nossa vocação com alegria e entusiasmo.
Por fim, quando Jesus sobe para o barco, cessa o vento e aplacam-se as ondas. É uma bela imagem daquilo que o Senhor realiza na nossa vida e nos tumultos da história, especialmente quando estamos a braços com a tempestade: Ele ordena aos ventos contrários que se calem, e então as forças do mal, do medo, da resignação deixam de ter poder sobre nós.
Na vocação específica que somos chamados a viver, estes ventos podem debilitar-nos. Penso em quantos assumem funções importantes na sociedade civil, nos esposos, que intencionalmente me apraz definir «os corajosos», e de modo especial penso nas pessoas que abraçam a vida consagrada e o sacerdócio. Conheço a vossa fadiga, as solidões que às vezes tornam pesado o coração, o risco da monotonia que pouco a pouco apaga o fogo ardente da vocação, o fardo da incerteza e da precariedade dos nossos tempos, o medo do futuro. Coragem, não tenhais medo! Jesus está ao nosso lado e, se O reconhecermos como único Senhor da nossa vida, Ele estende-nos a mão e agarra-nos para nos salvar.
E então a nossa vida, mesmo no meio das ondas, abre-se ao louvor. Esta é a última palavra da vocação, e pretende ser também o convite a cultivar a atitude interior de Maria Santíssima: agradecida pelo olhar que Deus pousou sobre Ela, superando na fé medos e perturbações, abraçando com coragem a vocação, Ela fez da sua vida um cântico eterno de louvor ao Senhor.
Caríssimos, especialmente neste Dia de Oração pelas Vocações, mas também na ação pastoral ordinária das nossas comunidades, desejo que a Igreja percorra este caminho ao serviço das vocações, abrindo brechas no coração de todos os fiéis, para que cada um possa descobrir com gratidão a chamada que Deus lhe dirige, encontrar a coragem de dizer «sim», vencer a fadiga com a fé em Cristo e finalmente, como um cântico de louvor, oferecer a própria vida por Deus, pelos irmãos e pelo mundo inteiro. Que a Virgem Maria nos acompanhe e interceda por nós.
Roma, São João de Latrão, no II Domingo da Quaresma, 8 de março de 2020.
Franciscus

Igreja em Rede: Semana de Oração pelas Vocações - Dc. Cláudio Rodrigues


O Diácono Cláudio Rodrigues, oriundo aqui da nossa paróquia e formado no Seminário de S. Paulo de Almada, prepara-se para ser, em breve, ordenado Padre. Hoje - nesta semana de oração pelas vocações - partilhou com a Igreja em rede da Diocese de Setúbal, 4 momentos significativos da sua vida que o fazem estar "aqui": ser Diácono, aos 25 anos, desejoso de ser sacerdote.


"Jesus chegou até mim. Deus fez-se presente, passou a tocar-me, a ver-me e a relacionar-se comigo. E quando percebo que Jesus é, de tal maneira, Alguém presente, isso muda a minha vida."