domingo, 30 de agosto de 2015
REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DO XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO B)
Mc
7,1-8.14-15.21-23 No
evangelho deste domingo, o evangelista Marcos fala-nos da disputa entre Jesus,
alguns fariseus e escribas acerca da tradição dos antigos. Para Jesus essas
tradições são “preceitos de homens”, que não devem nunca tomar o lugar
dos “mandamentos de Deus”.
E a disputa nasce
porque os escribas e fariseus aplicavam-nos de forma escrupulosa e eram
apresentados como expressão de autêntica religiosidade. Por isso, eles
repreendem Jesus e os seus discípulos por não cumprirem esses preceitos,
sobretudo os relativos à purificação exterior do corpo. Mas Jesus faz-lhes
notar que estão a transcurar o mandamento de Deus em favor das tradições do
homem.
Palavras – disse o
Papa - que nos enchem de admiração pelo nosso Mestre, sentindo que nele
está a esperança e a sapiência que nos liberta de preconceitos. E recorda que
estas palavras são também dirigidas a nós hoje, para não pensarmos que a
observação exterior da lei é suficiente para ser bons cristãos.
“Mas atenção! Com
estas palavras, Jesus quer chamar também a nossa atenção, hoje, a não pensarmos
que a observação exterior da lei seja suficiente para ser bons cristãos”.
Tal como no tempo dos
fariseus – prosseguiu o Papa – existe também para nós hoje o perigo de nos
considerarmos melhor que os outros pelo simples facto de observar as regras, os
usos e costumes, mesmo se não amamos o próximo, se somos duros de coração e
orgulhosos. A observância literal dos preceitos é estéril se não houver
mudanças dos corações, se não houver abertura a Deus e à sua Palavra e se isto
não se traduzir em atitudes concretas como a justiça e a paz, o socorro dos
pobres, dos fracos, dos oprimidos. E aqui o Papa recordou quão mal fazem à
Igreja, aquelas pessoas que, com frequência vão à Igreja, mas na vida
quotidiana transcuram a família, falam mal dos outros e assim por diante. Isto é
algo que Jesus condena, porque é o contrário de um testemunho cristão.
Não são as coisas
exteriores que fazem uma pessoa santa ou não santa. É o coração que exprime as
nossas intenções. O nosso coração geralmente está lá onde está o nosso tesouro.
Podemos, então, perguntar-nos: onde está o meu coração. Qual é o meu tesouro? –
É Jesus e a sua Doutrina, ou é alguma outra coisa? Portanto, é o coração que
deve ser purificado e convertido. Sem um coração purificado não podemos ter
mãos limpas e lábios que pronunciem palavras sinceras de amor. Tudo é duplo:
dupla vida, vida de hipócritas – disse o Papa, frisando que o perdão e a
misericórdia só podem vir de um coração sincero e purificado.
E exortou a pedir ao
Senhor, por meio de Nossa Senhora, para que nos dê um coração puro, livre de
qualquer hipocrisia, por forma a sermos capazes de viver segundo o espírito da
lei e chegar à sua finalidade última que é o amor.
sábado, 29 de agosto de 2015
PAPA TEVE A BONDADE DE ME CHAMAR - D. JOSÉ ORNELAS CARVALHO
“O Papa teve a bondade de me chamar e isso deu-me grande força e
serenidade.”
É desta forma que o novo bispo de
Setúbal, D. José Ornelas Carvalho descreve a escolha que o papa Francisco fez
para a sucessão de D. Gilberto do Canavarro Reis, que renunciou por motivos de
idade. “Vai para Setúbal,
mas vai como missionário porque a Europa precisa de redescobrir a sua missão
evangelizadora”, foi o pedido que o papa lhe fez para aceitar a sua nova missão
na igreja, lembra o agora bispo eleito na sua primeira entrevista à Rádio
Vaticano.
D. José Ornelas Carvalho diz que a jovem diocese de Setúbal ”com 40 anos”, passa por “uma crise de natureza económica, que não pode ser ignorada de modo nenhum”, mas é uma igreja que “tomou muito a sério as questões da solidariedade “e por isso “é preciso deitar mãos à obra”.
Já sobre o país, D. José Ornelas considera que “há alguns sinais de esperança que convém cultivar”, mas “seja qual for o resultado das eleições, o que é importante é que os políticos e os portugueses pensem realmente no futuro.”
Em entrevista ao jornalista Domingos Pinto, o antigo superior geral dos Dehonianos, cuja ordenação episcopal e a tomada de posse terão lugar a 25 de Outubro, pede ainda aos líderes europeus políticas migratórias ” de justiça e de solidariedade” e evitem “vias de rejeição e de construção de muros”.
D. José Ornelas Carvalho diz que a jovem diocese de Setúbal ”com 40 anos”, passa por “uma crise de natureza económica, que não pode ser ignorada de modo nenhum”, mas é uma igreja que “tomou muito a sério as questões da solidariedade “e por isso “é preciso deitar mãos à obra”.
Já sobre o país, D. José Ornelas considera que “há alguns sinais de esperança que convém cultivar”, mas “seja qual for o resultado das eleições, o que é importante é que os políticos e os portugueses pensem realmente no futuro.”
Em entrevista ao jornalista Domingos Pinto, o antigo superior geral dos Dehonianos, cuja ordenação episcopal e a tomada de posse terão lugar a 25 de Outubro, pede ainda aos líderes europeus políticas migratórias ” de justiça e de solidariedade” e evitem “vias de rejeição e de construção de muros”.
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
SAUDAÇÃO DO NOVO BISPO DE SETÚBAL A TODOS OS DIOCESANOS NO DIA DA SUA NOMEAÇÃO
Saudação
Neste momento em que o Papa Francisco me nomeia bispo para servir a Igreja de Deus com sede em Setúbal, desejo fazer chegar aos membros da diocese, às autoridades e ao povo da cidade e da região de Setúbal uma saudação muito fraterna e amiga.
Saúdo muito especialmente todos aqueles que sentem as dificuldades dos tempos difíceis que vivemos e são vítimas do desemprego e da falta de meios e de perspetivas para uma vida digna e segura, que atinge particularmente os jovens, os anciãos e os imigrantes. Ao mesmo tempo, saúdo com profundo apreço e carinho os que continuam a lutar, apesar das situações adversas, e as muitas pessoas e instituições da diocese e de outras entidades que, com sensibilidade e solidariedade criativa, buscam soluções e caminhos de justiça, humanização e esperança.
Desejo cumprimentar com gratidão e estima todas as pessoas que, nos serviços diocesanos, nas paróquias e movimentos eclesiais, colocam ao serviço dos outros o próprio tempo e capacidades, na catequese, na liturgia e na caridade. Que os vossos braços não cansem e o vosso coração continue a abrir-se generosamente à construção da Igreja viva animada pelo Espírito do Senhor ressuscitado.
Saúdo com alegria e esperança os jovens das nossas comunidades, bem como os movimentos juvenis, com especial relevo para os escuteiros. No mundo que está a mudar radical e velozmente, a vossa presença e criatividade, como também a vossa crítica e impaciência, são importantes para sermos capazes de sonhar e pôr em movimento o Evangelho da alegria, da liberdade, da fraternidade e da paz. Não vos deixeis resignar e não vos canseis de sonhar o sonho de Deus para a nossa diocese e o nosso mundo.
Deixo uma palavra de especial estímulo a todos os seminaristas e às/aos jovens que se interrogam sobre um futuro consagrado a Deus para o serviço dos outros. Que sintais a alegria da descoberta e aprofundamento do afeto e do convite que o Senhor vos dirige, para servir o seu povo, nesta diocese e no mundo. Que a luz do Espírito ilumine igualmente aqueles que vos acompanham neste importante processo de descoberta e discernimento.
Uma saudação particular vai para as religiosas, religiosos e demais pessoas consagradas, neste ano especialmente a eles dedicado. Que o testemunho da vossa consagração a Deus, da vossa vida fraterna e da vossa atenção aos mais pobres e necessitados seja sal e luz para a comunidade eclesial e para a nossa sociedade.
Aos diáconos e presbíteros, envio um abraço muito fraterno de comunhão e corresponsabilidade no serviço que o Senhor nos confia em favor do seu povo. Não sou capaz de pensar o ministério que Deus me pede sem a união convosco e com o vosso ministério. Espero que, na escuta da Palavra, na fidelidade ao Espírito, na riqueza e diversidade dos dons de cada um, possamos construir a unidade pela qual o Senhor orou ao Pai e colocar-nos juntos ao serviço do seu povo, com os sentimentos e atitudes do seu Coração de Pastor misericordioso.
Ao Senhor D. Gilberto, dedicado pastor desta diocese nos últimos 17 anos, desejo exprimir a minha imensa gratidão pelo testemunho de pastor solícito e pela herança desafiadora que nos lega de simplicidade evangélica, atenção aos mais débeis e sentido profético na condução do povo de Deus. O acolhimento fraterno, a confiança e o conforto que de si tenho recebido, têm sido um precioso encorajamento nos dias nem sempre fáceis destes últimos tempos. Espero poder continuar a contar com a sua presença, conselho e ajuda ao serviço desta Igreja de Setúbal. Quero associar nesta gratidão o Senhor D. Manuel Martins, primeiro bispo, pastor incansável e grande profeta da nossa jovem diocese, e sinto-me feliz por poder vir a participar na homenagem que lhe está a preparar a comunidade diocesana. A presença dos dois primeiros bispos desta Igreja é, para mim, motivo de grande encorajamento e esperança. Peço ao Senhor que eu possa continuar uma tão nobre tradição de serviço eclesial.
Saúdo também com respeito e aberta cordialidade as autoridades do distrito e das autarquias da diocese, bem como as instituições cívicas que estão ao serviço da população. Sei que a diocese de Setúbal tem uma feliz tradição de abertura para solicitar e oferecer entendimentos e colaborações que redundem em benefício das pessoas e abram perspetivas novas para o nosso futuro comum. Desejo muito – e tudo farei por isso – que estas parcerias possam desenvolver-se, para fazer face aos ingentes desafios do nosso tempo e para abrir novos caminhos para a plena realização das pessoas e da sociedade.
Desejo ainda endereçar uma palavra muito fraterna aos membros das diferentes Igrejas cristãs presentes na nossa diocese e aos seus responsáveis. O diálogo ecuménico e a cooperação real entre os discípulos de Cristo, na diversidade das Igrejas a que pertencem, constituem uma oportunidade e um dever para todos nós. Não pouparei esforços para que a fé comum no Senhor Jesus e o mandamento novo do amor fraterno nos conduzam por caminhos de crescente unidade e colaboração.
Quero igualmente saudar os crentes de outras religiões, cujo número tem vindo a aumentar com as fluxos migratórios recentes. Espero que o acolhimento, o respeito e o diálogo possam ajudar a entender o contributo que as nossas tradições religiosas podem oferecer à construção da justiça, da paz, da solidariedade entre povos e culturas e da Casa Comum da humanidade.
Da minha parte, venho de coração aberto, com algum temor, muita confiança na presença do Senhor e esperança na comunhão e na boa vontade dos membros da comunidade diocesana. Oriundo da Madeira e membro da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), onde cresci como homem, religioso e padre, o meu ministério teve lugar sobretudo no ensino da Sagrada Escritura na Universidade Católica e no serviço da Congregação. Depois dos últimos doze anos sediado em Roma como Superior Geral, fui indigitado, a meu pedido, para uma missão em África. O Papa Francisco, que tive ocasião de encontrar pessoalmente, mudou estes planos. Quando me deu a alegria de encontrá-lo, disse-me: "Não te imponho, mas peço-te que vás como bispo para Setúbal… mas irás como missionário… a Europa tem necessidade de redescobrir a sua dimensão missionária". E aqui estou, para assumir convosco esta missão eclesial. Não trago planos traçados e estou bem consciente das minhas limitações e de quanto preciso de aprender e conhecer, para poder estar ao vosso serviço como vosso irmão e vosso bispo.
Em coincidência com o início do meu serviço como bispo, acolheremos a imagem da Virgem Peregrina de Fátima, que vem visitar a nossa diocese. É um sinal para todos nós! Acolhamos no coração a Virgem de Nazaré que, movida pela Palavra e pelo Espírito de Deus, se pôs a caminho para anunciar, celebrar e servir, na casa de sua prima Isabel, dando início aos novos tempos de Deus entre os homens. Nos tempos de mudança que vivemos, temos uma impelente necessidade de assumir esta atitude itinerante, de sair de nós mesmos, como diz o Papa Francisco, para levar a feliz e criadora notícia do Evangelho, particularmente aos que andam longe e aos que têm mais necessidade de atenção, carinho e esperança.
Peço-vos que me tenhais bem presente na vossa oração; e podeis estar certos de que tendes já um lugar bem grande nas minhas preces, na minha atenção, no meu afeto e nas minhas perspetivas de olhar o futuro. Que o Senhor abençoe e acompanhe este caminho que nos chama a percorrer juntos.
Lisboa, 24 de agosto de 2015
Pe. José Ornelas Carvalho, SCJ
NOVO BISPO AGRADECE DEDICAÇÃO DE D. GILBERTO CANAVARRO DOS REIS
Francisco aceitou renúncia do prelado de 75 anos, na diocese sadina desde
1998
O Papa aceitou hoje a renúncia de D.
Gilberto Reis, bispo de Setúbal, que a 27 de maio completou 75 anos, idade
máxima determinada pelo Direito Canónico para o exercício desta missão.
Francisco nomeou como novo bispo D. José Ornelas Carvalho, antigo superior
geral dos Dehoanianos, de 61 anos, que agradece ao seu antecessor, na diocese
sadina desde 1998, pelo “testemunho de pastor solícito e pela herança
desafiadora que nos lega de simplicidade evangélica, atenção aos mais débeis e
sentido profético na condução do povo de Deus”.
“O acolhimento fraterno, a confiança e o conforto que de si tenho recebido,
têm sido um precioso encorajamento nos dias nem sempre fáceis destes últimos
tempos. Espero poder continuar a contar com a sua presença, conselho e ajuda ao
serviço desta Igreja de Setúbal”, escreve, numa saudação enviada à Agência
ECCLESIA.
O terceiro bispo da história da Diocese de Setúbal, criada há 40 anos,
recorda também o primeiro prelado a assumir essa missão, D. Manuel Martins,
“pastor incansável e grande profeta”.
Num artigo de opinião publicado no Semanário ECCLESIA, a respeito do 40.º
aniversário da Diocese de Setúbal, D. Gilberto Reis identificava 12 desafios
para esta Igreja local, incluindo o “sonho dum sínodo diocesano”.
Outras apostas de futuro são, por exemplo, o desejo de “progredir na
formação”, de se tornar “mais capaz de ajudar” os leigos a “descobrirem e
assumirem” a sua missão de ser “luz, fermento e alma cristã na Igreja e no
mundo.
A diocese setubalense quer ser uma ‘Igreja sem saída’, com mais tempo e
recursos para ir ao encontro das “ovelhas tresmalhadas” e criar novos estilos
de vida e de linguagem
D. Gilberto Canavarro dos Reis vai receber a 15 de setembro a Medalha de
Prata da cidade de Setúbal, uma das “mais altas distinções locais”,
condecoração atribuída a pessoas ou instituições que se destaquem por “serviços
excecionais prestados em prol do concelho e dignos de reconhecimento geral”.
O antigo bispo de Setúbal nasceu em Barbadães de Baixo (Diocese de Vila
Real); foi ordenado padre em dezembro 1963 e nomeado bispo auxiliar da Diocese
do Porto a 16 de novembro de 1988, por São João Paulo II; o mesmo Papa polaco
nomeou-o bispo de Setúbal em 1998.
PAPA NOMEOU NOVO BISPO PARA A DIOCESE DE SETÚBAL
D. José Ornelas Carvalho, antigo superior geral dos Dehonianos,
sucede a D. Gilberto Reis, que renunciou por motivos de idade
O Papa nomeou hoje como bispo da
Diocese de Setúbal D. José Ornelas Carvalho, antigo superior geral dos
Dehonianos, de 61 anos, que sucede a D. Gilberto Reis, após este ter renunciado
por motivos de idade.
A informação foi comunicada à Agência ECCLESIA pela Nunciatura
Apostólica (embaixada da Santa Sé) em Lisboa.
A ordenação episcopal e a tomada de posse do novo bispo estão marcadas
para o dia 25 de Outubro; até essa data, o governo da Diocese continua confiado
a D. Gilberto dos Reis, agora administrador apostólico.
O bispo eleito nasceu a 5 de janeiro de 1954, no Porto da Cruz
(Madeira), tendo feito a sua formação religiosa na Congregação dos Sacerdotes
do Coração de Jesus (Dehonianos); foi ordenado padre na sua terra natal, a 9 de
agosto de 1981.
Especialista em Ciências Bíblicas, com o grau de doutor em Teologia
Bíblica pela Universidade Católica Portuguesa, foi docente desta instituição
académica entre 1983-1992 e 1997-2003.
Na sua Congregação, o novo bispo foi superior da Província Portuguesa,
cargo que assumiu a 1 de julho de 2000; foi eleito Superior Geral dos
Dehonianos a 27 de maio de 2003, cargo que ocupou até 6 de junho de 2015.
Após estes mandatos, D. José Ornelas Carvalho tinha sido indigitado, a
seu pedido, para uma missão em África, como refere na sua primeira mensagem à
Diocese de Setúbal.
“O Papa Francisco, que tive ocasião de encontrar pessoalmente, mudou
estes planos. Quando me deu a alegria de encontrá-lo, disse-me: ‘Não te
imponho, mas peço-te que vás como bispo para Setúbal… mas irás como
missionário… a Europa tem necessidade de redescobrir a sua dimensão
missionária’. E aqui estou, para assumir convosco esta missão eclesial”,
escreve.
D. Gilberto Reis, bispo de Setúbal desde 1998, completou 75 anos de
idade a 27 de maio e, de acordo com o Direito Canónico, apresentou ao Papa a
renúncia ao serviço episcopal, que Francisco aceitou hoje, ao nomear o seu
sucessor.
A diocese sadina foi criada há 40 anos, através da bula (documento
oficial) «Studentes Nos», por Paulo VI, e o seu primeiro bispo foi D. Manuel
Martins, que desempenhou estas funções entre 1975 e 1998.
Com uma população católica distribuída por 55 comunidades paroquiais, a
Diocese de Setúbal tem aproximadamente uma superfície de 1500 Km2 e uma
população de 717 mil habitantes, abrangendo 9 concelhos - Alcochete, Almada,
Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal - e ainda três
parcelas territoriais que integram a paróquia da Comporta (freguesia da
Comporta, uma parcela da freguesia de Santa Maria do Castelo, ambas
pertencentes ao Concelho de Alcácer do Sal; e Tróia, pertencente à freguesia de
Carvalhal, Concelho de Grândola).
domingo, 23 de agosto de 2015
REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DO XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO B)
Jo. 6,60-69 O Papa
Francisco comentando o Evangelho deste XXI domingo do Tempo Comum, disse que
hoje se conclui a leitura do sexto capítulo do Evangelho de João, com o
discurso sobre o “Pão da vida”. No fim desse discurso, sublinhou o Papa, o
grande entusiasmo do dia anterior se apagou, porque Jesus tinha dito ser o Pão
que desceu do céu, e que ele iria dar a sua carne como alimento e o seu sangue
como bebida, aludindo assim claramente ao sacrifício da sua própria vida. E
acrescentou: “Estas
palavras provocaram decepção no povo, que as julgou indignas para um Messias,
palavras não "vencedoras". E assim, alguns observavam Jesus como um
Messias que devia falar e agir de modo que a sua missão tivesse sucesso. Mas
precisamente sobre isso eles se enganavam, no modo de entender a missão do
Messias!”
Até
mesmo os discípulos – prosseguiu Francisco - não conseguem aceitar aquela
linguagem inquietadora do Mestre e mostram o seu desconforto com as palavras:
“Este discurso é duro, quem o pode escutar?”. Mas na verdade, eles tinham entendido
bem o discurso de Jesus, disse, tão bem que não queriam escutá-lo, porque é um
discurso que põe em crise a sua mentalidade. Mas Jesus oferece a chave para
superar as dificuldades, uma chave composta de três elementos:
“Primeiro,
a sua origem divina: Ele desceu do céu e subirá "para onde estava
antes"; segundo: as suas palavras só podem ser compreendidas através da
“acção do Espírito Santo”, Aquele “que dá a vida”; terceiro: a verdadeira causa
da incompreensão das suas palavras é a falta de fé: “Entre vocês há alguns que
não acreditam”.
De
facto, a partir daquele momento, “muitos dos seus discípulos haviam desistido e
perante estas deserções, Jesus não poupa e nem atenua as suas palavras, ao
contrário, obriga a fazer uma escolha precisa: ou estar com Ele ou separar-se
d’Ele, e diz aos Doze: "Também vós quereis ir embora?”. E é então quando
S. Pedro faz a sua confissão de fé em nome dos outros Apóstolos: "Senhor,
a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna".
S.
Pedro não diz "onde iremos?", mas "a quem iremos?" –
explica o Papa – porque o problema básico não é ir e deixar a obra iniciada,
mas é a quem ir. Daquela interrogação de Pedro, entendemos que a fidelidade a
Deus é uma questão de fidelidade a uma pessoa, e esta pessoa é Jesus:
“Tudo
o que temos no mundo não satisfaz a nossa fome de infinito. Precisamos de
Jesus, de estar com Ele, de nos alimentar à sua mesa, das suas palavras de vida
eterna! Crer em Jesus significa fazer d’Ele o centro, o sentido da nossa vida.
Cristo não é um acessório opcional é o "pão vivo", o alimento
essencial.”
E
o Papa pediu a cada um dos presentes um momento de silêncio para se interrogar:
“quem é Jesus para mim?” Que
a Virgem Maria nos ajude a "ir" sempre a Jesus para experimentar a
liberdade que ele nos oferece, e que nos permita limpar nossas escolhas das
sujeiras mundanas e dos medos – concluiu.
domingo, 16 de agosto de 2015
REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DO XX DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO B)
Jo. 6, 51-58 A passagem do Evangelho deste XX domingo do Tempo Comum, do
capítulo 6 de S. João, relata que algumas pessoas se escandalizaram porque
Jesus disse: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e
eu o ressuscitarei no último dia”.
Segundo o
Papa Francisco, Jesus usa o estilo dos profetas para provocar em nós perguntas
e decisões. Quando afirma “comer a carne e beber o sangue”, o que significa
isto então? É só uma imagem ou é qualquer coisa de real? – perguntou o Santo
Padre.
Para termos
uma resposta é preciso intuir o que acontece no coração de Jesus enquanto parte
o pão para a multidão esfomeada. Sabendo que deverá morrer na Cruz por nós,
Jesus identifica-se com aquele pão partilhado e isso torna-se para Ele um
‘sinal’ do sacrifício que o espera – sublinhou o Papa que salientou as palavras
de Jesus: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e eu
nele”. A comunhão é assimilação, pois tornamo-nos como Jesus. Mas para isso é
preciso o nosso sim, a nossa adesão de fé – afirmou o Santo Padre.
“Mas a
Eucaristia não é uma oração privada ou uma bela experiência espiritual, não é
uma simples comemoração daquilo que Jesus fez na Última Ceia: a Eucaristia é
‘memorial’, ou seja, um gesto que atualiza e torna presente o evento da morte e
ressurreição de Jesus: o pão é realmente o seu Corpo dado por nós, o vinho é
realmente o seu Sangue versado por nós.”
“A
Eucaristia é o próprio Jesus que se dá inteiramente a nós. Nutrirmo-nos d’Ele e
morar n’Ele mediante a comunhão eucarística, se o fazemos com fé, transforma a
nossa vida num dom a Deus e aos irmãos. Nutrirmo-nos do Pão da Vida significa
entrar em sintonia com o coração de Cristo, assimilar as suas escolhas, os seus
pensamentos, os seus comportamentos. Significa entrar num dinamismo de amor e
tornarmo-nos pessoas de paz, de perdão, de reconciliação, de partilha
solidária.”
domingo, 2 de agosto de 2015
REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DO XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO B)
Jo 6,24-35 Sobre o Evangelho deste XVIII
domingo do tempo comum o Papa Francisco recordou que depois da multiplicação
dos pães – conforme conta o Evangelista João - as pessoas puseram-se à procura
de Jesus e acabaram por encontra-Lo em Cafarnaum. Jesus compreendeu
logo o motivo de tanto entusiasmo da parte do povo e declarou-o
claramente:
“Vocês estão à minha procura não
porque vistes sinais, mas porque comestes daqueles pães e vos saciastes”.
Na realidade – disse o Papa –
aquelas pessoas procuram o pão material que no dia precedente tinha aplacado a
sua fome. Não compreenderam que aquele pão partido para muitos, era expressão
do amor do próprio Jesus. Deram mais valor ao pão do que ao seu doador.
Perante esta cegueira espiritual
– prosseguiu o Papa – Jesus põe em evidencia a necessidade de ir para além da
satisfação das necessidades imediatas, das próprias necessidades materiais,
embora sejam essenciais. O Filho de Deus convida a ir para além das
necessidades imediatas, do comer, do vestir, do sucesso, da carreira, para se
olhar para algo de incorruptível, e exorta:
“Empenhai-vos não para a
alimentação que não dura, mas para a alimentação que permanece para a vida
eterna e que o Filho do homem vos dará”.
Jesus quer fazer compreender,
com estas palavras – frisou o Papa – que a fome física da pessoa humana, traz
consigo algo de mais importante, que não pode ser saciado com a comida
ordinária.
“Trata-se de fome de vida, de
eternidade que Ele só pode saciar, na medida em que é “o pão da vida”.
O Papa chama também a atenção
para o facto de Jesus não eliminar a preocupação da procura do pão quotidiano,
mas recorda simplesmente que “o verdadeiro significado da nossa existência
terrena está na eternidade, e que a história humana com os seus sofrimentos e
as suas alegrias deve ser vista num horizonte de eternidade, isto é, naquele
horizonte do encontro definitivo com Ele. E esse encontro ilumina todos os dias
da nossa vida. Se nós pensarmos nesse encontro, nesse grande dom, os pequenos
dons da vida, mesmo os sofrimentos e as preocupações serão iluminados, na
esperança deste encontro”.
Jesus é pão vivo descido dos
Céus, apresenta-se a nós como único e verdadeiro significado da existência
humana – frisou ainda o Papa, acrescentando que é o próprio Jesus a explicar o
significado da existência do ser humano:
“Eu sou o pão da vida, quem vive
em mim não terá fome e que crê em mim não terá sede, nunca!”
O Papa indicou nisto uma
referência à Eucaristia, o grande dom que sacia a alma e o corpo. “Encontrar e
acolher em nós Jesus, ‘pão da vida’, dá significado e esperança ao caminho
tortuoso da vida. Mas este “pão da vida” é-nos dado para que possamos, por
nossa vez, saciar a fome espiritual e material dos irmãos, anunciando o
Evangelho onde quer que seja, mesmo nas periferias existenciais. Com o
testemunho das nossas atitudes fraternas e solidárias em relação ao próximo,
tornamos presente Cristo e o seu amor por meio dos homens”
O Papa concluiu dizendo que temos
muita necessidade de Deus na nossa existência quotidiana! Tanto nos dias de
trabalho e de preocupações, como nos dias de férias. O Senhor convida-nos a não
esquecer que, se por um lado é justo preocupar-se com o pão material, por
outro, para consolidar as forças, é ainda mais necessário potenciar a nossa fé
em Cristo, “pão da vida” que sacia o nosso desejo de verdade, de justiça e de
consolação.
E o Papa pediu à Virgem Maria
para nos apoiar na procura e na sequela do seu Filho Jesus, o “pão verdadeiro”
que não se corrompe e dura para a vida eterna.
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