domingo, 28 de dezembro de 2014

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DA FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ

 Lc. 2, 22-40 Aos milhares de fiéis presentes na Praça de S. Pedro para a oração mariana do Angelus neste primeiro domingo depois do Natal, o Papa Francisco começou por dizer que a Igreja nos convida a contemplar a Sagrada Família de Nazaré e que o evangelho nos apresenta a Virgem Maria e São José quando levam o Menino ao Templo de Jerusalém, 40 dias após o seu nascimento, em obediência à Lei de Moisés, que prescreve que o filho primogénito deve ser oferecido  ao Senhor.
Esta pequena família, disse o Papa, no meio de tanta gente, nos grandes corredores do templo, não se se destaca aos olhos, não se distingue e entretanto não passa despercebida.
Dois idosos, Simeão e Ana, movidos pelo Espírito Santo, aproximam-se e começam a louvar a Deus por aquela criança, no qual reconhecem o Messias, a luz das nações e salvação de Israel. É um momento simples, mas rico de profecia: o encontro entre dois jovens esposos cheios de alegria e fé pelas graças do Senhor e dois anciãos também eles cheios de alegria e fé pela acção do Espírito. E quem os faz encontrar? interroga-se o Papa. É Jesus, responde:
Jesus é Aquele que aproxima as gerações. É a fonte daquele amor que une as famílias e as pessoas, vencendo qualquer desconfiança, qualquer  isolamento, qualquer distância. E isto nos faz pensar também nos avós: quanto é importante a sua presença! Quanto é precioso o seu papel nas famílias e na sociedade! A boa relação entre os jovens e os idosos é fundamental para o caminho da comunidade civil e eclesial.
E olhando para as figuras dos velhões Simeão e Ana, o Papa pediu uma saudação a todos os avós do mundo. A mensagem que nos vem da Sagrada Família é antes de tudo uma mensagem de fé, continuou o Papa. Na vida familiar de Maria e José, Deus está verdadeiramente no centro, e também a pessoa de Jesus, e é por isso que Família de Nazaré é santa, porque está centrada em Jesus, explicou acrescentando que quando pais e filhos respiram juntos este clima de fé, possuem uma energia que lhes permite enfrentar mesmo as provações difíceis, como mostra a experiência da Sagrada Família, por exemplo, no caso dramático da fuga para o Egito.
O Menino Jesus com Maria sua Mãe e São José são um ícone familiar simples mas tão luminoso. A luz que ele irradia é luz de misericórdia e salvação para o mundo inteiro, luz de verdade para cada homem, para a família humana e para cada família individual. Esta luz que vem da Sagrada Família nos encoraja a oferecer calor humano naquelas situações familiares em que, por várias razões, falta a paz, a harmonia e o perdão.
E a todos o Papa pediu  solidariedade concreta especialmente para as famílias que vivem em situações muito difíceis pelas doenças, a falta de emprego, as discriminações, a necessidade de emigrar.
 

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

PAPA APELA AO FIM DA VIOLÊNCIA NA SUA MENSAGEM DE NATAL

 
O Papa Francisco apelou esta quinta-feira, na tradicional mensagem de Natal, ao fim da “perseguição brutal” e dos massacres e captura de reféns, do Médio Oriente à Nigéria, bem como da violência, tráfico e maus tratos sofridos pelas crianças (referindo-se às crianças mortas recentemente no Paquistão). Na sua mensagem “Urbi et Orbi” (à cidade e ao mundo), enfatizando as violências fundamentalistas no mundo, Francisco exigiu o fim da “perseguição brutal” dos “grupos étnicos e religiosos” no Iraque e na Síria e lamentou que “muitas pessoas sejam (feitas) reféns ou assassinadas” na Nigéria.
O Papa lamentou ainda que “muitas crianças sejam vítimas de violência e do tráfico”, referindo os que foram mortos recentemente numa escola no Paquistão.
“Peço-lhe, a ele, o Salvador do mundo, para olhar pelos nossos irmãos e irmãs no Iraque e na Síria, que há demasiado tempo sofrem os efeitos de um conflito permanente. (…) Eles que, juntamente com outros que pertencem a outros grupos étnicos e religiosos, estão a sofrer uma perseguição brutal. (…) Que o Natal lhes leve esperança, como também aos muitos deslocados, refugiados e exilados, crianças, adultos, idosos, desta região e de todo o mundo”, disse o Papa.

domingo, 21 de dezembro de 2014

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DO IV DOMINGO DO ADVENTO (ANO B)


Lc 1, 26-38 Hoje, quarto e último domingo do Advento, a liturgia quer preparar-nos para o Natal que já está à porta convidando-nos a meditar o relato do anúncio do Anjo a Maria. O arcanjo Gabriel revela à Virgem a vontade do Senhor de que ela se torne a mãe do seu Filho unigênito: “Conceberás um filho, dá-lo-ás à luz e chamá-lo-ás Jesus. Será grande e será chamado Filho do Altíssimo” (Lc 1, 31, 32). Fixemos o olhar sobre esta simples jovem de Nazaré, no momento em que se torna disponível à mensagem divina com o seu “sim”; colhamos dois aspectos essenciais de sua atitude, que é para nós modelo de como nos havemos de preparar para o Natal.
Antes de tudo, a sua fé, a sua atitude de fé, que consiste em escutar a Palavra de Deus para se abandonar a esta Palavra com plena disponibilidade de mente e de coração. Respondendo ao Anjo, Maria disse: “Eis a serva do Senhor: faça-se em mim segundo a sua palavra” (v. 38). No seu “eis aqui” cheio de fé, Maria não sabe por que estradas se vai aventurar, que dores irá sofrer, que riscos irá enfrentar. Mas tem consciência de que é o Senhor a pedir e ela confia totalmente Nele e abandona-se ao seu amor. Esta é a fé de Maria!
Um outro aspecto é a capacidade da Mãe de Cristo de reconhecer o tempo de Deus. Maria é aquela que tornou possível a encarnação do Filho de Deus, “a revelação do mistério, envolto no silêncio por séculos eternos” (Rm. 16, 25). Ela tornou possível a encarnação do Verbo graças justamente ao seu “sim” humilde e corajoso. Maria ensina-nos a colher o momento favorável em que Jesus passa na nossa vida e pede uma resposta pronta e generosa. E Jesus passa. De fato, o mistério do nascimento de Jesus em Belém, que ocorre historicamente há mais de dois mil anos, tem lugar, como evento espiritual, no “hoje” da Liturgia. O Verbo, que encontrou morada no ventre virginal de Maria, na celebração do Natal vem bater novamente à porta do coração de cada cristão: passa e bate. Cada um de nós é chamado a responder, como Maria, com um “sim” pessoal e sincero, colocando-se plenamente à disposição de Deus e da sua misericórdia, do seu amor. Quantas vezes Jesus passa na nossa vida, quantas vezes nos manda um anjo e quantas vezes não percebemos, porque estamos presos, imersos nos nossos pensamentos, nos nossos negócios e, até mesmo, nestes dias, nos nossos preparativos de Natal, de forma a não percebermos que Ele passa e bate à porta do nosso coração, pedindo acolhimento, pedindo um “sim”, como aquele de Maria. Um santo dizia: “Tenho temor que o Senhor passe”. Vocês sabem por que ele tinha temor? Temor de não perceber e de O deixar passar. Quando nós sentimos no nosso coração: “Gostaria de ser melhor… Estou arrependido disso que fiz…” É justamente o Senhor que bate. Ele nos faz sentir isso: a vontade de ser melhor, a vontade de permanecer mais próximo dos outros, de Deus. Se você sente isso, pare. É o Senhor que bate: não O deixe passar! (Papa Francisco no Angelus de 21.12.2014)

domingo, 14 de dezembro de 2014

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DO III DOMINGO DO ADVENTO (ANO B)


 
Jo. 1, 6-8.19-28 A figura deste III domingo do Advento é, mais uma vez, João Baptista. São os tempos messiânicos que este domingo nos anuncia, através do testemunho do precursor. O Evangelho diz-nos que ele é a “voz” que prepara os homens para acolher Jesus, a “luz” do mundo e que o seu objetivo não é centrar sobre si próprio o foco da atenção pública, mas apenas levar os seus interlocutores a acolher e a “conhecer” Jesus, “aquele” que o Pai enviou com uma proposta de vida definitiva e de liberdade plena para os homens.
Este domingo está assim marcado por uma alegria e uma expectativa antecipada do Natal.
 


domingo, 7 de dezembro de 2014

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DO II DOMINGO DO ADVENTO (ANO B)

 
Mc 1, 1-8 A figura deste II domingo do Advento é João Baptista. Ele é a "voz que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor", anunciada pelo Profeta Isaías. Ele é o percursor do Salvador. A sua pregação é um convite aos seus contemporâneos (e, claro, os homens de todas as épocas) a acolher o Messias libertador. A missão do Messias – diz João – será oferecer a todos os homens esse Espírito de Deus que gera vida nova e permite ao homem viver numa dinâmica de amor e de liberdade. No entanto, só poderá estar aberto à proposta do Messias quem tiver percorrido um autêntico caminho de conversão, de transformação, de mudança de vida e de mentalidade.
 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Relíquia de S. Francisco Xavier

















Na Celebração da Eucaristia desta tarde, 3 de dezembro tivemos a alegre  surpresa da oferta de uma relíquia de S. Francisco Xavier, trazida de Roma pelo Irmão José Silva.


No final da Missa foi mostrada de pertinho a cada um


                         Documento que acompanha a relíquia, um pedacinho de osso do Santo!



S. FRANCISCO XAVIER, ROGAI POR NÓS!

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Festa de S. Francisco Xavier



 Venha participar na Eucaristia às 19h


" Mandai-me para onde quiseres e se for preciso até mesmo para a Índia.
Os pobres no hospital visitá-los-eis e de quando em quando os exortareis.
Conversareis com todos com rosto alegre"

                                                    (das cartas de S. Francisco Xavier)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

“2015 O ANO DA VIDA CONSAGRADA” DECLARA PAPA FRANCISCO

vida consagrada
 
O Papa Francisco anunciou nesta sexta-feira, 29, que o ano de 2015 será dedicado à Vida Consagrada. O anúncio foi feito durante a 82ª Assembleia Geral da União dos Superiores Gerais (USG), que está sendo realizada em Roma.
Aos participantes, o Papa afirmou que a radicalidade  é pedida a todos os cristãos, mas os religiosos são chamados a seguir o Senhor de uma forma especial. “Eles são homens e mulheres que podem acordar o mundo. A vida consagrada é uma profecia”. 
Em três horas de reunião, o Pontífice respondeu às perguntas dos superiores gerais e tratou de temas referentes a Nova Evangelização.
Interrogado sobre a situação das vocações, o Papa afirmou existir Igrejas jovens que estão dando muitos frutos, e isso deve levar a repensar a inculturação do carisma. “A Igreja deve pedir perdão e olhar com muita vergonha os insucessos apostólicos por causa dos mal-entendidos neste campo, como no caso de Matteo Ricci”.
O diálogo intercultural, segundo Francisco, deve introduzir no governo de institutos religiosos pessoas de várias culturas que expressam diferentes formas de viver o carisma.
Durante o diálogo, Francisco insistiu sobre a formação, que em sua opinião, deve ser baseada em quatro pilares: espiritual, intelectual, comunitária e apostólica. “É essencial evitar todas as formas de hipocrisia e clericalismo através de um diálogo franco e aberto sobre todos os aspectos da vida”.
Francisco destacou também que a formação  é uma obra artesanal e não um trabalho de políciamento. “O objetivo é formar religiosos que tenham um coração terno e não ácido como vinagre”, alertou.
Sobre a relação das Igrejas particulares com os religiosos, o Papa disse conhecer bem os problemas e conflitos. “Nós bispos, precisamos entender que as pessoas consagradas não são um material de ajuda, mas são carismas que enriquecem as dioceses”.
Ao falar sobre os desafios da missão dos consagrados, o Pontífice destacou que as prioridades permanecem as realidades de exclusão, a preferência pelos mais pobres.  Destacou também a importância da evangelização no âmbito da educação, como nas escolas e universidades.
“Transmitir conhecimento, transmitir formas de fazer e transmitir valores. Através destes pilares se transmite a fé. O educador deve estar à altura das pessoas que educa, e interrogar-se sobre como anunciar Jesus Cristo a uma geração que está mudando”.
No final do encontro, Francisco agradeceu aos superiores gerais pelo “espírito de fé e serviço” à Igreja. “Obrigado pelo testemunho e também pelas humilhações pelas quais vocês passam”, concluiu o Papa.

domingo, 30 de novembro de 2014

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DO 1º DOMINGO DO ADVENTO (ANO B)



Mc. 13,33-37 O Evangelho nos fala em vigiar e vigiar sempre. Quando alguém vigia é porque deseja não ser surpreendido. Quando a enfermeira fica de plantão vigiando um doente em estado grave, ela está atenta para impedir que o quadro da saúde piore; quando um policia permanece de plantão ao lado de um banco, o seu intuito é evitar a ação de um ladrão.  
E para Jesus, o que significa para ele vigiar? Para Jesus significa um constante estado de alerta à espera da chegada do mundo novo, ou melhor, do homem novo, dele mesmo, Jesus Cristo, o Messias, o Redentor. Essa vigília significa não dormir no pecado, mas estar acordado pela fé, pela esperança, praticando aquilo que é justiça, que é amor.
Somente aqueles que estão centrados na chegada do Redentor é que irão conhecer o momento e poderão abrir seus corações ao Salvador, como aconteceu em sua primeira vinda.
As pessoas estavam tão voltadas para si mesmas, que não tiveram sensibilidade para perceber a necessidade de uma grávida prestes a dar à luz, e simplesmente se fecharam no seu conforto, mesmo miserável; também aquelas pessoas que não foram lúcidas para distinguir entre um benfeitor que curava, alimentava, perdoava, reconciliava e um bandido, ladrão e assassino, pediram a libertação deste e a crucifixão do outro.
Estejamos acordados, lúcidos para podermos acolher o nosso Salvador.
 
Pe. César Augusto dos Santos SJ

domingo, 23 de novembro de 2014

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DA SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO

 
 
Mt. 25, 31-46 Durante a homilia deste XXXIV domingo do Tempo Comum, em que a Igreja celebra a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, o Santo Padre explicou que “a liturgia de hoje nos convida a fixar o olhar em Jesus como Rei do Universo” e as leituras “nos mostram como Jesus realizou seu reino; como o realiza no decorrer da história; e o que nos pede (...) com proximidade e ternura para connosco”.
Continuando, falou da missão do pastor para com a sua grei e sublinhou que esta se resume em “procurar, reunir impedindo a dispersão, conduzir para os pastos, fazer repousar, procurar a ovelha perdida, trazer de volta o extraviado, tratar as feridas, curar a enfermidade, cuidar e pastorear”.
Tomando em conta estas virtudes, “os que na Igreja estamos chamados a ser pastores não podemos nos desviar deste modelo se não quisermos tornar-nos mercenários”. A este respeito, “o povo de Deus tem um olfato infalível com o qual reconhece os bons pastores e os distingue dos mercenários”, assegurou.
Comentando as leituras da Missa, o Papa explicou que “Jesus não é um rei à maneira deste mundo: para Ele, reinar não é controlar, mas obedecer ao Pai, entregar-se a Ele, para que se cumpra seu intuito de amor e de salvação”.
O Evangelho, disse o Papa na sua breve homilia, “diz-nos o que nos pede o reino de Jesus: recorda-nos que a proximidade e a ternura são a regra de vida também para nós e que com base  nisto seremos julgados”. "No final da vida seremos julgados pelo amor, pela proximidade e ternura pelos irmãos. Disso dependerá a nossa participação, ou não, no reino de Deus, a nossa colocação em uma ou outra parte. Jesus, com a sua vitória, nos abriu o seu reino, mas cabe a cada um de nós entrar ali, já a partir desta vida, fazendo-nos concretamente próximos ao irmão que pede pão, roupa, acolhimento, solidariedade. E se verdadeiramente amarmos esse irmão ou irmã, seremos impelidos a partilhar com ele ou com ela aquilo que temos de mais precioso, isto é, Jesus e o seu Evangelho!”, concluiu.

domingo, 16 de novembro de 2014

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DO XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A)

 
Mt. 25, 14-30 Sobre o Evangelho deste XXXIII Domingo do Tempo Comum, disse hoje o Santo Padre Francisco, na oração do Angelus, o seguinte: "Queridos irmãos e irmãs: o Evangelho deste domingo é a parábola dos talentos. Fala-nos de um homem que, antes de partir para uma viagem, convoca os servos e confia a eles o seu patrimônio em talentos, moedas antigas de grande valor. Aquele patrão confia ao primeiro servo cinco talentos, ao segundo dois, ao terceiro um. Durante a ausência do patrão, os três servos devem fazer frutificar este patrimônio. O primeiro e o segundo servos duplicam, cada um, o capital de partida; o terceiro, em vez disso, por medo de perder tudo, enterra o talento recebido num buraco. No regresso do patrão, os dois primeiros recebem o louvor e a recompensa, enquanto o terceiro, que restitui somente a moeda recebida, é repreendido e punido.
É claro o significado disso. O homem da parábola representa Jesus, os servos somos nós e os talentos são o patrimônio que o Senhor confia a nós. Qual é o patrimônio? A sua Palavra, a Eucaristia, a fé no Pai celeste, o seu perdão… em resumo, tantas coisas, os seus bens mais preciosos. Este é o patrimônio que Ele nos confia. Não somente para ser protegido, mas para crescer! Enquanto no uso comum o termo “talento” indica uma qualidade individual – por exemplo talento na música, no desporto etc., na parábola os talentos representam os bens dos Senhor, que Ele nos confia para que o façamos dar frutos. O buraco cavado no terreno pelo “servo mau e preguiçoso” (v. 26) indica o medo do risco que bloqueia a criatividade e a fecundidade do amor. Porque o medo dos riscos do amor nos bloqueia. Jesus não nos pede para conservar a sua graça num cofre! Jesus não nos pede isso, mas quer que a usemos em benefício dos outros. Todos os bens que nós recebemos são para dá-los aos outros, e assim crescem. É como se nos dissesse: “Aqui está a minha misericórdia, a minha ternura, o meu perdão: peguem-nos e façam uso deles”. E nós, o que fazemos?  Quem ‘contagiamos’ com a nossa fé? Quantas pessoas encorajamos com a nossa esperança? Quanto amor partilhamos com o nosso próximo? São perguntas que nos farão bem. Qualquer ambiente, mesmo o mais distante e impraticável, pode se tornar lugar onde fazer frutificar os talentos. Não há situações ou lugares incompatíveis com a presença e o testemunho cristão. O testemunho que Jesus nos pede não é fechado, é aberto, depende de nós.
Esta parábola exorta-nos a não esconder a nossa fé e a nossa pertença a Cristo, a não enterrar a Palavra do Evangelho, mas a fazê-la circular na nossa vida, nas relações, nas situações concretas, como força que coloca em crise, que purifica, que renova. Assim também o perdão, que o Senhor nos dá especialmente no Sacramento da Reconciliação: não o tenhamos fechado em nós mesmos, mas deixemos que desencadeie a sua força, que faça cair muros que o nosso egoísmo levantou, que nos faça dar o primeiro passo nas relações bloqueadas, retomar o diálogo onde não há mais comunicação… E por aí vai. Fazer com que estes talentos, estes presentes, estes dons que o Senhor nos deu sejam para os outros, cresçam, deem frutos, com o nosso testemunho.
Acredito que hoje será um belo gesto que cada um de vocês peguem o Evangelho em casa e leiam isto, e meditem um pouco: “os talentos, as riquezas, tudo aquilo que Deus me deu de espiritual, de bondade, a Palavra de Deus, como faço com que cresçam nos outros? Ou somente os protejo em um cofre?”.
E também o Senhor não dá a todos as mesmas coisas e do mesmo modo: conhece cada um de nós pessoalmente e nos confia aquilo que é certo para nós; mas em todos, em todos há algo de igual: a mesma, imensa confiança. Deus confia em nós, Deus tem esperança em nós! E isto é o mesmo para todos. Não o desiludamos! Não nos deixemos enganar pelo medo, mas vamos retribuir confiança com confiança! A Virgem Maria encarna esta atitude no modo mais belo e mais pleno. Ela recebeu e acolheu o dom mais sublime, Jesus em pessoa, e à sua volta O ofereceu à humanidade com coração generoso. A ela peçamos para nos ajudar a sermos “servos bons e fiéis” para participar “da alegria do nosso Senhor”.

domingo, 9 de novembro de 2014

Basílica de S. João de Latrão, "Mãe de todas as Igrejas do Urbe et Orbe (Papa Francisco)

Basílica de S. João de Latrão, "Mãe de todas as Igrejas do Urbe et Orbe"


REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DA FESTA DA DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE LATRÃO (9/11/2014)

 
Jo. 2, 13-25 Na festa da dedicação da basílica do Latrão, em Roma, celebram-se as catedrais de todas as dioceses do mundo. A basílica do Latrão foi a primeira catedral do mundo. Igreja catedral é a Igreja do bispo do lugar. A igreja dedicada a S. João Batista e a S. João Evangelista, no morro do Latrão, em Roma, foi durante muito tempo a igreja do bispo de Roma, o papa. E como o papa exerce a “presidência da caridade” entre os bispos do mundo inteiro, a igreja catedral do Latrão simboliza todas as dioceses.
Mas o que se celebra não são templos de pedra e sim os templos do Espírito Santo, as comunidades dos fiéis. A liturgia de hoje se refere continuamente ao templo de pedras vivas, que são as comunidades cristãs, e ao templo que é o corpo de Cristo, ressuscitado, que substitui o templo do antigo Israel. 
O evangelho deixa isso bem claro. Jesus chega a Jerusalém por ocasião de uma romaria pascal e expulsa do templo não só os abusos mas os próprios animais do sacrifício. Em outros termos: expulsa o culto do templo. E quando as autoridades lhe pedem um sinal profético que possa justificar tal gesto inimaginável, Jesus aponta o sinal que só depois os discípulos vão conhecer: o sinal de sua ressurreição.
 
O templo antigo pode ser destruído (como de fato ele foi, em 70 d.C., alguns anos antes de João escrever seu evangelho), mas Jesus “fará ressurgir” um novo templo em três dias: o templo de seu corpo, da sua pessoa. Jesus é  o templo, o santuário, o lugar de culto a Deus, de encontro com Deus. Nele, a Palavra de Deus armou tenda entre nós. Nele também é oferecido a Deus o único culto da nova Aliança, o dom da própria vida por amor. Ora, ao templo que é Jesus associa-se o templo de pedras vivas que é a comunidade - que somos nós.
 

domingo, 2 de novembro de 2014

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DA COMEMORAÇÃO DOS FIÉIS DEFUNTOS

 
Jo. 11, 21-27 No Evangelho da 2ª Missa deste dia, em que comemoramos todos os fiéis defuntos, Jesus assume-se como a Ressurreição e a Vida, afirmando que todo aquele que crê n'Ele, mesmo que morra, viverá. Sobre esta comemoração dos Fiéis Defuntos o Papa Francisco começou por reiterar, hoje, na sua habitual alocução do Angelus, que a Solenidade de Todos os Santos que ontem celebrámos e a comemoração dos fiéis defuntos deste domingo, são duas ocorrências intimamente ligadas entre si, do mesmo modo que a alegria e as lágrimas encontram em Jesus uma síntese que é o fundamento da nossa fé e da nossa esperança: Por um lado a Igreja, peregrina na história, se alegra com a intercessão dos santos e beatos que a apoiam na sua missão de anunciar o Evangelho, e por outro lado ela, como Jesus, partilha as lágrimas daqueles que sofrem a separação dos seus entes queridos e, como Ele e com Ele, eleva o seu agradecimento ao Pai que nos libertou do domínio do pecado e da morte. Em seguida, o Papa falou do cemitério como "lugar de repouso", à espera do despertar final e foi o próprio Jesus que revelou que a morte do corpo é como um sono do qual ele nos desperta. É, pois, com esta fé que devemos olhar para os túmulos dos nossos entes queridos, daqueles que nos amaram e nos fizeram algum bem. Mas hoje somos chamados a recordar a todos, mesmo aqueles de que ninguém se lembra. Recordemos as vítimas da guerra e da violência; tantos "pequenos" do mundo esmagados pela fome e pela pobreza. Recordemos os irmãos e as irmãs mortos por serem cristãos; e aqueles que sacrificaram a vida para servir aos outros. Confiemos ao Senhor especialmente aqueles que nos deixaram ao longo do último ano.
A tradição da Igreja, continuou o Papa Francisco, sempre nos exortou a rezar pelos defuntos, em particular, oferecendo para eles a celebração eucarística, que é a melhor ajuda espiritual que podemos dar às suas almas, especialmente às mais abandonadas. O fundamento desta oração pelos defuntos, explicou o Papa, está na comunhão do Corpo Místico pois, como diz o Concílio Vaticano II, "a Igreja peregrina sobre a terra, bem ciente desta comunhão de todo o corpo místico de Jesus Cristo, desde os primeiros tempos da religião cristã, tem honrado com grande piedade a memória dos mortos". E acrescentou: A memória dos defuntos, o cuidado pelas sepulturas e os sufrágios são o testemunho de confiante esperança, enraizada na certeza de que a morte não é a última palavra sobre o destino do ser humano, porque o homem está destinado a uma vida sem limites, que tem a sua raiz e a sua realização em Deus.
A esto ponto o Papa dirigiu a Deus esta veemente oração pelos defuntos:
Deus de infinita misericórdia, confiamos à tua imensa bondade aqueles que deixaram este mundo para a eternidade, onde Tu aguardas toda a humanidade redimida pelo sangue precioso de Cristo Teu Filho, morto para nos libertar dos nossos pecados. Não olhes, Senhor, para as tantas pobrezas e misérias e fraquezas humanas quando nos apresentarmos diante do Teu tribunal, para sermos julgados, para a feicidade ou a condenação. Dirige para nós o teu olhar misericordioso que nasce da ternura do teu coração, e ajuda-nos a caminhar em direcção a uma completa purificação. Não se perca nenhum dos teus filhos no fogo eterno do inferno onde já não poderá haver arrependimento.
Te confiamos, Senhor, as almas dos nossos entes queridos, das pessoas que morreram sem o conforto sacramental, ou não tiveram ocasião de se arrepender nem mesmo no fim da sua vida. Que ninguém tenha receio de te encontrar depois da peregrinação terrena, na esperança de sermos recebidos nos braços da tua infinita misericórdia. Que a irmã morte corporal nos encontre vigilantes na oração e carregados de todo o bem realizado ao longo da nossa breve ou longa existência. Senhor, nada nos afaste de Ti nesta terra, mas tudo e todos nos apoiem no ardente desejo de repousar serena e eternamente em Ti. Amen. Com esta fé no destino supremo do homem, o Papa convidou ao todos a se voltarem para a Virgem Maria que sofreu sob a cruz o drama da morte de Cristo e participou depois na alegria da sua ressurreição, para que nos ajude na nossa peregrinação quotidiana aqui na terra para não perdermos de vista a meta última da vida, que é o Paraíso.

domingo, 26 de outubro de 2014

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DO XXX DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A)

Mt 22, 34-40 No Evangelho deste XXX domingo do tempo comum, Jesus anuncia que o primeiro e o maior mandamento da lei é o amor a Deus, mas que há um segundo que é semelhante e inseparável desse: o amor ao próximo. Porém, o mandamento do amor a Deus e ao próximo não é o primeiro porque está no topo da lista dos mandamentos. Jesus não o coloca no alto, mas no centro, porque é o coração de onde tudo deve começar e retornar; é a referência.

Jesus não nos entregou fórmulas ou preceitos, não; ele nos confiou dois rostos, aliás, um só rosto, o de Deus que se reflete em muitos outros, pois no rosto de cada irmão, especialmente o menor, o mais frágil e indefeso, está presente a imagem de Deus.

Ao encontrarmos um destes irmãos, nós deveríamos nos perguntar se somos capazes de avistar nele o rosto de Deus. Somos capazes disso? Não se pode nunca separar a vida religiosa do serviço aos irmãos, aos irmãos que encontramos concretamente; ser santos requer também cuidar das pessoas mais frágeis como o estrangeiro, o órfão, a viúva. O amor é a medida da fé e a fé é a alma do amor.

Papa Francisco - Ângelus 26.10.2014

domingo, 19 de outubro de 2014

PAPA PAULO VI FOI HOJE BEATIFICADO EM ROMA

 
O Papa Paulo VI foi hoje (19/10) beatificado em Roma. Disse o Papa Francisco a propósito: "Neste dia da beatificação do Papa Paulo VI, voltam-me à mente estas palavras com que ele instituiu o Sínodo dos Bispos: «Ao perscrutar atentamente os sinais dos tempos, procuramos adaptar os métodos (...) às múltiplas necessidades dos nossos dias e às novas características da sociedade» (Carta ap. Motu próprio Apostolica sollicitudo).
A respeito deste grande Papa, deste cristão corajoso, deste apóstolo incansável, diante de Deus hoje só podemos dizer uma palavra tão simples como sincera e importante: Obrigado! Obrigado, nosso querido e amado Papa Paulo VI! Obrigado pelo teu humilde e profético testemunho de amor a Cristo e à sua Igreja!
No seu diário pessoal, depois do encerramento da Assembleia Conciliar, o grande timoneiro do Concílio deixou anotado: «Talvez o Senhor me tenha chamado e me mantenha neste serviço não tanto por qualquer aptidão que eu possua ou para que eu governe e salve a Igreja das suas dificuldades actuais, mas para que eu sofra algo pela Igreja e fique claro que Ele, e mais ninguém, a guia e salva» (P. Macchi, Paolo VI nella sua parola, Brescia 2001, pp. 120-121). Nesta humildade, resplandece a grandeza do Beato Paulo VI, que soube, quando se perfilava uma sociedade secularizada e hostil, reger com clarividente sabedoria – e às vezes em solidão – o timão da barca de Pedro, sem nunca perder a alegria e a confiança no Senhor.
Verdadeiramente Paulo VI soube «dar a Deus o que é de Deus» (como nos dizia Jesus no Evangelho deste domingo), dedicando toda a sua vida a este «dever sacro, solene e gravíssimo: continuar no tempo e dilatar sobre a terra a missão de Cristo» (Homilia no Rito da sua Coroação, Insegnamenti, I, 1963, p. 26), amando a Igreja e guiando-a para ser «ao mesmo tempo mãe amorosa de todos os homens e medianeira de salvação» (Carta enc. Ecclesiam suam, prólogo)."

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DO XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A)


Mt 22, 15-21 No Evangelho deste XXIX domingo do tempo comum Jesus é provocado pelos fariseus. À provocação dos fariseus, que queriam, por assim dizer, fazer-Lhe um exame de religião e induzi-Lo em erro, Jesus responde com esta frase irónica e genial: «Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus» (Mt 22, 21). Sobre esta passagem do Evangelho de hoje diz o Papa Francisco: "É uma resposta útil que o Senhor dá a todos aqueles que sentem problemas de consciência, sobretudo quando estão em jogo as suas conveniências, as suas riquezas, o seu prestígio, o seu poder e a sua fama. E isto acontece em todos os tempos e desde sempre.
A acentuação de Jesus recai certamente sobre a segunda parte da frase: «E [dai] a Deus o que é de Deus». Isto significa reconhecer e professar – diante de qualquer tipo de poder – que só Deus é o Senhor do homem, e não há outro. Esta é a novidade perene que é preciso redescobrir cada dia, vencendo o temor que muitas vezes sentimos perante as surpresas de Deus. Ele não tem medo das novidades! Por isso nos surpreende continuamente, abrindo-nos e levando-nos para caminhos inesperados. Ele renova-nos, isto é, faz-nos «novos» continuamente. Um cristão que vive o Evangelho é «a novidade de Deus» na Igreja e no mundo. E Deus ama tanto esta «novidade»!
«Dar a Deus o que é de Deus» significa abrir-se à sua vontade e dedicar-Lhe a nossa vida, cooperando para o seu Reino de misericórdia, amor e paz.
Aqui está a nossa verdadeira força, o fermento que faz levedar e o sal que dá sabor a todo o esforço humano contra o pessimismo predominante que o mundo nos propõe. Aqui está a nossa esperança, porque a esperança em Deus não é uma fuga da realidade, não é um álibi: é restituir diligentemente a Deus aquilo que Lhe pertence. É por isso que o cristão fixa o olhar na realidade futura, a realidade de Deus, para viver plenamente a existência – com os pés bem fincados na terra – e responder, com coragem, aos inúmeros desafios novos..."

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DO XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A)



Mt. 22, 1-14 O Papa Francisco disse hoje no Vaticano, a propósito da passagem do evangelho deste XXVIII domingo do tempo comum, que a Igreja Católica tem de estar aberta a todos, com particular atenção pelos “excluídos”, numa atitude de "gratuidade" e "universalidade".
“A bondade de Deus não tem limites e não discrimina ninguém: por isso, este banquete dos dons do Senhor é universal, para todos”, declarou, perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a recitação da oração do ângelus.
A intervenção sublinhou que todas as pessoas têm a “possibilidade” de responder ao convite de Deus e que “ninguém tem o direito de se sentir privilegiado ou de reivindicar exclusividade”.
O Papa advertiu, por outro lado, que muitas vezes esta proposta é recusada porque se colocam em primeiro lugar “as preocupações materiais” e outros interesses, esquecendo “a amizade, a alegria, a salvação” de Deus.
Partindo desta passagem do Evangelho, o Papa Francisco observou que o convite de Jesus ultrapassa “os limites do que seria razoável” e vai ao encontro dos “pobres, abandonados e deserdados, bons e maus, sem distinção”.
“A sala enche-se de excluídos. O Evangelho, recusado por alguns, encontra um acolhimento inesperado em tantos outros corações”, acrescentou.
O Papa desafiou os católicos a deixar de se colocarem “comodamente no centro” para se abrirem às “periferias”, reconhecendo que “também quem está nas margens é objeto da generosidade de Deus”.
“Todos somos chamados a não reduzir o Reino de Deus aos confins da ‘igrejinha’, mas a expandir a Igreja para as dimensões do Reino de Deus”, precisou.
A condição para entrar neste “banquete” do Reino de Deus, prosseguiu Francisco, é usar a ‘veste nupcial’, “o amor por Deus e pelo próximo”, em especial “pelos mais frágeis”, como é o caso das pessoas perseguidas.

domingo, 5 de outubro de 2014

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DO XXVII DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A)

Mt.2 1, 33-43 Nas leituras de hoje, é usada a imagem da vinha do Senhor tanto pelo profeta Isaías como pelo Evangelho. A vinha do Senhor é o seu «sonho», o projecto que Ele cultiva com todo o seu amor, como um agricultor cuida do seu vinhedo. A videira é uma planta que requer muitos cuidados!
O «sonho» de Deus é o seu povo: Ele plantou-o e cultiva-o, com amor paciente e fiel, para se tornar um povo santo, um povo que produza muitos e bons frutos de justiça.
Mas, tanto na antiga profecia como na parábola de Jesus, o sonho de Deus fica frustrado. Isaías diz que a vinha, tão amada e cuidada, «produziu agraços» (5, 2.4), enquanto Deus «esperava a justiça, e eis que só há injustiça; esperava a rectidão, e eis que só há lamentações» (5, 7). Por sua vez, no Evangelho, são os agricultores que arruínam o projecto do Senhor: não trabalham para o Senhor, mas só pensam nos seus interesses.
Através da sua parábola, Jesus dirige-se aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, isto é, aos «sábios», à classe dirigente. Foi a eles, de modo particular, que Deus confiou o seu «sonho», isto é, o seu povo, para que o cultivem, cuidem dele e o guardem dos animais selvagens. Esta é a tarefa dos líderes do povo: cultivar a vinha com liberdade, criatividade e diligência.
Mas Jesus diz que aqueles agricultores se apoderaram da vinha; pela sua ganância e soberba, querem fazer dela aquilo que lhes apetece e, assim, tiram a Deus a possibilidade de realizar o seu sonho a respeito do povo que Ele escolheu.
Também nós somos chamados a trabalhar para a vinha do Senhor, no Sínodo dos Bispos. As assembleias sinodais não servem para discutir ideias bonitas e originais, nem para ver quem é mais inteligente. Servem para cultivar e guardar melhor a vinha do Senhor, para cooperar no seu sonho, no seu projecto de amor a respeito do seu povo. Neste caso, o Senhor pede-nos para cuidarmos da família, que, desde os primórdios, é parte integrante do desígnio de amor que ele tem para a humanidade.
A nós também nos pode vir a tentação de «nos apoderarmos» da vinha, por causa da ganância que nunca falta aos seres humanos. O sonho de Deus sempre se embate com a hipocrisia de alguns dos seus servidores. Podemos «frustrar» o sonho de Deus, se não nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo. O Espírito dá-nos a sabedoria, que supera a ciência, para trabalharmos generosamente com verdadeira liberdade e humilde criatividade.
Irmãos, para cultivar e guardar bem a vinha, é preciso que os nossos corações e as nossas mentes sejam guardados em Cristo Jesus pela «paz de Deus que ultrapassa toda a inteligência», como diz São Paulo (Flp 4, 7). Assim, os nossos pensamentos e os nossos projectos estarão de acordo com o sonho de Deus: formar para Si um povo santo que Lhe pertença e produza os frutos do Reino de Deus (cf. Mt 21, 43).
 
Papa Francisco (05/10/2014)


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

PEREGRINAÇÃO DIOCESANA A FÁTIMA


Peregrinação Diocesana a Fátima
Sábado 25 de Outubro de 2014
presidida pelo Bispo de Setúbal

para agradecer a Nossa Senhora os 40 anos da Diocese

Participe com a sua família.
Faça a inscrição na Paróquia
com o custo de 10€ para o autocarro.


Horário da peregrinação:
09.45 – Saudação a Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições;
10.00 – Terço do Rosário, também na Capelinha;
11.00 – Missa Internacional, na Basílica da Santíssima Trindade, presidida por D. Gilberto dos Reis.
14.30 – Encontro, Adoração e Vésperas, na Basílica da Santíssima Trindade.
17.30 – Encerramento da Peregrinação.

domingo, 28 de setembro de 2014

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DO XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A)


Mt. 21, 28-32 No evangelho deste XXVI domingo do tempo comum, Jesus põe à consideração dos judeus a obediência de dois filhos a um pedido de seu pai. Os judeus não têm dúvida em afirmar que só obedeceu ao pai aquele que, recusando-se, embora por palavras, realizou na ação a vontade do pai. De facto, assim é, levando-nos a ver nos dois filhos ali retratados as pessoas que acolhem a Palavra de Deus, mas nada fazem depois, e aqueles que a rejeitam inicialmente, mas que depois vão e fazem tudo de acordo com o coração do Senhor.
De que grupo fazemos parte?
Fomos batizados, ou seja, através de nossa própria língua ou da de nossos padrinhos, professamos a fé em Deus e prometemos obedecer seus mandamentos de amor. É isso que vivemos no nosso dia a dia? Até onde nosso egocentrismo foi batizado? Amar é sair de si, a partir de onde o egoísmo começa a mostrar suas raízes e seus brotos.
Como vemos, em nós existe o filho mais novo, que não era de natureza acolhedora aos desejos do Pai, mas que se converteu e passou a caminhar unido ao seu coração. Contudo, como ainda estamos nesta vida e somos a toda hora bombardeados por apelos contrários à nossa opção fundamental e vemos que muitas vezes caímos, observamos que em nós subsiste o filho mais velho, que disse sim ao Pai, mas que depois faz o que o desagrada.
Concluímos vendo que a atitude de permanente conversão, de estado contínuo de exame de consciência e disposição para se levantar, deve estar presente em toda nossa vida.
Somos responsáveis por nossos atos, mesmo que tenhamos consciência de que somos frutos da família e da sociedade, enfim, de nosso mundo. Temos a capacidade de romper com o passado e caminhar em direção a Deus e aos irmãos. Se nos sentimos fracos, a graça de Deus nos fortalece. O humilde, aquele que não conta com seus dons, mas reconhece seus pecados e sua debilidade, esse triunfará porque abre, em sua vida, espaço para Deus, e Deus é vida, Deus é amor.

Pe. Cesar Augusto dos Santos, S.J.

ORAÇÃO PELO SÍNODO DOS BISPOS SOBRE A FAMÍLIA

 O último domingo deste mês de Setembro, dia 28, é dedicado à ORAÇÃO pela III Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, que decorrerá no Vaticano de 5 a 19 de Outubro, tendo como tema “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”.
Num comunicado difundido pelo Secretariado do Sínodo, convidam-se as Igreja particulares, as comunidades paroquiais, os Institutos de vida consagrada, associações e movimentos a rezarem nas Eucaristias e noutros momentos celebrativos, nos dias anteriores e durante os trabalhos sinodais.

Cabe-nos a nós, sacerdotes, desafiar os fiéis a unirem-se na sua oração pessoal a esta intenção, sobretudo nas famílias.
Recomende-se também a reza do Terço, pelos trabalhos sinodais.



    O Secretariado do Sínodo publicou uma breve Oração à Sagrada Família para o Sínodo, composta pelo Papa Francisco, que aqui a apresentamos para que possa ser rezada por todos nas Eucaristias e também reproduzida para que as pessoas levem para casa e aí em família ou individualmente a rezem. Sugere-se que se acrescente à Oração dos Fiéis algumas intenções relativas ao Sínodo.

Oração à Sagrada Família 

Jesus, Maria e José, em vós contemplamos
o esplendor do verdadeiro amor
e, com confiança, nos voltamos para vós.
 
Sagrada Família de Nazaré,
fazei com que nossas famílias
sejam lugares de comunhão e cenáculos de oração,
autênticas escolas do Evangelho
e pequenas Igrejas domésticas.

Sagrada Família de Nazaré,
que nas famílias nunca haja violência, fechamento ou divisão,
que os que foram feridos ou escandalizados
sejam consolados e curados.

Sagrada Família de Nazaré,
nós vos suplicamos que, por ocasião do próximo Sínodo dos Bispos,
se reacenda em todos a consciência do caráter sagrado e inviolável da família,
e da sua beleza no projeto de Deus..

Jesus, Maria e José, 
ouvi e atendei a nossa suplica.
Amem!