Lc 1,39-47 O
trecho evangélico, deste IV Domingo do Advento, narra a visita de Maria à sua idosa parente Isabel. O anjo
Gabriel lhe havia revelado que Isabel esperava um filho e já estava no sexto
mês de gravidez. A Virgem, que tinha acabado de conceber Jesus por obra de Deus,
partiu apressadamente de Nazaré, na Galileia, para as montanhas da Judeia.
“Este episódio nos ajuda a ler com uma luz especial
o mistério do encontro do homem com Deus”, afirmou Francisco.
Um encontro que não é marcado por clamorosos
prodígios, mas é marcado pela fé e pela caridade. Maria, de fato, é
bem-aventurada porque acreditou: o encontro com Deus é fruto da fé.
O marido de Isabel, Zacarias, ao invés, não acreditou
e ficou surdo e mudo. Sem fé, acrescentou o Papa, fica-se inevitavelmente surdo
à voz consoladora de Deus e incapaz de pronunciar palavras de consolo e de
esperança aos nossos irmãos.
“E nós o vemos todos os dias: as pessoas que não
têm fé ou uma fé muito pequena, quando se aproximam de uma pessoa que sofre,
dizem palavras de circunstância, mas não conseguem chegar ao coração porque não
têm força. Não têm força porque não há fé, e se não há fé não saem palavras que
chegam ao coração.”
A fé, por sua vez, se alimenta na caridade. O
evento do nascimento de Jesus começou assim, com um simples gesto de caridade,
com Maria que se levanta para ir até Isabel, demonstrando nos fatos já ser
discípula daquele Senhor que carrega no ventre.
“O Evangelho
da visita de Maria a Isabel nos prepara para viver bem o Natal, comunicando-nos
o dinamismo da fé e da caridade. Este dinamismo é obra do Espírito Santo: o
Espírito de Amor que fecundou o ventre virginal de Maria e a levou ao serviço da
parente idosa.”
Por fim, o Papa Francisco pede que Maria nos dê a
graça de viver um Natal “extrovertido e não dispersivo: que no centro não
esteja o nosso ‘eu’, mas o Tu de Jesus e o tu dos irmãos, especialmente
daqueles que necessitam de ajuda”.