Jo 10,11-18 Na alocução
que precedeu a oração mariana o Santo Padre explicou que a liturgia deste IV
Domingo de Páscoa prossegue no intento de ajudar-nos a redescobrir a nossa
identidade de discípulos do Senhor Ressuscitado.
Nos Atos dos
Apóstolos, continuou, Pedro declara abertamente que a cura do enfermo, operada
por ele e da qual fala toda Jerusalém, foi feita em nome de Jesus, porque “em
nenhum outro há salvação” (At 4,12).
Naquele homem
curado encontra-se cada um de nós – aquele homem é a nossa figura, todos
estamos ali –, encontram-se nossas comunidades e cada um pode curar-se das
muitas formas de enfermidade espiritual – ambição, preguiça, orgulho – se
aceitar colocar confiantemente a própria existência nas mãos do Senhor
Ressuscitado.
“Em nome de
Jesus Cristo o Nazareno – afirma Pedro – este homem está curado diante de vós.”
Mas quem é o Cristo que cura? Em que consiste o ser curado por Ele? De que nos
cura? E mediante quais atitudes?
A resposta a
todas essas perguntas, disse Francisco, encontramo-la no Evangelho deste
domingo, onde Jesus diz: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas
ovelhas” (Jo 10,11). Esta auto-apresentação de Jesus não pode ser reduzida a
uma sugestão emotiva, sem nenhum efeito concreto! Jesus cura mediante o seu ser
pastor que dá a vida.“Dando a sua vida por nós, Jesus diz a cada um: ‘a tua
vida vale tanto para mim, que para salvá-la dou todo o meu ser’. É exatamente
esse oferecer a sua vida que o torna o Pastor bom por excelência, Aquele que
cura, Aquele que nos permite viver uma vida bonita e fecunda.”
Francisco
continuou explicando que a mesma página evangélica diz-nos em que condições
Jesus pode curar-nos e tornar a nossa vida mais alegre e fecunda: “Eu sou o bom
pastor – diz Jesus. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o
Pai me conhece e eu conheço o Pai” (Jo 10, 14-15).
Jesus não fala
de um conhecimento intelectual, não, mas de uma relação pessoal, de predileção,
de ternura recíproca, reflexo da mesma relação íntima de amor entre Ele e o
Pai. Essa é a atitude mediante a qual se realiza uma relação viva com Jesus:
deixar-se conhecer por Ele – destacou o Pontífice, acrescentando:“Não fechar-se
em si mesmos, abrir-se ao Senhor, para que Ele nos conheça. Ele é atento a cada
um de nós, conhece profundamente nosso coração: conhece as nossas qualidades e os
nossos defeitos, os projetos que realizamos e as esperanças que foram desiludidas.
Mas aceita-nos como somos, também com os nossos pecados, para curar-nos, para
perdoar-nos e guia-nos com amor, para que possamos atravessar estradas impérvias
sem perder o caminho. Ele acompanha-nos.”
Neste também Dia
Mundial de Oração pelas Vocações, disse Francisco, a Virgem Maria interceda a
fim de que muitos respondam com generosidade e perseverança ao Senhor que chama
a deixar tudo pelo seu Reino.