Mc 1,14-20 A
liturgia da Palavra do terceiro Domingo do Tempo Comum recorda-nos que Deus ama
cada homem e cada mulher e chama-os à vida plena e verdadeira. A resposta da
pessoa ao chamamento de Deus passa por um caminho de conversão pessoal e de
identificação com Jesus.
No Evangelho, Marcos
avisa que a entrada para a comunidade do Reino pressupõe um caminho de
conversão e de adesão a Jesus e ao Evangelho, um convite a todos os homens para
se tornarem seus discípulos e para integrarem a sua comunidade. Esse chamamento
é radical e incondicional: exige que o Reino se torne o valor fundamental, a
prioridade, o principal objetivo do discípulo.
Podemos dizer que há
no Evangelho uma troca de olhares ou olhares trocados. João Baptista põe o seu
olhar em Jesus e diz quem Ele é. Jesus olha André e o seu companheiro,
interroga-os e convida-os a vir e a ver. Estes veem onde Ele mora e ficam com
Ele. André leva o seu irmão a Jesus que põe nele o seu olhar e dá-lhe um novo
nome, o que constitui todo um programa de vida. Olhares que interrogam, olhares
que nomeiam, olhares que convidam, olhares que dizem a amizade.
Troquemos o nosso
olhar com o olhar de Deus, olhando o seu Filho Jesus. Voltemo-nos sempre para
Cristo. Em comunidade, é bom ouvir o apelo à conversão: as nossas maneiras de
viver e de trabalhar devem também, sem cessar, ser regeneradas para melhor
corresponder àquilo que Cristo espera de nós. É preciso que, juntos, nos
viremos para Ele. O Evangelho deste domingo é uma excelente oportunidade para
um tempo de discernimento que muito raramente fazemos sobre o nosso olhar de
conversão e de adesão à Pessoa de Cristo.
Estamos a viver a
semana de oração pela unidade dos cristãos. Acolhamos o olhar de Deus em nós
que nos convida à unidade em Cristo no seu Espírito, renovemos o nosso olhar,
pela oração e pela conversão de mentalidade, em relação a todos os que
peregrinam noutras confissões cristãs e que são nossos irmãos em Cristo. (Manuel Barbosa, scj)