Mc. 5, 21-43 Na
alocução que precedeu a oração mariana, Francisco comentou o Evangelho do dia,
que fala da ressurreição de uma jovem de doze anos, filha de um dos chefes da
sinagoga.
O pai implora a
Jesus para salvá-la. Após a sua morte, Jesus lhe diz: “Não temas, crê
somente!”. Ao entrar em casa, o Senhor se dirige à jovem, dizendo: “Menina, eu
te digo: levanta-te!”. No mesmo instante, a menina se levantou e começou a
caminhar. “Aqui se vê o poder absoluto de Jesus sobre a morte física, que para
Ele é como um sono do qual se pode despertar”, disse o Papa.
Nesta narração,
o Evangelista insere outro episódio: a cura de uma mulher que há 12 anos sofria
de perdas de sangue. Por causa desta doença que, de acordo com a cultura do
tempo, a tornava “impura”, ela deveria evitar todo contato humano: estava
condenada a uma morte civil. Esta mulher anônima, em meio à multidão que segue
Jesus, diz: “Se ao menos tocar as suas roupas, serei salva”. Jesus se dá na
conta e, em meio à multidão, procura o rosto daquela mulher. Ela aproxima-se
trêmula e Ele diz: “Minha filha, a tua fé te salvou”. “É a voz do Pai celeste
que fala em Jesus. Ele perdoa tudo e todos”, disse o Papa.
Francisco
observou que estes dois episódios – uma cura e uma ressurreição – têm um único
centro: a fé. “Todo o Evangelho é escrito à luz desta fé: Jesus ressuscitou,
venceu a morte e, por esta sua vitória, também nós ressuscitaremos.”
Esta fé, advertiu
o Papa, pode obscurecer-se e tornar-se incerta, a ponto de alguns confundirem
ressurreição com reencarnação. “Mas a Palavra de Deus deste domingo nos
convida a viver na certeza da ressurreição: Jesus é o Senhor, tem poder sobre o
mal e sobre a morte, e quer nos levar para a casa do Pai, onde reina a vida”.
O Pontífice
recordou que a ressurreição de Cristo atua na história como princípio de
renovação e de esperança. “Quem estiver desesperado e extenuado, se confiar em
Jesus e no seu amor pode recomeçar a viver, pode ter uma nova vida, mudar de
vida. Começar uma nova vida é um modo de ressuscitar. A fé é uma força de vida,
dá plenitude à nossa humanidade.”
Quem crê em
Cristo, prosseguiu, deve ser reconhecido por promover a vida em qualquer
situação, por possibilitar a todos, especialmente aos mais vulneráveis, o amor
de Deus que liberta e salva.
E concluiu:
“Peçamos ao Senhor, por intercessão de Nossa Senhora, o dom de uma fé forte e
corajosa, que nos impulsiona a ser difusores de esperança e de vida entre os
nossos irmãos”.