Hoje, na
alocução que precedeu a oração do Regina Coeli, o Sumo Pontífice destacou que
“a Festa de Pentecostes nos faz reviver o início da Igreja”. “O Livro dos Atos
dos Apóstolos narra que cinquenta dias depois da Páscoa, na casa onde se
encontravam os discípulos de Jesus, veio do céu um ruído, como o agitar-se de
um vendaval impetuoso, e todos ficaram repletos do Espírito Santo. Os
discípulos foram completamente transformados por essa efusão e o medo
cedeu o lugar para a coragem, o fechamento para o anúncio e toda dúvida foi
expulsa pela fé, cheia de amor. É o batismo da Igreja que começa assim o seu
caminho na história, guiada pela força do Espírito Santo”, disse ainda
Francisco.
“Aquele evento,
que mudou o coração e a vida dos Apóstolos e dos discípulos, se repercutiu fora
do Cenáculo. Aquela porta que ficou fechada durante cinquenta dias se abriu
plenamente e a primeira comunidade cristã, não mais fechada em si mesma, começa
a falar às multidões de várias proveniências sobre as grandes coisas que Deus
fez, ou seja, sobre a Ressurreição de Cristo que foi crucificado. Cada um dos
presentes ouve os discípulos falar em sua própria língua. O dom do Espírito
restabelece a harmonia das línguas que tinha sido perdida em Babel e prefigura
a dimensão universal da missão dos Apóstolos. A Igreja nasce universal, una e
católica, com uma identidade precisa, mas aberta, que abraça o mundo inteiro,
sem excluir ninguém”, frisou o Santo Padre.
Segundo o
pontífice, “o Espírito Santo derramado no Pentecostes, no coração dos
discípulos é o início de uma nova era: a era do testemunho e da
fraternidade”.
“É uma época que
vem do alto, de Deus, como as chamas de fogo que pousaram sobre a cabeça de
cada discípulo. Era a chama do amor que queima toda amargura; era a língua do
Evangelho que atravessa os confins impostos pelos homens e toca os corações da
multidão, sem distinção de língua, raça ou nacionalidade.”
“Como no dia de
Pentecostes, o Espírito Santo é derramado continuamente também hoje sobre a
Igreja e sobre cada um de nós para sairmos de nossa mediocridade e dos nossos
fechamentos e comunicarmos ao mundo o amor misericordioso do Senhor. Esta é a
nossa missão! Também nos foi dado como dom a língua do Evangelho e o fogo do
Espírito Santo para proclamarmos Jesus ressuscitado, vivo e presente em nosso
meio, e aproximar os povos a Ele que é caminho, verdade e vida”, sublinhou
ainda Francisco.
“Confiemo-nos à
materna intercessão de Maria, que estava presente como Mãe em meio aos
discípulos no Cenáculo, para que o Espírito Santo desça abundantemente sobre a
Igreja de nosso tempo, encha os corações de todos os fiéis e acenda neles o
fogo de seu amor”, disse ainda o pontífice.