domingo, 9 de novembro de 2014

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DA FESTA DA DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE LATRÃO (9/11/2014)

 
Jo. 2, 13-25 Na festa da dedicação da basílica do Latrão, em Roma, celebram-se as catedrais de todas as dioceses do mundo. A basílica do Latrão foi a primeira catedral do mundo. Igreja catedral é a Igreja do bispo do lugar. A igreja dedicada a S. João Batista e a S. João Evangelista, no morro do Latrão, em Roma, foi durante muito tempo a igreja do bispo de Roma, o papa. E como o papa exerce a “presidência da caridade” entre os bispos do mundo inteiro, a igreja catedral do Latrão simboliza todas as dioceses.
Mas o que se celebra não são templos de pedra e sim os templos do Espírito Santo, as comunidades dos fiéis. A liturgia de hoje se refere continuamente ao templo de pedras vivas, que são as comunidades cristãs, e ao templo que é o corpo de Cristo, ressuscitado, que substitui o templo do antigo Israel. 
O evangelho deixa isso bem claro. Jesus chega a Jerusalém por ocasião de uma romaria pascal e expulsa do templo não só os abusos mas os próprios animais do sacrifício. Em outros termos: expulsa o culto do templo. E quando as autoridades lhe pedem um sinal profético que possa justificar tal gesto inimaginável, Jesus aponta o sinal que só depois os discípulos vão conhecer: o sinal de sua ressurreição.
 
O templo antigo pode ser destruído (como de fato ele foi, em 70 d.C., alguns anos antes de João escrever seu evangelho), mas Jesus “fará ressurgir” um novo templo em três dias: o templo de seu corpo, da sua pessoa. Jesus é  o templo, o santuário, o lugar de culto a Deus, de encontro com Deus. Nele, a Palavra de Deus armou tenda entre nós. Nele também é oferecido a Deus o único culto da nova Aliança, o dom da própria vida por amor. Ora, ao templo que é Jesus associa-se o templo de pedras vivas que é a comunidade - que somos nós.