Jo. 2, 13-25 Na festa da dedicação da
basílica do Latrão, em Roma, celebram-se as catedrais de todas as dioceses do
mundo. A basílica do Latrão foi a primeira catedral do mundo. Igreja catedral é
a Igreja do bispo do lugar. A igreja dedicada a S. João Batista e a S.
João Evangelista, no morro do Latrão, em Roma, foi durante muito tempo a igreja
do bispo de Roma, o papa. E como o papa exerce a “presidência da caridade”
entre os bispos do mundo inteiro, a igreja catedral do Latrão simboliza todas
as dioceses.
Mas o que se celebra não são
templos de pedra e sim os templos do Espírito Santo, as comunidades dos fiéis.
A liturgia de hoje se refere continuamente ao templo de pedras vivas, que são
as comunidades cristãs, e ao templo que é o corpo de Cristo, ressuscitado, que
substitui o templo do antigo Israel.
O evangelho deixa isso bem
claro. Jesus chega a Jerusalém por ocasião de uma romaria pascal e expulsa do
templo não só os abusos mas os próprios animais do sacrifício. Em outros
termos: expulsa o culto do templo. E quando as autoridades lhe pedem um sinal
profético que possa justificar tal gesto inimaginável, Jesus aponta o sinal que
só depois os discípulos vão conhecer: o sinal de sua ressurreição.
O templo antigo pode ser
destruído (como de fato ele foi, em 70 d.C., alguns anos antes de João escrever
seu evangelho), mas Jesus “fará ressurgir” um novo templo em três dias: o templo
de seu corpo, da sua pessoa. Jesus é o templo, o santuário, o lugar de culto a Deus,
de encontro com Deus. Nele, a Palavra de Deus armou tenda entre nós. Nele
também é oferecido a Deus o único culto da nova Aliança, o dom da própria vida
por amor. Ora, ao templo que é Jesus associa-se o templo de pedras vivas que é
a comunidade - que somos nós.