Santo Hilário (c. 315-367), bispo de Poitiers, doutor da Igreja
Comentário ao evangelho de Mt.15, 21-28 onde uma mulher cananeia se aproxima de Jesus e começa a gritar: "Senhor, Filho de David, tem compaixão de mim. Minha filha está cruelmente atormentada por um demónio". A este respeito diz Santo Hilário:
Esta cananeia pagã deixou de ter, pessoalmente, necessidade de ser curada, uma vez que reconheceu Cristo como Senhor e Filho de David, mas pede auxílio para a sua filha, isto é, para a multidão pagã prisioneira de espíritos impuros. O Senhor cala-Se, reservando com o Seu silêncio o privilégio de salvar Israel. [...] Trazendo em Si o mistério da vontade do Pai, responde que não foi enviado senão às ovelhas perdidas de Israel, para que ficasse claro que a filha da cananeia é um símbolo da Igreja. [...] Não é que a salvação não pudesse ser dada também aos pagãos, mas o Senhor tinha vindo «para os Seus e ao mundo que era Seu» (Jo 1,11), e esperava os primeiros indícios da fé deste povo de onde Ele próprio era originário, devendo os outros ser seguidamente salvos pela pregação dos apóstolos. [...]
E, para que compreendêssemos que o silêncio do Senhor provém da consideração do tempo e não de um obstáculo colocado pela Sua vontade, acrescenta: «Mulher, grande é a tua fé!» Queria dizer que esta mulher, já certa da sua salvação, tinha fé – melhor ainda – na reunião dos pagãos no tempo que se aproxima, em que, pela sua fé, eles serão libertados de todo o tipo de espíritos impuros tal como a jovem o foi. E isso confirma-se: com efeito, após a prefiguração do povo dos pagãos na filha da cananeia, homens prisioneiros de diversos tipos de doenças são apresentados ao Senhor na montanha pelas multidões (Mt 15,30). São homens incréus, isto é, doentes, que são levados pelos crentes a adorar e a prostrar-se, e a quem é dada a salvação, para estudarem, louvarem e seguirem a Deus.
Comentário ao evangelho de Mt.15, 21-28 onde uma mulher cananeia se aproxima de Jesus e começa a gritar: "Senhor, Filho de David, tem compaixão de mim. Minha filha está cruelmente atormentada por um demónio". A este respeito diz Santo Hilário:
Esta cananeia pagã deixou de ter, pessoalmente, necessidade de ser curada, uma vez que reconheceu Cristo como Senhor e Filho de David, mas pede auxílio para a sua filha, isto é, para a multidão pagã prisioneira de espíritos impuros. O Senhor cala-Se, reservando com o Seu silêncio o privilégio de salvar Israel. [...] Trazendo em Si o mistério da vontade do Pai, responde que não foi enviado senão às ovelhas perdidas de Israel, para que ficasse claro que a filha da cananeia é um símbolo da Igreja. [...] Não é que a salvação não pudesse ser dada também aos pagãos, mas o Senhor tinha vindo «para os Seus e ao mundo que era Seu» (Jo 1,11), e esperava os primeiros indícios da fé deste povo de onde Ele próprio era originário, devendo os outros ser seguidamente salvos pela pregação dos apóstolos. [...]
E, para que compreendêssemos que o silêncio do Senhor provém da consideração do tempo e não de um obstáculo colocado pela Sua vontade, acrescenta: «Mulher, grande é a tua fé!» Queria dizer que esta mulher, já certa da sua salvação, tinha fé – melhor ainda – na reunião dos pagãos no tempo que se aproxima, em que, pela sua fé, eles serão libertados de todo o tipo de espíritos impuros tal como a jovem o foi. E isso confirma-se: com efeito, após a prefiguração do povo dos pagãos na filha da cananeia, homens prisioneiros de diversos tipos de doenças são apresentados ao Senhor na montanha pelas multidões (Mt 15,30). São homens incréus, isto é, doentes, que são levados pelos crentes a adorar e a prostrar-se, e a quem é dada a salvação, para estudarem, louvarem e seguirem a Deus.