Lc. 2, 22-40 Aos milhares de
fiéis presentes na Praça de S. Pedro para a oração mariana do Angelus neste
primeiro domingo depois do Natal, o Papa Francisco começou por dizer que a
Igreja nos convida a contemplar a Sagrada Família de Nazaré e que o evangelho
nos apresenta a Virgem Maria e São José quando levam o Menino ao Templo de Jerusalém,
40 dias após o seu nascimento, em obediência à Lei de Moisés, que prescreve que
o filho primogénito deve ser oferecido ao Senhor.
Esta pequena
família, disse o Papa, no meio de tanta gente, nos grandes corredores do
templo, não se se destaca aos olhos, não se distingue e entretanto não passa
despercebida.
Dois idosos,
Simeão e Ana, movidos pelo Espírito Santo, aproximam-se e começam a louvar a
Deus por aquela criança, no qual reconhecem o Messias, a luz das nações e
salvação de Israel. É um momento simples, mas rico de profecia: o encontro
entre dois jovens esposos cheios de alegria e fé pelas graças do Senhor e dois
anciãos também eles cheios de alegria e fé pela acção do Espírito. E quem os faz
encontrar? interroga-se o Papa. É Jesus, responde:
Jesus é Aquele
que aproxima as gerações. É a fonte daquele amor que une as famílias e as
pessoas, vencendo qualquer desconfiança, qualquer isolamento, qualquer
distância. E isto nos faz pensar também nos avós: quanto é importante a sua
presença! Quanto é precioso o seu papel nas famílias e na sociedade! A boa
relação entre os jovens e os idosos é fundamental para o caminho da comunidade
civil e eclesial.
E olhando para
as figuras dos velhões Simeão e Ana, o Papa pediu uma saudação a todos os avós
do mundo. A mensagem que nos vem da Sagrada Família é antes de tudo uma
mensagem de fé, continuou o Papa. Na vida familiar de Maria e José, Deus está
verdadeiramente no centro, e também a pessoa de Jesus, e é por isso que Família
de Nazaré é santa, porque está centrada em Jesus, explicou acrescentando que
quando pais e filhos respiram juntos este clima de fé, possuem uma energia que
lhes permite enfrentar mesmo as provações difíceis, como mostra a experiência
da Sagrada Família, por exemplo, no caso dramático da fuga para o Egito.
O Menino Jesus
com Maria sua Mãe e São José são um ícone familiar simples mas tão luminoso. A
luz que ele irradia é luz de misericórdia e salvação para o mundo inteiro, luz
de verdade para cada homem, para a família humana e para cada família individual.
Esta luz que vem da Sagrada Família nos encoraja a oferecer calor humano
naquelas situações familiares em que, por várias razões, falta a paz, a
harmonia e o perdão.
E a todos o Papa
pediu solidariedade concreta especialmente para as famílias que vivem em
situações muito difíceis pelas doenças, a falta de emprego, as discriminações,
a necessidade de emigrar.