domingo, 29 de julho de 2018

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DO XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO B)


Jo 6,1-5 Da passagem do Evangelho da multiplicação dos pães e dos peixes – a passagem deste domingo - o Papa destaca a atitude corajosa do rapaz que, vendo a multidão faminta, “coloca à disposição tudo o que tem: cinco pães e dois peixes: “Bravo rapaz! Ele, também ele, via a multidão; também via os cinco pães. Disse: "Mas eu tenho isto, se serve está à disposição". Este rapaz faz-nos pensar um pouco em nós... Aquela coragem: os jovens são assim, têm coragem. Devemos ajudá-los a levar em frente esta coragem”.
Seguindo a reflexão, Francisco aponta mais uma vez para a coragem e a sensibilidade do rapaz, que a exemplo de Jesus, viu a grande multidão e entendeu a compaixão, dizendo: "Ah, pobre gente... Eu tenho isto". A compaixão levou-o a oferecer o que tinha.”
 A narrativa de João mostra Jesus atento às necessidades básicas das pessoas: “as pessoas têm fome e Jesus envolve os seus discípulos, para que essa fome seja saciada. Este é o fato concreto”: “Para as multidões, Jesus não se limitou a dar isto - ofereceu a sua Palavra, a sua consolação, a sua salvação e finalmente a sua vida - mas certamente fez também isso:  cuidou da comida para o corpo. E nós, seus discípulos, não podemos fazer de conta que não sabemos nada. Somente ouvindo as demandas mais simples das pessoas e colocando-se ao lado de suas situações existenciais concretas, poderemos ser escutados quando se fala de valores mais elevados”.
“O amor de Deus pela humanidade faminta de pão, de liberdade, de justiça, de paz e, acima de tudo da sua graça divina, nunca falha”, reiterou o Santo Padre, recordando que Jesus continua também hoje a satisfazer a fome, a tornar-se uma presença viva e consoladora”, através de nós.
O Evangelho convida-nos a sermos disponíveis e atuantes, como aquele rapaz que se dá conta de ter cinco pães e diz: 'Mas, eu dou isto, depois tu verás’".
“Diante do grito de fome - todos os tipos de "fome" - de tantos irmãos e irmãs em todas as partes do mundo não podemos permanecer como espectadores distantes e tranquilos.”
A ação de proximidade e de caridade para com os pobres, os fracos, os últimos, os indefesos, é a melhor forma de provar a qualidade de nossa fé, tanto a nível pessoal como a nível comunitário, pois “o anúncio de Cristo, pão da vida eterna, requer um generoso compromisso de solidariedade” para com eles.
Outra passagem da narrativa de João, destacada por Francisco, foi a frase de Jesus aos discípulos, após a multidão ter sido saciada: "Recolham os pedaços que sobraram, para que nada seja perdido". O Papa propôs esta mesma frase aos presentes na Praça de S. Pedro, chamando a atenção para o desperdício de comida, quando tantos passam fome: “Penso nas pessoas que têm fome e em quanta comida que sobra que deitamos fora... Cada um de nós pense: a comida que sobra no almoço, no jantar, para onde vai? Na minha casa, o que se faz com a comida que sobra? Deita-se fora? Não. Se você tem este costume, dou-lhe um conselho: fale com os seus avós, que viveram no pós-guerra, e pergunte a eles o que faziam com a comida que sobrava. Nunca deitar fora a comida que sobra. Reutiliza-se ou dá-se a quem possa comê-la, a quem tem necessidade. Nunca deitar fora a comida que sobra. Este é um conselho e também um exame de consciência: o que se faz em casa com a comida que sobra?”.
“Rezemos à Virgem Maria - disse ao concluir - para que no mundo prevaleçam os programas dedicados ao desenvolvimento, à alimentação, à solidariedade e não os do ódio, dos armamentos e da guerra”.