domingo, 3 de fevereiro de 2019

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DO IV DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO C)


A liturgia deste IV domingo do Tempo Comum mostra a admiração dos concidadãos de Jesus ao verem que, um conterrâneo deles “o filho de José”, pretende ser o Cristo, o enviado do Pai.
Sendo um deles, disse Francisco, “eles consideram que deva mostrar esta sua estranha ‘pretensão’ fazendo milagres ali, em Nazaré, como fez nas cidades vizinhas”. “Mas Jesus não quer e não pode aceitar essa lógica, porque não corresponde ao plano de Deus: “Deus quer a fé, eles querem milagres, os sinais; Deus quer salvar todos, e eles querem um Messias em favor dos interesses deles. E para explicar a lógica de Deus, Jesus dá o exemplo de dois grandes profetas antigos: Elias e Eliseu, que Deus mandou curar e salvar pessoas não judias, de outros povos, mas que tinham confiado em sua palavra.”
Diante deste convite a abrir o coração deles à gratuidade e à universalidade da salvação, continuou o Pontífice, os cidadãos de Nazaré revoltam-se, e assumem mesmo uma atitude agressiva, que degenera a tal ponto que “se levantaram, o expulsaram da cidade e o conduziram até ao cimo da colina com a intenção de O precipitar de lá”. “A admiração do primeiro instante transformou-se numa agressão, numa rebelião contra Ele”, acrescentou o Papa.
O Santo Padre ressaltou que esta página do Evangelho (Lc 4,21-30) mostra-nos que “o ministério público de Jesus começa com uma rejeição e com uma ameaça de morte, paradoxalmente por parte de seus concidadãos”.
“Ao viver a missão a Ele confiada pelo Pai, Jesus sabe que deve enfrentar o cansaço, a rejeição, a perseguição e a derrota. Um preço que, ontem como hoje, a autêntica profecia é chamada a pagar.”
O Pontífice observou, ainda, que a rejeição não desencoraja Jesus, nem cessa o caminho e a fecundidade da sua ação profética. “Ele segue adiante no seu caminho, confiando no amor do Pai”, destacou.
“Também hoje, o mundo precisa ver profetas nos discípulos do Senhor, isto é, pessoas corajosas e perseverantes a responder à sua vocação cristã. Pessoas que seguem o ‘impulso’ do Espírito Santo, que as envia a anunciar esperança e salvação aos pobres e aos excluídos; pessoas que seguem a lógica da fé e não dos milagres; pessoas dedicadas ao serviço de todos, sem privilégios e exclusões. Em poucas palavras: pessoas que se abrem a acolher em si mesmas a vontade do Pai e se comprometem a testemunhá-la fielmente aos outros.”