domingo, 10 de junho de 2018

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DO X DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO B)


Mc 3,20-35 Diante da Praça São Pedro completamente tomada por fiéis, romanos e turistas, o Papa Francisco fez a sua reflexão deste domingo (10/06) comentando o Evangelho de Marcos. Como explicou, a liturgia do dia apresenta dois tipos de incompreensão que Jesus enfrentou: a dos escribas e a de seus próprios familiares, uma “advertência para todos nós”.
 “Deus nos liberte desta terrível tentação... e se examinando a nossa consciência, percebermos que esta semente maligna está germinando dentro de nós, corramos a confessá-la no sacramento da Penitência, antes que cresça e produza efeitos ruins. Isso é incurável”.
Francisco recordou que os escribas eram homens instruídos na lei e nas Sagradas Escrituras e encarregados de explicá-las ao povo. Alguns deles foram enviados à Galileia, onde a fama de Jesus começava a alastrar, “para desacreditá-lo, falar mal d’Ele e destruí-lo”.
 “Estes escribas chegaram com uma acusação terrível. Diziam que Jesus estava possuído por Belzebu e que expulsava os demônios em nome do príncipe dos demônios. Isto queria dizer mais ou menos ‘este homem é um endemoniado’. De fato, Jesus curava muitos doentes... mas queriam fazer crer que Ele o fazia com o Espírito de Satanás”.
 Jesus não tolerou isso e reagiu com palavras fortes, pois os escribas, talvez sem se dar conta, estavam caindo no pecado mais grave: negar e blasfemar o Amor de Deus que existe e atua em Jesus. “O pecado contra o Espírito Santo é o único pecado imperdoável, porque parte do fechamento do coração à misericórdia de Deus que age em Jesus.”
Acrescentando espontaneamente, o Papa exortou:
“Ficai atentos, todos vós, porque este comportamento destrói famílias, amizades, comunidades e até mesmo a sociedade”.
Em seguida, Francisco evidenciou outra incompreensão sofrida por Jesus: a de seus familiares, “que estavam preocupados porque a sua nova vida de itinerante lhes parecia uma loucura e ele não tinha nem tempo para comer”. Quando o procuram para levá-lo de volta a Nazaré, Jesus olha para as pessoas que estavam à sua volta e afirma: “Eis minha mãe e meus irmãos!". 
“ Aquele que faz a vontade de Deus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.”
“Jesus formou uma nova família, não mais baseada em relações naturais, mas na fé N’Ele, no seu amor que nos acolhe e nos une, no Espírito Santo. Todos aqueles que acolhem a palavra de Jesus são filhos de Deus e irmãos entre si”, destacou Francisco. Segundo ele “aquela resposta de Jesus não foi uma falta de respeito por sua mãe e pelos seus parentes; pelo contrário. Para Maria, foi o maior reconhecimento, porque precisamente ela é a perfeita discípula que obedeceu totalmente à vontade de Deus”.