domingo, 8 de outubro de 2017

REFLEXÃO DO PAPA FRANCISCO SOBRE O EVANGELHO DO XXVII DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A)


“Ser em todos os lugares, especialmente nas periferias da sociedade, a vinha que o Senhor plantou para o bem de todos e levar o vinho novo da misericórdia do Senhor.” Foi a exortação do Papa Francisco na oração do Angelus, ao meio-dia deste domingo (08/10), diante de cerca de 30 mil fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro para rezar com o Santo Padre a oração mariana. Explicando a parábola dos vinhateiros homicidas, proposta no Evangelho (Mt 21,33-43) deste XXVII Domingo do Tempo Comum, na qual estes recusam entregar a colheita aos servos do dono da vinha matando inclusive o filho deste pensando assim apoderar-se da herança, o Pontífice ressaltou que esta narração ilustra de modo alegórico aquelas recriminações que os Profetas haviam feito sobre a história de Israel.
É uma história que nos pertence – destacou o Papa: “fala-se da aliança que Deus quis estabelecer com a humanidade e à qual também nos chamou a participar”. Porém, observou Francisco, “esta história de aliança, como toda história de amor, conhece os seus momentos positivos, mas é marcada também por traições e por rejeições. Para entender como Deus Pai responde às rejeições feitas ao seu amor e à sua proposta de aliança, o trecho evangélico coloca nos lábios do dono da vinha uma pergunta: “quando vier o dono da vinha, que irá fazer com esses vinhateiros?” Essa pergunta, frisou o Santo Padre, ressalta que a desilusão de Deus pelo comportamento malvado dos homens não é a última palavra!
 “Aí está a grande novidade do Cristianismo: um Deus que, mesmo desiludido com os nossos erros e os nossos pecados, jamais falta com a sua palavra, não se detém e sobretudo não se vinga! Irmãos e irmãs, Deus não se vinga! Deus ama, não se vinga, e espera para perdoar-nos e abraçar-nos.” Através das “pedras de descarte” – e Cristo é a primeira pedra que os construtores rejeitaram –, através de situações de fraqueza e de pecado, Deus continua colocando em circulação o “vinho novo” da sua vinha, ou seja, a misericórdia”, acrescentou o Pontífice.
 “Este é o vinho novo da vinha do Senhor: a misericórdia. Há um só impedimento diante da vontade tenaz de Deus: a nossa arrogância e a nossa presunção, que por vezes se torna também violência!” O Santo Padre observou ainda que a urgência de responder com frutos, “frutos de bem ao chamamento do Senhor, que nos chama a tornar-nos vinha, ajuda-nos a entender o que há de novo e de original na fé cristã. Ela não é tanto a soma de preceitos e de normas morais, mas é, sobretudo, uma proposta de amor que Deus, através de Jesus, fez e continua a fazer à
“É um convite a entrar nesta história de amor, tornando-se uma vinha viva e aberta, rica de frutos e de esperança para todos. Uma vinha fechada pode tornar-se selvagem e produzir uva selvagem. Somos chamados a sair da vinha para colocar-nos ao serviço dos irmãos que não estão connosco, para mexer connosco reciprocamente e encorajar-nos, para nos recordarmos de ser vinha do Senhor em todo ambiente, inclusive naqueles mais distantes e em condições difíceis.”